Este livro apresenta os donos de Portugal e faz a história política da acumulação de capital ao longo dos anos que vão de 1910 a 2010. Descobre-se a fortuna nascida da protecção: da viciação de pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia.
Esta burguesia é uma teia de relações próximas: os Champalimaud, Mello, Ulrich, Espirito Santo, Pinto Basto, entre muitos outros, que se vão mantendo unidos pelos casamentos 'cruzados', pelas ligações aos poderes, como uma família. Os principais interesses económicos conjugam-se na finança.
"Os Donos de Portugal" retrata também um fracasso monumental: o de uma oligarquia financeira incapaz de se modernizar, beneficiária do atraso, atraída pela especulação e pelas rendas do Estado e que se afasta da produção e da modernização.
Ameaçada pelo 25 de Abril, restabeleceu-se através de um gigantesco processo de concentração de capital organizado pelas privatizações e pela colocação de outros ligados ao Poder em lugares de destaque nas próprias organizações.
Os escândalos do BCP, do BPN e do BPP revelaram as faces da ganância. Um repositório histórico de 100 anos da promiscuidade entre política e negócios. Vale a pena ler, analisar e discutir.
Os Donos de Portugal – 100 anos de poder económico (1910-2010), da autoria de Jorge Costa, Luís Fazenda, Cecília Honório, Francisco Louçã e Fernando Rosas.
Eu estou a lê-lo!.