Contas ainda por fazer mas, com mais umas dezenas ou menos umas dezenas, cerca de um milhão e meio de pessoas em Paris, entre as praças da República e da Nação, um percurso de três quilómetros que se encheu num protesto contra os ataques terroristas da semana. Estima-se que em toda a França terão sido quatro milhões.
Na passagem do ano, em França, foram incendiados 940 automóveis.As autoridades rejubilaram. Afinal, no fim do ano anterior, o número de viaturas vanbdalizaas e incendiadas tinha ultrapassado as mil e duzentas. Não se trata de jihadistas nem de vidas humanas perdidas mas de centenas de jovens franceses que não encontrarem outra forma de se manifestar contra aquilo que o mundo ocidental tem para o seu futuro. Muito pouco ou nada! Quantas notícias apareceram na comunicação social sobre este assunto? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?
No dia 3 de Janeiro, em Baga, uma cidade do nordeste da Nigéria, o grupo extremista Boko Haram, islâmico, matou dezenas de milhares de pessoas na sua maioria mulheres, crianças e velhos, durante três dias. Quantos jornais e televisões deram enfoque a este massacre? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?.
Já em Novembro, bombistas suicidas em Kano, na Nigéria, tinham feito 48 mortos numa estação de camionagem. e na, passada sexta feira duas crianças-bomba fizeram-se explodir em mercados ao ar livre, em locais diferentes. Num dos casos, a explosão fez 2 mortos e 46 feridos. No outro, foram 20, os mortos enquanto 18 pessoas eram gravemente atingidas. Quantos jornais e televisões deram enfoque a este massacre? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?
Os jornalistas ocidentais, reféns do Estado Islâmico que foram espancados e torturados antes de serem decapitados em frente a uma câmara são a crueza e violência extremas e no entanto quantas pessoas saíram à rua para repudiar estes acontecimentos?
Todos os dias há 'charlies hebdos' em qualquer parte do mundo.
Mais uma vez, quando sentimos que o perigo já ultrapassou a soleira da nossa porta e o terror está instalado em casa, é que acordamos no sobressalto do medo, na denúncia do aviltamento, na revolta da indignidade. Mas, não é juntando um milhão de pessoas em Paris, Londres, Madrid, Berlin, Roma ou noutra capital europeia que se elimina a barbárie global e os lapsos das nossas consciências, quanto às chacinas perpetradas a outros povos em outros tantos lugares, só porque são africanos ou asiáticos e se encontram noutros continentes, noutros países onde a vida humana possa ser menos valorada por nós..
A luta tem de ser diária, na defesa pela vida e pela liberdade de expressão sob qualquer forma, porque são esses os valores em que acreditamos e não podemos deixar que os eliminem, seja em que parte do planeta for em que uma simples tentativa ocorra.
Só assim, seremos todos CHARLIE HEBDO.
Na passagem do ano, em França, foram incendiados 940 automóveis.As autoridades rejubilaram. Afinal, no fim do ano anterior, o número de viaturas vanbdalizaas e incendiadas tinha ultrapassado as mil e duzentas. Não se trata de jihadistas nem de vidas humanas perdidas mas de centenas de jovens franceses que não encontrarem outra forma de se manifestar contra aquilo que o mundo ocidental tem para o seu futuro. Muito pouco ou nada! Quantas notícias apareceram na comunicação social sobre este assunto? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?
No dia 3 de Janeiro, em Baga, uma cidade do nordeste da Nigéria, o grupo extremista Boko Haram, islâmico, matou dezenas de milhares de pessoas na sua maioria mulheres, crianças e velhos, durante três dias. Quantos jornais e televisões deram enfoque a este massacre? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?.
Já em Novembro, bombistas suicidas em Kano, na Nigéria, tinham feito 48 mortos numa estação de camionagem. e na, passada sexta feira duas crianças-bomba fizeram-se explodir em mercados ao ar livre, em locais diferentes. Num dos casos, a explosão fez 2 mortos e 46 feridos. No outro, foram 20, os mortos enquanto 18 pessoas eram gravemente atingidas. Quantos jornais e televisões deram enfoque a este massacre? Quantas pessoas saíram à rua, em capitais europeias, para repudiar este acontecimento?
Os jornalistas ocidentais, reféns do Estado Islâmico que foram espancados e torturados antes de serem decapitados em frente a uma câmara são a crueza e violência extremas e no entanto quantas pessoas saíram à rua para repudiar estes acontecimentos?
Todos os dias há 'charlies hebdos' em qualquer parte do mundo.
Mais uma vez, quando sentimos que o perigo já ultrapassou a soleira da nossa porta e o terror está instalado em casa, é que acordamos no sobressalto do medo, na denúncia do aviltamento, na revolta da indignidade. Mas, não é juntando um milhão de pessoas em Paris, Londres, Madrid, Berlin, Roma ou noutra capital europeia que se elimina a barbárie global e os lapsos das nossas consciências, quanto às chacinas perpetradas a outros povos em outros tantos lugares, só porque são africanos ou asiáticos e se encontram noutros continentes, noutros países onde a vida humana possa ser menos valorada por nós..
A luta tem de ser diária, na defesa pela vida e pela liberdade de expressão sob qualquer forma, porque são esses os valores em que acreditamos e não podemos deixar que os eliminem, seja em que parte do planeta for em que uma simples tentativa ocorra.
Só assim, seremos todos CHARLIE HEBDO.