sábado, 29 de março de 2014

GESTÃO POR OBJECTIVOS


Dois homens que tinham o mesmo nome, um sacerdote e o outro taxista, quis o destino que morressem no mesmo dia. Quando chegaram ao céu, S. Pedro perguntou ao primeiro:
- És o sacerdote?
- Não, o taxista.
S. Pedro consultou as suas notas e disse:
- Bom, ganhaste o Paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. Podes ir.
E ao outro perguntou:
- És então tu o sacerdote?
- Sim, sou eu mesmo.
- Muito bem, meu filho, ganhaste o Paraíso. Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.
O sacerdote ficou admirado:
- Desculpe S. Pedro, mas deve haver engano. Eu sou o sacerdote!
- Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e...
- Não pode ser! Eu conheço o outro. Era taxista, e nas suas notas que eu tive ocasião de ler, está lá que ele subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava muito as pessoas.Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. 
E eu, passei 60 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu... Isto?
- Não é nenhum engano - disse S. Pedro. Estamos a fazer uma gestão muito profissional, como se faz em vida, com o trabalho que cada um tem e com os objectivos alcançados..
- Não entendo!
- Eu explico. Durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar. O que conta é o Resultado! Percebeste? Gestão por Objectivos! A forma de lá chegar é irrelevante...!

BES, O NOVO BPP?



O BES está a comercializar, de forma agressiva, um produto obrigacionista do próprio BES, fazendo com que clientes transformem Depósitos a Prazo que estão cobertos pelo Fundo de Garantia em Obrigações BES, sem protecção!


- O BES está a telefonar aos clientes com Depósitos a Prazo CR7 sugerindo que em vez do CR7 comprem uma Obrigação BES (ISIN: XS0782021140). O ISIN é o identificador do Produto registado na CMVM. 



- Esta Obrigação BES, por ser uma Obrigação, não é um Depósito a Prazo. Os clientes não tem qualquer protecção, se o BES for à falência ou se houver problemas graves de liquidez.

- Os comerciais do BES apenas falam dos juros da Obrigação BES, mas não referem que:
a) Obrigação BES não tem qualquer protecção para os depositantes
b) Existe uma penalização na venda da Obrigação de 3%, O que quer dizer que, se comprar a Obrigação e a vender um mês depois, perde imediatamente 3% do Capital. Estamos a falar de 3% do Capital, não dos juros.
c) Obrigação não tem qualquer liquidez, mesmo em mercado secundário, porque é uma colocação privada. Isto é, o BES controla totalmente o preço. A valorização do seu dinheiro passa a depender do que o próprio BES acha que vale, pois tem uma capacidade imensa de manipulação do preço, uma vez que tem uma baixíssima liquidez. Inclusive pode perder, por exemplo, uma percentagem do capital investido que quem fica sempre a ganhar é o próprio banco.

O BES que foi o único dos quatro grandes bancos portugueses que não recorreu ao dinheiro do Estado está a usar manobras agressivas e ilegais de financiamento.

Os comerciais BES não estão a respeitar o imposto tanto pela CMVM como pelo Banco de Portugal na explicação do produto e dos riscos associados. Aproveitam-se das relações de confiança e emocionais com os clientes. Isto é especialmente verdade com a população sénior, mais vulnerável pelo seu conhecimento mais limitado de mercados.

Se lhe apresentarem um impresso "Operações Sobre Instrumentos Financeiros" é esse impresso que indica que quer fazer a subscrição das Obrigações e que conhece o risco de mercado.
Se o impresso tiver o ISIN: XS0782021140, é precisamente destas obrigações que estamos a falar e se tiver no seu Extracto "Compra Fora de Bolsa BES LDN6", já tem Obrigações. 

O BES está a transformar milhares de depósitos de idosos e pessoas com menos conhecimentos em Obrigações BES, para seu proveito próprio.

NOTA: mão amiga fez-me chegar o alerta que acima dou notícia. Não sou cliente BES nem possuo depósito a prazo ou outra qualquer aplicação em nenhum banco por isso o meu interesse é apenas o de prestar informação e contribuir para a denúncia de mais um caso, a juntar a tantos outros, na banca nacional e que mesmo descobertos, os seus autores acabam por ficar impunes.

sexta-feira, 14 de março de 2014

AS FAMÍLIAS E AS EMPRESAS EM ESTADO DE NECESSIDADE! E A BANCA?


