quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

PEDIDO DE EMPRÉSTIMO

Um advogado de Nova Orleães pediu um empréstimo em nome de um cliente que perdera sua casa aquando do furacão Katrina e queria reconstruí-la. Foi-lhe comunicado que o empréstimo seria concedido logo que ele pudesse apresentar o título de propriedade original da parcela da propriedade que estava a ser oferecida como garantia.O advogado levou três meses para seguir a pista do título de propriedade datado de 1803. 

Depois de enviar as informações para o Banco, recebeu a seguinte resposta. 

"Após a análise do seu pedido de empréstimo, notámos que foi apresentada uma certidão do registo predial. Cumpre-nos elogiar a forma minuciosa do pedido, mas é preciso salientar que o senhor tem apenas o título de propriedade desde 1803. Para que a solicitação seja aprovada, será necessário apresentá-lo com o registo anterior a essa data. " 

Irritado, o advogado respondeu da seguinte forma:
  "Recebemos a vossa carta respeitante ao processo nº.189156. Verificámos que os senhores desejam que seja apresentado o título  de propriedade para além dos 194 anos abrangidos pelo presente registo. De facto, desconhecíamos que qualquer pessoa que fez a escolaridade neste país, particularmente aqueles que trabalham na área da propriedade, não soubesse que a Luisiana foi comprada, pelos E.U à França, em 1803.

Para esclarecimento dos desinformados burocratas desse Banco, informamos que o título da terra da Luisiana antes dos E.U. terem a sua propriedade foi obtida a partir da França, que a tinha adquirido por direito de conquista da Espanha. 
A terra entrou na posse da Espanha por direito de descoberta feita no ano 1492 por um capitão da marinha chamado Cristóvão Colombo, a quem havia sido concedido o privilégio de procurar uma nova rota para a Índia pela rainha Isabel de Espanha. 
A boa rainha Isabel, sendo uma mulher piedosa e quase tão cautelosa com os títulos de propriedade como o vosso Banco, tomou a precaução de garantir a bênção do Papa, ao mesmo tempo em que vendia as suas jóias para financiar a expedição de Colombo. 
Presentemente, o Papa - isso temos a certeza de que os senhores sabem - é o emissário de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e Deus - é comummente aceite - criou este mundo. Portanto, creio que é seguro presumir que Deus também foi possuidor da região chamada Luisiana. Deus, portanto, seria o primitivo proprietário e as suas origens remontam a antes do início dos tempos, tanto quanto sabemos e o Banco também.
Esperamos que, para vossa inteira satisfação, os senhores consigam encontrar o pedido de crédito original feito por Deus. Agora, que está tudo esclarecido, será que podemos ter o nosso empréstimo? Que diabo!!!" 

O empréstimo foi concedido.

sábado, 8 de janeiro de 2011

As presidenciais, o BPN e o FMI

A acabar o ano, os portugueses, segundo dados da SIBS (Sistema Interbancário de Serviços) fizeram levantamentos nas caixas e terminais multibanco superiores aos do ano passado, em número e em montante, o que se compreende porque para além de ser Natal também evitaram o aumento do IVA; os portugueses bateram recordes na compra de automóveis novos, o que se compreende porque assim evitaram o aumento do IVA; os portugueses viveram a euforia do final do ano em grandes festejos por este país fora e fartaram-se de gastar dinheiro, o que se compreende por era o último dia com o IVA sem aumento; os portugueses andaram de nariz no ar a verem, em vários pontos do país, fogo-de-artifício às carradas o que se compreende por que o fogo foi comprado ainda com o IVA sem aumento. Portanto, ponderada a situação de extrema crise em que o país se encontra, os portugueses fartaram-se de poupar.

