domingo, 26 de janeiro de 2014

PARA QUE NINGUÉM ESQUEÇA...

A ONU (Organização das Nações Unidas) homenageia as vítimas do Holocausto no dia 27 de Janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, por ter sido o dia em que os sobreviventes do campo de extermínio de Auschwitz, foram libertados. 

Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos. Mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o Holocausto. 


Uma rede de mais de 40 mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazis foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas. Alguns estudiosos afirmam que o assassinato em massa de ciganos e de pessoas portadores de algum tipo de deficiência deve ser incluído na definição do termo e alguns usam o substantivo "holocausto" para descrever outros assassinatos em massa feitos pelos nazis, como o extermínio de prisioneiros de guerra e de civis soviéticos e polacos e, ainda, de homossexuais. 


Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda do muro de Berlim e a implosão da União Soviética, em 1989, entre dez e onze milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra terão sido igual e intencionalmente assassinados pelo regime nazi.



sábado, 25 de janeiro de 2014

PASSAM HOJE DEZ ANOS


Miklós "Miki" Fehér nasceu em Tatabánya (Hungria) a 20 de Julho de 1979 e faleceu em Guimarães a 25 de Janeiro de 2004, com apenas 24 anos de idade, vitimado por aquilo que se designa de 'morte súbita'. 
Em pleno estádio D. Afonso Henriques, aos 23 minutos da primeira parte da partida entre o Benfica, clube que representava e o Vitória local para a LIGA, O jogo estava a ser transmitido em directo na televisão e o Benfica ganhava por 1-0. Após uma jogada mais dura (o cartão amarelo foi mostrado porque tentou impedir um lançamento lateral ao adversário) Fehér sentiu-se mal acabando por cair inanimado no campo. 
Os médicos de ambas as equipas e colegas mais próximos no campo aperceberam-se de que algo estava errado e o seu colega Sokota foi o primeiro a socorrê-lo e em desespero retirou-lhe a língua da garganta tentando evitar que sufocasse. Foram momentos de grande angústia e, por esta altura todo o estádio já se tinha apercebido da gravidade da situação e bem assim, todos os que seguiam o jogo pela televisão. Uma ambulância entrou no campo para o transportar para o hospital mas, depois de horas de grande ansiedade, antes da meia noite a morte de Fehér acabou por ser confirmada devido a uma cardiomapatia hipertrófica.
Em sua memória, o Benfica retirou o número 29 usado por ele, que nunca mais será usado pelas equipas de futebol do SL Benfica.
Prontamente assistido pelos médicos das duas equipas, tendo apercebido que estava em paragem cardiorespiratória, o jogo terminou de imediato com. os médicos a tentarem reanimá-lo em pleno relvado mas, sem resultados práticos. Transportado para o hospital, veio a falecer sem que tivesse saído da paragem cardíaca. 
A carreira de Fehér começou no Gyori ETO FC tendo representado em Portugal, FC Porto, Salgueiros e Sporting de Braga, antes de se transferir para o SL Benfica. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

UMA SAÍDA À IRLANDESA



Excelentíssima senhora dona ministra das finanças,

Quero felicitar vossa excelência e, se me permite, estender felicitações a toda a equipa de competências que lidera e bem assim aos colegas do excelentíssimo governo e, 'at last, but not least' (como dizem os ingleses e perdoe-me a pronúncia pouco cuidada) saudar os senhores primeiro ministro e vice primeiro ministro e ainda aquele arauto de apurada inteligência, inigualável destreza e finíssima retórica que dá pelo nome de Marco António, neste momento de grande brilho, aos esforços de vossa excelência e 'compagnons de route' (e perdoe-me vossa excelência o galicismo e a pronúncia um pouco descuidada) que fez vossa excelência, no parlamento, sinalizar com uma festa, lançamento de foguetes e, (terá sido sugestão do seu colega do ambiente? ) pôr os deputados 'pê-esse-dês' e 'cê-dê-esses/pê-pê' a apanharem as canas.

Sem esquecer aquela figura de 'guardador de rebanhos' quase omnipotente e quase omnipresente, enfim quase um deus, que a antecedeu é justo que caibam a vossa excelência os louros pelo extraordinário feito ter matado, e se achar vossa excelência excessivo o verbo, direi antes ferido de morte, o monstro que muitos designam por défice. Ao fim e ao cabo foi vossa excelência que ficou agarrada ao leme de uma barca onde até um senhor ministro se chegou a atirar à água para fingir que antes queria morrer afogado que comungar do resto da viagem com vossa excelência. Afinal, acabou de novo embarcado e promovido. Mariquices que valem a pena! 

