segunda-feira, 23 de setembro de 2013

UM GOVERNO CHEIO DE IMPRECISÕES FACTUAIS...

Atenção! 
Não se faça confusão!
Isto está a passar-se no mesmo país e durante a mesma campanha autárquica.
O protagonismo está nas vozes do primeiro ministro do governo de Portugal e do vice primeiro ministro do mesmo governo de Portugal.
Exactamente. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.
Pedro Passos Coelho decidiu anunciar, este fim de semana, que o país está na iminência de um segundo resgate, em plena campanha eleitoral, em Alcanena, em pleno Ribatejo, terras de touros e touradas.
Paulo Portas, por seu turno, num almoço convívio do candidato do CDS/PP à câmara de Oliveira do Bairro afirmou entre o optimista e o triunfante, que a 'economia portuguesa já saiu do fundo, já lá não voltará e está a dar os primeiros sinais de crescimento.
Extraordinário. Não é?
Como diria o outro, vamos de vitória em vitória até ao desastre final!

Mas, atenção!

Não se faça confusão!
Isto passa-se com um ministro de estado deste governo.
Para o caso, o ministro de estado e dos negócios estrangeiros, Rui Machete.
Logo no dia em que foi convidado para o cargo e, segundo palavras suas, aceitou sem hesitar a pensar no país, foi interpelado por um jornalista à saída da tomada de posse, sobre uma negociata com acções do famigerado BPN que lhe valeram uns milhares largos de euros de lucro; uma coisa assim ao estilo do que se teria passado com o seu amigo Cavaco quando também ganhou (ele e a filha) umas centenas de milhares de euros com acções do mesmo 'famigeradíssimo' BPN, sempre com a amizade tutelar de Oliveira e Costa.
Pois bem! Apanhado na rede BPN, o homem disse que nada lhe pesava na consciência.
Veio-se a saber agora que em tempos, para escapar à audição da comissão parlamentar para o caso BPN, tinha escrito em carta dirigida ao líder do Bloco de Esquerda, garantindo que nunca tinha sido accionista do BPN.
O ministro de estado e dos negócios estrangeiros é mentiroso?
Não, segundo ele próprio. 
Tratou-se, apenas, de uma imprecisão factual!

Mas, atenção!

Não se faça confusão!
O que se passa com a ministra de estados, das finanças e da administração pública, Maria Luís Albuquerque, é outra confusão.
Aqui há dias, Almerindo Marques, ex-presidente das estradas de Portugal disse que lhe tinham dito que a senhora teria conhecimento da 'swap' uma vez que tinha sido ela a dar o parecer favorável à sua contratação.
Apesar dos desmentidos imediatos por parte do PSD o que é certo é que existe não um, mas dois pareceres assinados por Maria Luís Albuquerque acerca do 'swap' da EP sendo o último a dar autorização ao empréstimo que lhe está subjacente.
Mas, afinal em que ficamos? Houve ou não houve conhecimento dos 'swap' ao contrário daquilo que foi dito pela senhora ministra na comissão de inquérito?

Temos assim um conjunto fantástico de imprecisões factuais com este governo e estes governantes mas, não se procure mais; em plena negociação com a troika, tudo isto parece ser um exercício provocatório para ver se perdemos a cabeça e os defenestramos como os conjurados fizeram ao traidor Miguel de Vasconcelos, em 1 de Dezembro de 1640.


Se calhar é por isso que já tiraram do calendário, esse feriado!




  

Outono


Mistura de silêncios e de cores de sol-posto
chãos de folhas secas e com restos de luas,
ain
da na memória do tempo, o doirado Agosto
e já dança o vento, no prenúncio a árvores nuas.

Pelo fim da tarde, sei de um reflexo no teu rosto
de um Sol que se despede em cores mais cruas;
só no afago dos teus lábios que sabem ao mosto
e a mel de uvas. Sabores meus, vindimas tuas.

Olho o cenário que, a pouco e pouco, empalidece
na vertigem de uma rotação sem princípio, nem fim,
enquanto o tempo, os teus cabelos amadurece.

Só nós sabemos que dominamos o mundo, enfim,
com a força do nosso Outono e de amor que não fenece,
antes revive e anda à solta com um louco, em mim!