segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

AS NOTÍCIAS QUE VOU OUVINDO E LENDO

 

O país está insano e eu, definitivo, convencido que a democracia está em marcha acelerada para um fundo de poço onde afogará, mais tarde, mágoas e arrependimentos. Sem remédio.
Um governo envolto em escândalos, desgastado, desacreditado, sem capacidade para acudir aos fogos, a que alguns ele próprio lançou a gasolina;
Uma oposição faz de tudo para desgastar o (des)governo sem que tenha alternativa para a sua substituição tal a indigência de valores e de figuras. Prefere o desgaste mas não quer a sua queda!
Uma classe política de "democratas" sem princípios nem vergonha, envolvida numa catadupa de escândalos em que corrupção, tráfico de influências, laxismo, oportunismo onde já nem é preciso surgir a sombra tutelar do senhor Ricardo Salgado. Não é de agora mas o agora importa e pesa mais do que o antes.
Um sem número, de "buracos" em contas, ajustes directos e de "sacos azuis" para comprar amigos e consciências numa teia de compadrios por onde "desaparecem" milhões.
Uma justiça nas mãos dos poderosos cujas fortunas, algumas de natureza fraudulenta, sustentam gabinetes de advogados que vivem com a vida longa dos processos, dos prazos adiados, das providências cautelares, dos recursos, das falhas processuais, das manigâncias dos alçapões de leis que muitos deles ajudaram a construir e servem para tudo, menos para fazer justiça.
Um presidente da república que anda em equilíbrios circenses num arame cada vez mais fino e que já dá prazos ao governo para ver se governa e ameaça com a "bomba atómica" assim a oposição tenha o que lhe falta agora. Capacidade para se eleger e poder substituir este governo(?).
Um primeiro ministro que encolhe os ombros, desespera na sua própria incapacidade de gerir tantos dislates e acaba de inventar uma nova formula de sacudir a água que lhe encharca o capote.
Ministros e secretários de estado que (alguns) se esforçam mas já não podem disfarçar o incómodo de se sentarem lado a lado com colegas que saltam de ministério em ministério, até saltarem para a rua na biqueira da bota da decência, sem que se perceba o que de bom fizeram, ou se fizeram algo.
E, no meio desta algazarra em que o país vive, no meio das greves do que voa, do que navega, do que cura e do que ensina, duas notícias coincidentes...
Colégios e escolas privadas anunciam que o número de inscrições para o próximo ano lectivo já esgotou a lotação das instituições?
Seguros de saúde são anunciados na televisão, rádio e nos jornais com prémios cada vez mais baixos?
A democracia em pânico? A greve dos professores e auxiliares de educação trouxe o caos à escola pública. Governantes foram fingindo-se de mortos enquanto a situação se ia agravando, ano após ano. De repente, um sindicato com a sugestiva sigla de STOP lança-se numa greve atípica e pára mesmo com quase tudo. Para os pais é o pânico! Todos os dias levam os filhos à escola sem saberem muito bem que aulas, que tempos e que horário?
A sua vida privada e profissional fica com a rotina desregulada. Para os alunos, o atraso, a perda de mais um ano lectivo após quase dois de pandemia. Para os professores não se sabe ainda. Teimam em pontos que dificilmente alcançarão tais como os seis anos perdidos mas podem conquistar outros.
Acelerar a efectividade e reduzir a precariedade e a extensão das zonas escolares. Já são vitórias. E os aumentos, claro.
Vamos esperar para ver!
Do lado da saúde os seguros de saúde que curiosamente aparecem com uma crise que junta a social (das famílias) e a económica (da inflação; da subida dos preços; das taxas). Parece contraditório! No entanto, há uma outra que se vem perfilando no horizonte e que necessita urgente medicação. A do SNS (Serviço Nacional de Saúde). Os profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos - milhares de profissionais que todos os dias operam milagres para cuidar de uma sociedade, cada vez mais envelhecida e a necessitar de mais cuidados. Não será possível manter tal estado de coisas por muito mais tempo? Não! Não é! Por isso o ministério conheceu há poucos meses uma nova equipa ministerial e um gestor do SNS. Pacificar o sector é dar condições aos seus operacionais. É disso que se trata.
Ninguém tenha ilusões!
A escola pública e um serviço público de saúde são indispensáveis. Há democracia sem estas duas vertentes? Democracia política, sim. Mas, a democracia do povo e para o povo, não!
Se eu não tiver dinheiro para pagar a escola do meu filho, ele vai aprender para onde? Se eu não tiver dinheiro para pagar o seguro de saúde, em que hospital me vão tratar?
É disto que se trata. Quando a educação e a saúde viram negócio onde posso ter democracia?
E, a Justiça? A partir do instante em que o direito à justiça passa a ser pago de forma a que se desista de procurar justiça porque sai tão caro e a sua execução demora tanto que quando transita em julgado passaram anos se entretanto não prescrever.
Então já não há justiça, nem democracia.
Não há dinheiro? Pois não!
Mas então porque é que há dinheiro para os salários e para as mais que "gordas" indemnizações que são pagas às administrações de empresas muitas delas "salvas" com subsídios estatais, vide alguns bancos e mais recentemente o caso TAP? porque se gasta dinheiro e mais dinheiro em estudos e pareceres sem que se veja obra? e, quando se vê obra, a derrapagem entre o que foi orçamentado e o que custou efectivamente é sempre diferença de dobro e triplo? Porque se gasta tanto dinheiro em subsídios para minorar o custo dos produtos e dos serviços, em vez de se "marcar um tecto" para os preços de um cabaz tipo?
Bem, fico-me por aqui nestas interrogações e embora pense que não é apenas por cá que as coisas andam mal, também é por isso que temo que a Europa, ainda por cima com uma guerra às portas, tem as democracias em perigo e não está a fazer o que precisa ser feito para evitar os extremistas e populistas, "democraticamente" acabar com as democracias.
E, a vida continua(?)
Pode ser uma imagem de texto que diz "A FALAR É QUE A GENTE SE ENTENDE"
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domingo, 1 de janeiro de 2023