O montante do incumprimento dos empréstimos para aquisição de habitação atingiu um novo recorde no início deste ano, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal.
O crédito de cobrança duvidosa atingiu 2,4 mil milhões de euros, o que representa um agravamento de mais de 30 milhões de euros relativamente a Dezembro e mais de 170 milhões de euros quando comparado com Janeiro de 2013.
Todos nos lembramos do que se dizia ainda há bem pouco tempo a respeito do não pagamento das prestações da casa: as famílias podiam estar em situação difícil mas a prestação da casa era a última coisa que deixavam por cumprir. 
Pois, segundo os dados disponíveis, a sangria nos salários e o desemprego muitas vezes de ambos os membros no casal, bem como o ataque que o governo tem feito às pensões, muitas vezes o sustentáculo de toda a família, estão a produzir resultados.


Em termos globais, o malparado atingiu os 17 mil milhões de euros, em Janeiro que corresponde a 7,6% do valor total de crédito concedido pela banca, a famílias e a empresas, valor este nunca atingido anteriormente e que, a continuar a crescer como é previsível que aconteça, não permitirá que a banca possa continuar a financiar a economia nos mesmos patamares actuais, ainda assim reduzidos, e naturalmente retrairá ainda mais o nível da concessão do crédito, ou seja, o investimento continuará sem recuperação.

Às famílias, se o crédito à habitação mal parado, aumentou, como já foi dito acima, na vertente de crédito ao consumo passou a ter um peso de 11,8% e ainda mais acentuadamente no crédito para outros fins, onde se inclui saúde, educação, empresários por conta própria, por exemplo, o nível de incumprimento já vai nos 13,2%.

No caso das empresas, o malparado já tinha disparado em 2012 e situa-se agora acima dos 13%, posicionamento que se justifica pela redução de financiamento e as grandes dificuldades das empresas em manterem as tesourarias com a liquidez necessária para realizarem a amortização das suas dívidas junto da banca.

Apesar de continuar a haver recurso a programas de recuperação para empresas e famílias que têm recorrido a esses expedientes de renegociação de contratos de crédito, o que é facto é que em muitos casos nem isso tem obstado à sua insolvência ou à impossibilidade de cumprirem prestações mais suaves.

Já se perspectiva que é necessário tomar novas medidas para facilitar às famílias e às empresas o pagamento dos seus compromissos e é ao governo que cabe legislar sobre a matéria e ao Banco de Portugal que cumpre fiscalização enquanto entidade reguladora da actividade , dá vontade de perguntar a este mesmo governo o que é que o impede de tentar o mesmo junto dos credores do país? Ou não será a sua teimosia em manter o objectivo de pagar uma dívida incomportável que tem levado famílias e empresas a uma situação desesperada? 

   

quinta-feira, 13 de março de 2014

UM PAÍS A ANDAR PARA TRÁS


O Instituto Nacional de Estatística ( INE ) divulgou os valores oficiais de 2013.

O milagre económico que o ministro da economia assinalou e o país que está melhor segundo Passos Coelho são, talvez, referências a outro país já que Portugal, em dois anos e meio, andou para trás cerca de quinze anos.

Segundo o INE, nos últimos três anos, a contracção da economia foi de 5,83%, deixando o PIB de 2013, em 163,4 MM€ ou seja, apenas mais 1,51% que em 2000.
Mas se a análise for feita em relação ao PIB per capita, então o empobrecimento ainda é mais evidente.pois enquanto em 2001, esse montante era de 14.973,1 €, em 2012 baixou para 14.748,4 €.


O recuo do país seria ainda mais elevado não fosse a subida das exportações e as famílias terem recuperado algum poder de compra no último trimestre de 2013.


Quanto ao emprego, Portugal chegou ao final de 2013 com 4,57 milhões de empregos mas destes, cerca de 617 mil trabalhadores, sem remuneração. Para encontrarmos valores semelhantes temos de recuar a 1996, quando a economia portuguesa empregava 4,56 milhões de trabalhadores.


Os valores divulgados evidenciam ainda a destruição de 580 mil empregos desde o início de 2009, dos quais 358 mil só durante o chamado período de ajustamento.


Obviamente que a destruição de empregos acima referenciada teve consequências dramáticas no disparar da taxa de desemprego que se situou em 2013 nos 15,3%, abaixo do inicialmente projectado.
Mas, este valor pode estar a ser ajudado por 3 factores, em simultâneo:
- Os elevados números da emigração, mais de 300.000;
- Um número indeterminado de desempregados que deixou de procurar trabalho.
- Milhares de desempregados que se encontram mensalmente em formações e estágios.
No conjunto, tratar-se-á de perto de 800 mil pessoas que deixaram de estar inscritas nos centros de emprego ou que não contam para a estatística do desemprego; se tal não acontecesse, a taxa de desemprego situar-se-ia no intervalo de 22 a 25%, mais de 1,4 milhões de pessoas. Uma catástrofe.