Mas voltemos ao que importa. É que vossa excelência, da tribuna do governo, não deixou o caso por menos e soltando aquele grito orgásmico no auge do prazer para toda aquela oposição desbaratada e encolhida nas bancadas como os putos do meu tempo se encolhiam atrás das tampas das carteiras quando não sabiam a tabuada dos nove e soberana inundou-os com um tsunami de certezas: 'a vossa previsão de espiral recessiva, como vêem, falhou redondamente e o défice que estava previsto ser de 5,5% e ficará abaixo dos 5% e isto é que é a realidade! 

Truflas! Já está! Perdoe-me vossa excelência que até temos algum excesso da minha parte mas não posso deixar de anotar com incontido entusiasmo e não menos espalhafatosa admiração que vossa excelência é uma mulher do camandro! Apre!

Apre não; que cheira logo àquela organização de reformados abastados que não conseguem perceber os superiores desígnios de vossa excelência quando lhes aplica a 'recalibragem' (ou lá o que é) da contribuição de solidariedade, o enorme aumento de impostos e, para os aposentados da função pública lhes acrescenta o aumento da quotização para a ADSE e tudo a favor de quê? Claro que sim: do défice e da redução da despesa. Pronto, não me contive! É que são uns mal agradecidos do caraças! 

Aliás, tal como os funcionários públicos a quem vossa excelência muito sagazmente tem aplicado os tais princípios de convergência e equidade com os trabalhadores privados, mestra na redução de salários à mistura de aumento da carga horária desvalorizando o valor do trabalho para níveis de há dez anos e relativamente bem sucedida nos despedimentos por isto e por aquilo e até sem isto e sem aquilo através da mobilidade que é uma forma extraordinariamente inteligente de por as pessoas à míngua até se irem embora de vez. E tudo para quê? Claro que sim: para ajudar o défice e da redução da despesa!

E, depois ainda temos aquela medida olímpica (e digo olímpica porque provavelmente só pode repetir-se daqui por uns 4 anos) que foi o perdão fiscal e que vossa excelência muito mais sábia e técnica apelidou de 'Programa de Regularização de Dívidas' que permitiu arrecadar mais de 1,4 mil milhões de euros.
A 'troika' parece que não queria deixar passar por não admitir mais medidas extraordinárias mas o momento é de fazer crer que o desfecho dos programas da troika são afinal um êxito, que a crise da zona euro está ultrapassada, que a economia está a crescer a trote e, porque as eleições europeias estão já aí ao virar da esquina pode a 'malta' toda ainda perder a cabeça depois de tanto ser espezinhada e pôr esta merda toda a ferro e fogo. Desculpe-me vossa excelência que se me resvalou a palavra para o chinelo e não era esse o meu propósito.

Já agora, por falar nisso, ia-me esquecendo da outra 'chinelada', aqui sim com o beneplácito da troika, de retirar das contas do défice, aqueles 800 e não sei quantos milhões de euros que nós os contribuintes, por seu intermédio, enterrámos para salvar mais um banco. Banif, não foi? A propósito. Já se salvou?

Ora aí está! Como se arranja um défice! Nada de extraordinário, dirá vossa excelência modesta como é e que até já disse que o maior mérito é dos portugueses. Claro! Não fossem estes passes de mágica e estaria vossa excelência a aprender a tabuada, sentadinha numa carteira com a tampa da dita a proteger-lhe o esqueleto e a troika a perguntar-lhe a tabuada dos nove.

Por isso, cumprimento vossa excelência. Pela extraordinária destreza com que criou a ilusão, sacou um enorme coelho da cartola (é figura de estilo como perceberá o senhor primeiro ministro não cabe num chapéu) e agora querem vossa excelência e o bando que a ilusão dure o tempo suficiente; ou seja, para já até às eleições europeias para que não sejam o desastre que se adivinha, para os partidos do governo; depois com uns desapertos aqui e uns pozinhos acolá, vão até às legislativas de 2015 esperando que a memória das gentes seja sempre curta; e quem sabe, se não irá até às presidenciais de 2016 desde que o candidato a apoiar, como já disse o senhor primeiro ministro, seja assim uma espécie de almirante Américo Thomaz, em versão mais ou menos demoliberal, amorfo na opinião e sossegadinho no comportamento, deixando caminho aberto para um novo ciclo que torne ainda mais ricos os que já enriqueceram como o caraças e muito mais pobres os que empobreceram como o catano.