2022 AS PRINCIPAIS FIGURAS E ACONTECIMENTOS


Chega a ser comovente, à falta de outra palavra que não quero usar logo a abrir o ano, a nossa pacatez perante o que se passa à nossa volta. Disciplinados na pandemia, votámos uma maioria absoluta para estarmos politicamente mais calmos, julgamentos de figuras públicas foram transferidos para a praça pública, perante uma justiça cara e desacreditada, olhamos as desgraças sociais cíclicas e tão previsíveis como incêndios e cheias, gripes com urgências esgotadas, assistimos ao constante aumento especulativo dos preços das coisas e de bens essenciais com a revolta contida de um manguito à Zé Povinho, ou com um altifalante chamado "rede social" mas no fundo, lá bem no fundo, acreditamos que vai ficar tudo bem e a fé é que nos salva, desde que não me aconteça a mim.

Acontecimentos do ano

SNS Serviço Nacional Saúde A frágil ministra Marta Temido, o sereno secretário de Estado Lacerda Sales e a controversa diretora-geral Graça Freitas, tiveram de enfrentar não apenas uma pandemia como dos mais poderosos lobbies, e não só nacional: os comerciantes e industriais da saúde. O SNS é uma afronta inadmissível para todos os que fazem da saúde, ou melhor, da falta dela, um chorudo negócio. Para estas figuras será o esquecimento a única forma de tratar o que puderam fazer e o que não foram capazes de ultrapassar. Mas, se tivessem a mais pequena sombra que fosse, no seu currículo ou nas suas vidas privadas, já teriam sido despidos em praça pública e abocanhados por uma ululante alcateia de neoliberais. E, muitos de nós cidadãos, rapidamente verificaríamos a maravilha da medicina privada, a eficácia das suas urgências e das suas especialidades, consultas e cirurgias, ainda que abrangendo só quem pudesse pagar e bem, ou tivesse um seguro com prémio pago a peso de ouro.


Mulheres do Irão, do Afeganistão, da ArábiaA indignação com a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que morreu após ser detida pela Polícia  de Moralidade do Irão, supostamente por usar o seu hijab de forma inadequada, desencadeou protestos em todo o país que duram várias semanas com um saldo de centenas de mortos e feridos entre manifestantes que saem todos os dias para as ruas de Teerão e de outras cidades. 
Mulheres que não podem existir como seres humanos, humilhadas e tratadas como coisas inexistentes, que no Afeganistão vendem os seus filhos para sobreviver, as crianças forçadas ao casamento, porque os homens inventaram um Deus fanático e sanguinário que odeia mulheres. O fanatismo islâmico mata à vista dos cabelos das mulheres, do seu pescoço, do tornozelo, da inteligência. Esfacela a dignidade da mulher, pela cobardia dos homens perante as mulheres autênticas seitas de assassinos são, no entanto. os melhores aliados porque são eles que nos vendem petróleo para sustentar a hipocrisia e o encolher de ombros do Ocidente e dos Estados Unidos.

A pedofilia na Igreja Católica O assunto da pedofilia é sério sob qualquer ponto de vista e as religiões praticam continuadamente e há séculos, crimes dos mais variados, sem punição. A pedofilia não é, certamente, uma exclusividade da Igreja Católica, mas apenas lhe resta a seu favor em relação a todas as outras, o facto de que no século XXI se expõe perante os seus fiéis e não só. Os deuses são feitos à imagem dos homens e não o contrário, justamente porque são os homens que sentem a necessidade de inventar os deuses. Talvez por isso, a justiça dos deuses tal como a justiça dos homens é posta constantemente em causa e cada vez mais, a humanidade anda em busca de novas espiritualidades e de outras crenças edificadas ou não, nas que já existem.
No Islão a pedofilia é oficial e abençoada pelas leis do profeta, com o casamento de meninas com adultos, alguns de mais idade que os próprios pais da nubente.


