Resolvi não perder as sessões da comissão parlamentar de inquérito ao 'desastre' BES/GES, como qualquer cidadão que gosta de andar informado; e, também, preocupado e solidário, à partida, com todos os que 'investiram' as suas poupanças (muitos deles, poupanças de uma vida) em papel comercial acima de qualquer suspeita.
Achei a imaginação do senhor Ricardo Salgado, o máximo;
os primos do senhor também foram muito bem nos seus papeís de anjinhos de coro; escutei com muita compaixão a falta de memória do senhor Zeinal Bava, coitado tão novo ainda;
abri a boca de espanto, por várias vezes, com as revelações do senhor Granadeiro, um extraordinário passa culpas;
não pude deixar de sorrir com a paródia que é o senhor Carlos Costa do BdP e a arte de sacudir os pingos do ombro quando o que ele precisa é de um enorme guarda chva;
fiquei divertido, também, com o senhor Carlos Tavares da CMVM e o seu jogo do empurra; achei um espectáculo tudo o que o senhor Sobrinho do BESA nos veio revelar sobre a dinheirama que desapareceu;
e até o senhor Pacheco que lidava com os dinheiros do BES e que parece que afinal só fazia uns recados, etc, etc, etc, etc, etc...
E, sinceramente, estou convencido!
Fiquei a saber que houve uma take over sobre a PT, o que provocou um dawnsizing na empresa e impediu o advanced freight.
Sendo assim, o asset allocation baseado num appraial report, que é o allotment indicado, provocou um average price muito baixo, reduzindo os back to back ao mínimo. Ora, o bid price provocou um dumping e uma floating rate incomportável com o funding previsto pelos supervisores.
Deixou, pois de existir uma verdadeira hedge, o que levou ao levantamento de hard cash em grande quantidade. Se considerarmos que o ICVM , ao fim do período estava a deteriorar-se e os pay-out continuavam a baixar, a única solução seria o payabre to the bearer de eventuais incomes da empresa.
Voltando um pouco atrás, o pool entre Bes e Ges , fez diminuir drasticamente o portfólio dos clientes, levando inevitavelmente a um revolving credit que abrangeu a maioria dos shareholders de ambas as empresas.
Como é evidente o pricecut da Rio Forte foi inevitável e a take over sobre a mesma também. O gross profit baixou significativamente, aumentando o grade period e o bank rate.
Agora digam-me!
Com operações tão complexas como é que se há-de pagar assim sem mais nem menos?
Tenham paciência. Depois daquelas cabeças pensantes terem gasto o bestunto para conseguirem delapidar um império, roubar uns milhares de incautos e ainda por cima, não saberem depois onde é que puseram tanto milhar de milhão de euros...
Então não são mesmo filhos da puting?
PS: È claro (digo eu) que a comissão parlamentar de inquérito se esqueceu de ouvir aquela senhora com a bata verde e meias de lá pelo joelho, de aspirador na mão, limpava todas as manhãs o gabinete do senhor Ricardo ou aquele senhor que aparecia sempre de impecável libré verde e tirava o boné nuns reverentes 'bons dias' enquanto abria a porta do 'Rolls' do senhor Ricardo....são eles, de certeza, os principais culpados!