As presidenciais, o BPN e o FMI I

Mas, passado o ano ‘velho’, eis que 2011 ensaia os primeiros passos. Ora, este mês de Janeiro assume especial relevância no calendário do ano. Não por ser o primeiro. Mas por ser o mês das eleições presidenciais. Com certeza, que estávamos todos ansiosos que chegasse a campanha, por várias razões. Uma, será talvez a mais importante, é a de que o Governo já não vai a tempo de legislar de modo a que cada cidadão eleitor tenha de pagar IVA por cada voto, sabendo-se como se sabe que eleições custam caro e portanto poderia haver a tentação de dividir esses custos pelos cidadãos eleitores. Era o que faltava? Então não se paga já uma porrada de coisas que deviam ser gratuitas? Impressos dos impostos que pagamos, custos administrativos com portagens, encargos socialmente não sei o quê, como as taxas da EDP, da PT, da água, das renováveis, do lixo, etc, etc, etc. Desta parece-me que escapámos! Mas, estas eleições presidenciais são também importantes porque a campanha tem sido muito elucidativa. O candidato Cavaco já deu uma dezena de pontapés no Presidente Cavaco e é bem feito. Afinal, nestes cinco anos que passaram o que fez o presidente Cavaco? Nada! Absolutamente nada! Por isso, o candidato Cavaco tem criticado tanto o presidente Cavaco e diz que vai agora fazer o que o presidente Cavaco não fez. Ora aí está! O poeta Alegre, apoiado pelo bloco, primeiro e pelo ‘pê-esse’ depois tornou-se um caso de estudo. É que não é fácil lidar com isto! É como ter um pé em Almada e o outro no Terreiro de Paço. Uma ‘esparregata’ e tanto! Então em que ficamos? O candidato Alegre diz que se fosse presidente era contra o orçamento mas entretanto votou a favor? O candidato Alegre é a favor do estado social mas, entretanto, esteve sempre em todas as votações que, segundo diz, visam acabar com ele? Bem, isto são apenas dois exemplos de como deveria ser difícil se fosse presidente da república com este governo e com as ideias do bloco e presidente da república apoiado pelo bloco e com a publicar as ideias do governo. A não ser que estejamos perante um caso de presidência ao espelho! Ou seja, quando o candidato Alegre, uma vez presidente, tivesse que publicar um decreto-lei com mais medidas contra o estado social, punha-se à frente do espelho e assinava com a direita a olhar para a sua imagem que reflectida lhe indicaria a esquerda. O presidente da AMI que agora quer ser presidente da república é único porque, diz ele, já viu a miséria de perto! Até contou a estória do menino que esfomeado, perseguia uma galinha para lhe roubar o bocadinho de pão que a dita transportava no bico. Eu ouvi num debate televisivo a narrativa desse episódio extraordinário e depois, pelas risadas grotescas que ouvi de alguns e pelas críticas que li de muitos outros, fiquei ciente que não souberam interpretar a alegoria. O que o dr. Fernando Nobre quis frisar, foi que os portugueses, apesar de esfomeados nunca são capazes de matar o galináceo e contentam-se com os bocadinhos de pão que o dito vai deixando cair do bico. Coisas próprias de povo com brandos costumes tal como o menino que ele viu. Mas pronto. O doutor que, serviços relevantes, tem prestado à humanidade no âmbito das suas competências profissionais e, claro, pelo seu carácter de homem preocupado e amigo de ajudar quem precisa, de política não percebe nada. Ele diz que se for eleito vai fazer tanta coisa que eu ainda não consegui perceber se foi ele que se enganou na eleição e pensa que isto é eleição para primeiro-ministro ou sou eu que estou enganado. Mas, temos o candidato do ‘pê-cê-pê’. Ora aí está um partido que não anda por aí com candidatos emprestados. Pois o candidato Francisco Lopes prepara-se para, como sempre, apanhar com os votos da militância e, mesmo assim… bem, é capaz de não chegar lá! O que já chega é de ‘cassete’. Mas, ainda temos um outro candidato que anda no mesmo território do poeta e tendo sido presidente de câmara deseja agora ser presidente da república. É bem e tem nome a condizer. Defensor de Moura. Mas, não foi presidente em Moura mas sim em Viana do castelo. Trouxe para as presidenciais um tema fulcral. O BPN! Não sei o que isto tem a ver com as eleições mas isto sou eu na minha ingénua ignorância. A maneira de pôr toda a gente a falar e a discutir uma coisa que não interessa para nada. Porque efectivamente aquele banco não interessa para nada. Nem sequer aos banqueiros!
Com esta ‘equipa’ quem me parece que vai ganhar é uma senhora chamada abstenção! Ficávamos como o Brasil com uma presidenta. Sei lá se não seria uma boa ideia.

