domingo, 13 de abril de 2014

O PAÍS ESTÁ MELHOR; NÓS É QUE SOMOS PIEGAS...

O governo está num famoso processo de branqueamento das políticas desastrosas que têm tornado o país numa espécie de 'estado de guerra'. Mas, para o senhor primeiro ministro e restantes membros do governo e apoiantes da maioria, o país está melhor. Nós é que somos os piegas...






Alguns aspectos reveladores da política que tem sido seguida nestes três anos e que o governo, decerto por esquecimento, não tem revelado. Pode não achar que serão os mais importantes mas o problema reside simplesmente que por detrás dos números estão pessoas, famílias inteiras lançadas na pobreza. Todos os dias somos confrontados com os números da fome que aumenta. Ainda agora, durante o período de férias da Páscoa, 369 escolas mantiveram as cantinas abertas para fornecerem refeições gratuitas aos seus alunos carenciados. E são milhares os que têm na cantina escolar a única refeição digna desse nome durante o dia. Sem outros comentários piegas.

- Mais longa recessão económica, de sempre (3 anos consecutivos) 
- Maior queda do PIB desde 1974 (3,6% em 2012, contra 5,1% em 1975; o PIB em 2013 está ao nível de 2002)
- Maior queda da procura interna desde 1973 (6,6% em 2012)
- Maior queda do consumo privado desde  1975 (5,4% em 2012)
- Maior queda do investimento público e privado, desde 1975 (15,8% do PIB em 2012)

- Maior dívida pública desde 1972 (129% do PIB em 2013; continua a subir)
- Maior crescimento da dívida pública em 2 anos consecutivos (18% em  2012/2013)
- Maior dívida privada desde 1995 (254,6% do PIB em 2013)
- Maior número de falências/insolvências desde 2003 (3.841 só no 4º trimestre 2013)

- Maior queda nas remunerações, de sempre (7,3% em 2013)
- Maior aumento de impostos sobre o trabalho (32% em 2013)

- Maior número de empresas com crédito em incumprimento, de sempre (máximo histórico: 30,8% em Agosto de 2013)
- Maior número de famílias com crédito em incumprimento, de sempre (máximo histórico: 15,7% em Fevereiro de 2014)

- Maior número de casais com ambos os cônjuges desempregados, de sempre

- Maior número de emigrantes, desde sempre.(121.418 em 2012; superior em cerca de 10.300 ao então recorde do ano de 1966)
- Maior número de desempregados, de sempre. (875.893 em 2013)
- Maior número de pessoas que dificilmente conseguirão um novo emprego (276.800 em 2013)
- Maior taxa de desemprego jovem, de sempre (37,7% em 2013) 
- Maior taxa de desemprego de longa duração, de sempre (51,9% em 2013)
- Menor taxa de emprego, desde 1983 (50,4% em 2013)
- Maior destruição de postos de trabalho num só ano, de sempre (150.000 em 2012)

- Menor número de nascimentos, de sempre (pela 1ª vez desde 1960, abaixo dos 90.000)

NOTA: os números relativos a cada item estão no site Pordata e têm como início, 1960.
Quando se escreve que determinado número é o mais elevado ou o mais baixo de sempre refere-se até 1960, há precisamente 54 anos!