A invasão russa da Ucrânia Materializou a ruptura entre a Europa e a Rússia e, por arrastamento, de boa parte do mundo que não aceita os Estados Unidos como "gestor" universal nem o seu braço armado, a NATO como putativo defensor da Paz e da segurança.. Entrámos numa nova era e a Europa passou para a categoria dos servidores, impotente perante uma guerra que se desenrola num território colado às suas fronteiras mais a Leste, perdendo-se nos efeitos "boomerang" das sanções a Putin e aos oligarcas russos que entretanto vão caindo com tordos se, por um mero acaso, acharem que podem viver à margem das diatribes do seu chefe.
Qual será a diferença entre um oligarca russo e um multimilionário norte americano? 
No meio desta turbulência política e de crise económica e social, o grande vencedor parece ser Xi Jiping, o presidente da China que, quase sem se mexer, mas sem perder o seu gentil sorriso mesmo que te prepare a maior das sacanices, se tornou o homem mais poderoso do mundo em pouco mais de três décadas, líder do novo polo mundial que inclui a Rússia e a Índia, os restantes Brics, caso do Brasil de Bolsonaro e de alguns dos principais países africanos. Um polo com 3 potências nucleares, determinante no Pacífico e no Índico, criador duma nova moeda de troca que integra a nação com maior superfície (Rússia) e as duas mais populosas, (Índia e China) que, em breve, determinará a acção política de potências como o Japão e a Coreia.
Do lado Europeu, resta a sinfonia imperfeita, "performance" do trio Ursula Van Der Leyen, Borrel e Mitchel, que acompanhados pela orquestra da NATO já destroçaram a Europa a toques desafinados e de finados.

A Nord Stream, empresa de transporte de gás cujos pipelines foram sabotados por é uma rede de gasodutos subaquáticos no Mar Báltico que devia fornecer gás para o sistema europeu a partir das reservas de gás da Rússia. 
O consórcio de gasodutos Nord Stream AG com sede em Zug, na Suíça, é uma joint venture multinacional em que a russa Gazprom detinha uma participação de 51%, as empresas alemãs BASF e PEG Infrastruktur AG detinham 15,5% cada, as empresas de gás holandesa Gasunie e francesa Engie 9% cada. Os 5 acionistas principais detinham 30% do capital de 7,4 mil milhões de euros e 70% tinha sido colocados no mercado de capitais. Um investimento a longo prazo com dividendos assegurados. De repente tudo explodiu. 
A 27 de Setembro de 2022 várias explosões subaquáticas danificaram o gasoduto de forma dificilmente reparável. Nenhum autor desta sofisticada sabotagem se assumiu. Mas os dois gasodutos de NordStream com capacidade para fornecer 27,5 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, isto é 12% das importações de gás da União Europeia foram por água abaixo (ou acima) e os desiludidos que esperavam ganhar uns milhões mantêm um silêncio cobarde.


Perplexidades do ano

As inadiáveis consequências das alterações climáticas afinal podem esperar em pousio até ao final da guerra na Ucrânia? 

Os carros elétricos poluem mais do que os de motores convencionais? O que fazer com as baterias usadas? Para quando aviões elétricos, paquetes de cruzeiro elétricos? Para quando uma guerra ecológica com foguetões intercontinentais elétricos?

Israel tem bombas atómicas no Médio Oriente, mas o perigo são as que o Irão não tem? Os palestinianos são seres humanos, ou alvos para os israelitas treinarem?

Os arquitectos e fabricantes de louça sanitária estão em apuros para definirem o lay out das novas casas de banho para o mais recente género da humanidade ocidental, o LGBT. Há ativistas de causas que propõem uma consulta ao livro do Génesis para descobrir como se aliviavam o Adão e a Eva! Para se descobrir se as calças devem ter braguilha e se as saias devem ter presilhas de sustentação. Onde se aliviam os LGBT? Antevejo o grande tema mobilizador das hostes educadas do Ocidente em 2023.

Mark Sargent que anda pelo mundo a garantir q
ue a Terra é plana. “A ciência diz que estamos numa pequena rocha coberta com um pouco de água e fumo, voando pelo espaço em diversas direcções e velocidades. Mas não, tudo o que vemos é parecido com o cenário de filme . “Tudo o que se vê em cima de nós, como as estrelas, os planetas, o Sol e a Lua, são apenas imagens no tecto”.

O milagre do Ano foi aparecimento de um saco com milhares de euros na casa de uma eurodeputada grega que louvava o regime do Qatar! A miraculada chama-se Eva Kaili e o milagre produziu-se num espaço de paz ecuménica entre o islamismo petrolífero e o cristianismo ortodoxo grego. A dita abençoada é também missionária das criptomoedas.

Por cá, também houve uma abençoada de nome Alexandra leitão que saltou de paraquedas de um avião da transportadora aérea estatizada e empreendeu um voo livre de quinhentos mil euros antes de abrir o dito e pousar tranquilamente numa outra empresa pública, antes mesmo de num acrobático salto, entrar ainda pelo governo adentro e ficando com a pasta do Tesouro embora por pouco tempo.