Se, o senhor Aníbal Cavaco Silva tivesse apenas declarado que: ouvidos os partidos como determina a Constituição, convidara o senhor Pedro Passos Coelho para formar governo uma vez que é o chefe da coligação que recebeu mais votos nas eleições, tudo isto seria juridicamente sustentável e politicamente legítimo.
Só que o senhor Aníbal Cavaco Silva não se limitou apenas a enumerar as razões e fez questão, mais uma vez, de ser Cavaco em vez de ser Presidente da República.
O senhor Aníbal resolveu acrescentar porque nunca aceitaria um governo em que comunistas e bloquistas tivessem representação no poder, ainda que esse poder emanasse da sua representação na Assembleia da república com o peso de mais de um milhão de votos de cidadãos eleitores.
Nas doutas palavras do senhor Aníbal, a economia deixaria de ter qualquer previsibilidade, os mercados entrariam numa espiral de instabilidade com catastrófico resultado sobre a dívida; as agências de notação financeira atirariam o país para o fundo do contentor dos lixos não recicláveis, os agentes económicos entrariam num pânico que arrastaria as empresas para a falência e a economia para a depressão; os investidores fugiriam para parte incerta ou iriam pôr a dinheirama noutras paragens mais alinhadas com as direitas servilmente adeptas do neoliberalismo contorcionista; a NATO mandaria vasos de guerra empurrar os navios de cruzeiro para a boca da barra; os acordos e tratados no âmbito da União Europeia passariam a estar em permanente questão; e mais um imenso rol do mais despudorado desprezo pelos partidos que formam a oposição que somou mais votos que a coligação.
No seu desnorte, o senhor Aníbal junta considerações e alusões a deputados que eventualmente correspondam aos cânticos de sereia dos 'pafes'. Uma atrocidade que teve o condão de abrir uma guerra de trincheiras com um imenso campo minado ao centro.
Estando o senhor Aníbal condenado a ser Cavaco, fica a evidência de que isto constitui uma deselegante imbecilidade e uma forma de pressão inadmissível sobre o Parlamento, para forçar a mão a alguns deputados do PS e convencê-los a aprovar o programa da PàF
O senhor Aníbal no auge da 'cavaquice' determina que a Passos Coelho apenas se pede que faça de coelho e que monte um governo tipo 'É tão bom! Não foi?' e que, se necessário, o manterá em gestão numa espécie de banho maria. E, se a oposição o esfolar...
Quando o senhor Aníbal apagar a luz e fechar a porta em Belém, pela última vez, poderá deixar calmamente no papel, as suas memórias...
O senhor Aníbal Cavaco Silva deu hoje posse ao senhor Pedro Passos Coelho e aos restantes membros do governo PàF numa cerimónia já habitual no palácio da Ajuda.
No seu desnorte, o senhor Aníbal junta considerações e alusões a deputados que eventualmente correspondam aos cânticos de sereia dos 'pafes'. Uma atrocidade que teve o condão de abrir uma guerra de trincheiras com um imenso campo minado ao centro.
Estando o senhor Aníbal condenado a ser Cavaco, fica a evidência de que isto constitui uma deselegante imbecilidade e uma forma de pressão inadmissível sobre o Parlamento, para forçar a mão a alguns deputados do PS e convencê-los a aprovar o programa da PàF
O senhor Aníbal no auge da 'cavaquice' determina que a Passos Coelho apenas se pede que faça de coelho e que monte um governo tipo 'É tão bom! Não foi?' e que, se necessário, o manterá em gestão numa espécie de banho maria. E, se a oposição o esfolar...
Quando o senhor Aníbal apagar a luz e fechar a porta em Belém, pela última vez, poderá deixar calmamente no papel, as suas memórias...
O senhor Aníbal Cavaco Silva deu hoje posse ao senhor Pedro Passos Coelho e aos restantes membros do governo PàF numa cerimónia já habitual no palácio da Ajuda.