As presidenciais, o BPN e o FMI II

Por falar em BPN, (obrigado dr. Defensor de Moura pela lembrança!) acabo por não perceber porque é que ninguém gosta deste banco! Então se o professor Cavaco, que ainda não era presidente e muito menos candidato, aplicou as suas poupanças e ganhou o que ganhou; se o dr. Dias Loureiro, dizem, ficou milionário enquanto lá trabalhou a fazer não se sabe bem o quê porque quando foi interrogado sobre o que lá fazia nem ele se lembrava; e haverá muito mais gente, certamente menos mediática que, sem ter feito nada, acabou por ficar cheio de dinheiro; e as empresas que se fartaram de fazer bons negócios, com certeza, e que depois puseram a ‘dinheirama’ nos tais ‘off shores’ e, soube-se agora, já o BPN era ‘nosso’, isto é, estava nacionalizado, ainda comprou acções pelo triplo do seu valor. Ora, um banco destes é de preservar! E, agora que é ‘nosso’, isto é nacionalizado, todos devemos ser accionistas e assim ficamos (eu pelo menos vou ficar) à espera de quanto vai ‘tocar’ a cada um. É que, em conjunto, os portugueses já ‘investiram’ mais de quatro mil milhões de euros o que, pelas minhas contas, dará cerca de quatro mil euros a cada um de nós! Ora, como se sabe agora, se o lucro do professor Cavaco até foi modesto mas mesmo assim foi de cento e quarenta por cento, a mim, como sou modesto, bom jeito me daria receber pelo meu investimento, vamos lá, para aí uns dez mil euros. Grande banco este! Porque será que nem os banqueiros o querem?

As presidenciais, o BPN e o FMI III

E, perguntarão os leitores: O que é que o FMI tem a ver com isto para estar metido neste artigo? Eu respondo! O Fundo Monetário Internacional vai aterrar, em breve e pela terceira vez, neste ‘paraíso à beira mar plantado’ porque neste ‘paraíso à beira mar plantado’, precisa de alguém que acabe com este regabofe sem escrúpulo, este fartar vilanagem, este desmando desavergonhado, este esbulho sem pudor. Então a quem é que o FMI não dá jeito? Ao comum dos cidadãos nada mais pode acontecer de pior. Os impostos já subiram mais do que a conta; o estado social leva cacetada todos os dias; os subsídios e apoios sociais são retirados; os salários estão por um fio, entre providências cautelares e o interesse público (de quem?); o desemprego vai continuar a aumentar paulatinamente; a pobreza triplica e as famílias insolventes são cada vez mais; enfim, volto a perguntar, a quem é que não interessa o FMI? Adivinharam! Já nem preciso de escrever. Se vamos ter os juros da dívida mais baixos, menos institutos, menos fundações, menos empresas municipais, menos gente a enriquecer á custa do ‘zé’. Menos dinheiro? Com certeza. Mas quem é que se importa com isso se a esmagadora maioria já não tem népia! Venha lá o FMI, se fazem favor, antes que não haja coisíssima nenhuma para endireitar.
Aos candidatos a presidentes desejo sobretudo que aproveitem bem as duas semanas que faltam porque em campanha podem dizer o que lhes vier à cabeça e isso deve ser o melhor de tudo; ao BPN, já que o governo insiste em o ter ligado à máquina num coma induzido desejo que alguém nos faça o favor de tropeçar no fio e lhe dê a morte anunciada antes que ele nos ‘mate’ a todos; ao FMI que tenha em conta as doutas palavras de César que um dia terá dito sobre os lusitanos que eram uma cambada que não sabia governar-se nem se deixava governar. Faça o FMI o favor de ensinar a quem nos ‘desgoverna’ porque nós agradecemos. E, como já gastámos tudo o que tínhamos e o que não tínhamos vai ser fácil para o FMI ir buscar a gaita onde ela existe.