Não importa que um terço dos portugueses viva no limiar da pobreza; não importa a emigração de mais de 150 mil jovens qualificados em pouco mais de um ano; não importa que mais de 300 mil homens e mulheres em idade activa jamais consigam um novo emprego; não importa que os idosos sejam tratados como despesa a abater; não importa que o valor do trabalho desça ao nível indignidade; não importa que as pessoas que até aqui não tinham mácula, depois de tanto serem roubadas, deixem de poder cumprir obrigações e compromissos; não importa a destruição sistemática de uma classe média; e também não importa que vossa excelência e o bando assobiem para o ar quando se trata de taxar os lucros do capital e de cortar nas rendas excessivas; não importa que vossa excelência e o bando continuem a 'vender' pressurosa e paulatinamente, empresas públicas que geram lucro e outras estratégicas, a grupos económicos e governamentais ainda que de duvidosa capacidade e idoneidade; não importa que vossa excelência e o bando continuem a adoptar as medidas unicamente destinadas a criar uma nova ordem social de cariz 'medieval' capitalista em que os pobres se vão acantonando fora dos 'castelos' dos ricos que são os bancos, as grandes empresas multinacionais e os grupos económicos, etc, à espera que algumas migalhas vão caindo desprevenidas e flutuantes, das muralhas onde se acoitam.

Confie vossa excelência nesse extraordinário pensador que se fosse peixe seria um cherne que se mantém, embora por pouco tempo mais, à frente desse comissariado de fascinantes cabeças europeias e que, há pouco tempo, veio cá avisar-nos, sorridente e afável, para termos juizinho com a troika senão ainda tínhamos o caldo entornado.
Confie vossa excelência que tudo se fará para que este desastre colectivo dos povos do sul possa afinal ser percepcionado pelos tais mercados, como um indesmentível sucesso de recuperação económica e de reformas que nunca aconteceram.

Não precisará vossa excelência de se esganiçar muito.
Uma 'SAÍDA À IRLANDESA' é quase tão segura como dois e dois serem quatro.
Em nome de um sucesso que nunca existiu e pela urgência, em manter aparências e tachos.
Pois se até o primeiro ministro dos gregos já fala nisso...

E termino rápido desejando a vossa excelência um excelente fim de semana
Eu vou tentar que o meu seja, pelo menos, remediado.

Seu indefectível admirador,    
     

   

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O ASSALTO AO SANTA MARIA FOI HÁ 53 ANOS.



Na madrugada 22 de Janeiro de 1961, o paquete Santa Maria quando navegava com 360 tripulantes e 780 passageiros a bordo, em águas internacionais no mar das Caraíbas, é tomado de assalto por um comando de 21 homens entre os quais alguns galegos, auto intitulado 'Directório Revolucionário Ibérico de Libertação' liderado pelo Capitão Henrique Galvão, delegado plenipotenciário do general Humberto Delgado.




Esta acção com o nome código 'Dulcineia' pretendia ser o golpe inicial de um plano para um levantamento insurreccional contra as ditaduras ibéricas de Salazar e Franco, culminado por revoltas armadas em Luanda e Lourenço Marques contra o regime colonial.
Só 2 dias depois, os jornais portugueses, condicionados pela censura, puderam dar pequenas referências do assalto.


Às 3 horas da madrugada de 22 de Janeiro, os revoltosos que haviam embarcado como vulgares passageiros no porto venezuelano de La Guaira e em Curaçau, atacaram a ponte de comando do navio e embora a intenção fosse a tomada pacífica do transatlântico, o oficial de vela na ponte de comando resistiu e foi abatido a tiro e mais dois tripulantes ficaram feridos no confronto.

Após 30 dias de buscas pelo Atlântico Sul, o Santa Maria foi localizado por navios de guerra americanos e conduziram-no sob escolta para o Recife onde se renderam às autoridades brasileiras e foi-lhes concedido asilo político.


Mais tarde, Henrique Galvão publicou livro onde relata a odisseia: "Santa Maria: A Minha Cruzada por Portugal".
Mais recentemente (2009) Francisco Manso realizou o filme 'Assalto ao Santo Maria', com os actores Leonor Seixas, Afonso Agra e João Cabral