No decorrer do sec. XX, 14 foi o
numero de marcas de automóveis fundadas em Portugal a maior
parte delas desconhecida da maioria dos portugueses.
Nenhuma
opera actualmente e já
pouco resta para recordar.
Ficam aqui algumas das marcas mais emblemáticas.
Alba, desenhado e desenvolvido em Albergaria-a-Velha,
na Metalúrgica Alba, no ano de 1952. A carroçaria era em alumínio e bem ao
estilo Italiano da altura. Todo o carro, inclusive o motor, tem a autoria de
António Augusto Martins Pereira. O Alba tinha um motor de 4 cilindros de
1500cc que debitavam 90cv, 4 velocidades e atingia os 200km/h.
Terão sido construídos 4 exemplares.
Edfor, obra do industrial portuense Eduardo Ferreirinha, foi fabricado em 1937.
Motor Ford V8 com 3620cc, peso total de 970Kg e velocidade máxima
de 160Km/h. Este foi o carro conduzido por Manoel de Oliveira, quando
participava em provas de competição automóvel, durante a sua juventude.
Felcom,
possivelmente o carro português mais antigo, datado de 1933, foi
construído por Eduardo Carvalho a partir de automóveis que pertenceram a
Eduardo Ferreirinha, que mais tarde construiu os automóveis Edfor. O Felcom
continha componentes de um Ford A e de um Turcat-Méry, sendo o motor de um
Ford A, mas transformado com uma cabeça Miller.
IPA 300,
nasceu em Porto de Mós e foi a evolução do seu antecessor, o Lusito,
produzido pela mesma marca, a AGB. Apresentado na Feira das Industrias em
1958, foi uma referencia da industria metalo-mecânica nacional da altura.
Tinha como base o modelo Astra britânico, cujo motor era um British Anzani de
2 cilindros, a 2 tempos, com 15 cv, 300 CC e 3 velocidades. Contudo este modelo não avançou, devido á oposição do então
Secretário de Estado da Indústria, cuja politica industrial da altura,
passava por querer fabricar e montar em Portugal, veículos de marcas
europeias e americanas.
Marlei foi
concebido em 1954 por Mário Moreira
Leite, um dos mecânicos mais reputados do Porto na sua época . Tinha
como base um Opel Olympia Caravan e foi um dos últimos automóveis portugueses
de competição a ser construído. Com 48 cv, 4 cilindros, 1588 cc, 4
velocidades, 925 kg
de peso total e 160 km/h
de velocidade máxima.
MG Canelas
data de 1952, foi um carro carro que correu em muitas provas nacionais dos
anos 50. Ao contrário da generalidade dos automóveis portugueses da época,
este tinha um chassis tubular de concepção própria, fabricado em aço
cromo-molibdénio, soldado nas instalações das OGMA, e o motor, um 1500 cc de
base MG, foi totalmente remodelado e aligeirado. Tinha 95 cv, 4 cilindros,
1500 cc, 4 velocidades, 550
kg de peso total e velocidade máxima de 195 km/h.
Olda
proveniente de Águeda, surgiu em 1954 e rapidamente conquistou o papel de
favorito nas corridas, não só devido à qualidade do projecto como ao
excelente nível de condução de Joaquim Correia de Oliveira, piloto e técnico
do veículo, e de Ângelo Costa, responsável pela preparação dos motores.
Denominava-se Olda,contracção de “Oliveira de Águeda”, retendo as letras mais
importantes para a designação final. Com 80 cv, motor de 4 cilindros com 1493
cc e 4 velocidades. Peso total de 500 kg e velocidade máxima de 165 km/h.
Portaro
foi o primeiro Todo-o-Terreno português, e foi produzido pela FMAT (Fabrica
de Máquinas Agrícolas do Tramagal) a partir de 1976. As vendas em Portugal
chegaram a atingir volumes perto das 1000 unidades e a fábrica produzia outro
tanto para exportação. Em 1990, sem qualquer protecção à indústria nacional,
a Portaro fechava as suas portas depois de ter vendido quase 7.000 veículos
em território nacional e de ter exportado alguns milhares de unidades.
Contava com diversas versões, entre elas o Portaro 250 (na imagem) que
contava com um motor de 4 cilindros com 71 cv e 2498 cc.
Sado
surgiu no final dos anos 70 e foi lançado pelo o Grupo Entreposto, que deu
continuidade ao projecto iniciado na Famel de Águeda. Foi posto à venda em
meados de 1982, e custava cerca de 260.000 escudos. O Sado não chegava para
as encomendas, e as primeiras 50 unidades foram vendidas muito rapidamente,
chegando a haver até lista de espera. Tinha um motor de 2 cilindros com
547cc, produzindo 28 cavalos, 4 velocidades e pesava 480 kg, tinha como
velocidade máxima os 110
km/h.
UMM (União
Metalo Mecânica) começou a laborar a 4 de Julho de 1977, com o propósito de
produzir viaturas 4×4, rentáveis para uso na agricultura, indústria e
serviços. As carroçarias eram feitas em Mem Martins, onde
depois seguiam para a montagem e pintura em Setúbal, os motores eram Pegeout.
Confrontada com a falta de encomendas e a falta de apoios do governo, a
empresa não resistiu, e acabou por abrir falência em 2006. A UMM chegou a
correr no Paris-Dakar, nos anos 80. Foram produzidos ao todo 3 modelos, o
Cournil, o Alter e o Alter II, chegando a ser apresentado o prototipo do
Alter III (na imagem), que nunca chegou à linha de produção.