domingo, 15 de novembro de 2015

FRANÇA TEVE A SUA SEXTA FEIRA 13

159 MORTOS. MAIS DE 300 FERIDOS. MAIS DE 100 GRAVES.

A EUROPA LEVANTA-SE EM PROTESTO, cada vez que a barbárie lhe entra em casa, sem pedir licença, e se instala pelos sofás da sala de estar mas esquece-se de que a morte é apenas a consequência dos vários caos que se espalhou à sua volta e cujas responsabilidades também são (em grande parte) suas.

A EUROPA É um território demasiado vulnerável, amálgama de interesses antagónicos, fronteiras débeis e indefesas, medidas descoordenadas e inconsequentes, soluções adiadas ou simplesmente imprestáveis.

A CADÊNCIA DO HORROR que o 'estado islâmico' reivindica, depois do ataque à redacção do Charlie Hebdo, em Janeiro e das duas bombas, no final da maratona de Boston que fizeram uma dezena de mortes e mais de trinta feridos; as dezenas de vítimas de explosões em hotéis do Sharm El Shiekh e de Luxor, no Egipto; um atirador de kalashnikov a tiracolo, semeia morte e pânico numa praia da Tunísia; um 747 que explode e despenha com 232 pessoas a bordo; as centenas de milhar de refugiados sírios e o imenso cemitério líquido de migrantes africanos em que se transformou o Mediterrâneo.

AS 'PRIMAVERAS' ÁRABES do norte de África, as guerras no Iraque, na Síria, os ataques no Afeganistão; a instabilidade no Paquistão; os genocídios Boko Haram, nos territórios da África Subsariana, desde o descalabro americano de Mogadíscio (Somália), passando pelo Níger, Guiné Equatorial, Chade, Sudão do Sul, Eritreia, Burkina Fasso são exemplos que ajudarão a perceber onde reside o verdadeiro fulcro?

'L'Arc de Lá Défense', em Paris que simboliza a fraternidade, 
a resistência e a capacidade de dialogar, frente a frente.
Infelizmente, parece cada vez mais longe da realidade.

TALVEZ NÃO SEJA DEMASIADO TARDE mas...
MAS, SERÁ NECESSÁRIO QUE A EUROPA MUDE.
Não adianta continuar à espera que a anormalidade conquiste o tempo do esquecimento ou entre na rotina para fingir que nada aconteceu.
Não adianta continuar à espera que a barbárie se gaste a si própria num processo autofágico de retórica religiosa.
Não adianta continuar à espera que o destemor de alguns substitua pela sua coragem desafiadora o que deve ser feito, pela Europa e não apenas por este ou aquele país.
LÍDERES, PRECISA-SE!