Só estas duas vertentes chegam para verificarmos que apesar dos tais sinais de recuperação que o governo não se cansa de evidenciar, o desastre social é demasiado evidente para que se possa honestamente pensar e afirmar que estamos num país melhor.





NÃO CHATEIEM OS MERCADOS, PORRA!


O documento que preconiza a reestruturação da dívida subscrito por setenta personalidades da vida política da direita mais mais conservadora à extrema esquerda é totalmente irresponsável, especialmente quando o país se prepara para regressar aos mercados. 

As palavras são daquele senhor parecido com um insecto e que é ministro não sei bem de quê mas parece que é da propaganda ou coisa assim.
Para esta gente que nos (des)governa mais os partidos que a apoia tudo é irresponsável mesmo que se trate de uma opinião e uma visão sérias sobre o futuro do país e dos portugueses.
Para esta gente que nos (des)governa, mormente para Passos Coelho que apenas pretende agarrar-se ao único emprego que lhe restará e para Paulo Portas que o que quer é continuar a pavonear a arrogância pelos salões da política europeia, só aquilo que decidem é que é 'A Bem da Nação'.
Cavaco, por seu lado dá uma no cravo e a outra na ferradura. Por um lado vai afirmando que só por masoquismo podemos pedir a reestruturação da dívida mas depois prefacia que nem daqui a vinte anos estaremos libertos da austeridade e da vigilância dos credores, ou seja, seremos perfeitos masoquistas se não tentarmos negociar.

Que gente mais desprovida!
Que país mais derrotado!

  

terça-feira, 11 de março de 2014

MADRID, 11 DE MARÇO DE 2004



LEMBRAR FUKUSHIMA

O Japão lembra, hoje, com um minuto de silêncio, o sismo de magnitude 9 na escala de Richter e o tsunami que se seguiu que ocasionaram mais de 18 mil mortos e desaparecidos e arrasaram o nordeste do Japão, causando graves danos na central de Fukushima Daiichi naquele que ficou como o maior desastre nuclear da história.

Três anos depois do tremor de terra e do tsunami que se lhe seguiu, as marcas da destruição e as cicatrizes deixadas no Japão pertencem, em muitas regiões, ao passado. 








segunda-feira, 10 de março de 2014

UM PREFÁCIO À FISGADA

O senhor Presidente da República resolveu prefaciar.

No entanto, primeiro quis deixar claro que está farto do paleio do governo e dos partidos que o sustentam, logo que surgiram os primeiros sinais de uma recuperação que parece dever-se muito mais à incapacidade do próprio país continuar a afundar-se e muito menos às reformas estruturais que o governo diz que fez mas que não fez!

Depois, afirma não perceber porque é tão difícil o diálogo e o entendimento entre as principais forças políticas e sociais e pede aos portugueses que forcem os políticos a um consenso para que o país não continue a sofrer com programas de mais austeridade.

Não vale a pena, pois, estar a prestar atenção ao que os políticos andam para aí a dizer sobre saídas à irlandesa, ou saídas mais ou menos, ou saídas mais menos que mais pela simples razão de que o país não tem saída. Pelo menos, durante os próximos vinte anos!

Eles já andam em campanha e, por isso, querem é prometer de novo um montão de coisas e depois dos votos, lá vem a austeridade tirar o que foi dado e muito mais. 
Já todos sabemos que a jogada mas eles é que gostam sempre de tentar mais uma vez.

Agora, o que quer então o Presidente da República?
O senhor Presidente da República até tem razão no que diz.
Tem de haver acordo em pontos essenciais:
- Como vamos reformar estruturalmente o Estado para que a economia possa crescer de forma equilibrada e sustentada? 
- Como vamos aplicar os dinheiros do novo quadro comunitário que por serem a última oportunidade para o país se robustecer economicamente?
- Finalmente, como vamos pagar a dívida e, em simultâneo, trazer a dívida pública para sessenta por cento do PIB e manter um défice orçamental abaixo o meio ponto percentual?

Como nada disto parece ser motivo de ponderação para os políticos que temos, a mim parece-me que vamos ter uma saída à fisgada!