Embora por vezes me sinta fascinado por algumas mais rebuscadas, não sou muito fã de teorias da conspiração, principalmente quando visam fins morais e menos ainda quando me parecem apenas oportunistas.
O que tem vindo a lume acerca da China ter deixado escapar um virus com o fim de levar o Ocidente a mergulhar num caos "perpétuo" . Parece-me mais uma teoria conspirativa tipo que nas redes sociais tornou viral.
Como gosto do contraditório, por mais absurdo que pareça o outro lado da moeda, diria que se foi isso que aconteceu pela reacção de alguns lideres de países europeus e americanos, que defendem políticas neoliberais e populistas de extrema direita tem dado uma grande ajuda.
Do incitamento ao chamado "contágio geral" de Boris até ao encolher de ombros de Trump passando pelas posições tão singulares de Bolsonaro e de alguns governos europeus de direita, sabendo-se que os grupos acima dos 65 anos e os que, por doença crónica estejam mais expostos e vulneráveis, isso significa que para uma estratégia de "limpeza" social, o vírus serve às mil maravilhas para a selecção natural.
Ora se o Estado Social e principalmente os serviços públicos de saúde são tidos por ineficazes e sorvedores de dinheiro e o Estado a mais é motivo de maior corrupção, então deviam desaparecer, segundo a doutrina neoliberal e de alguma direita, cada vez mais encostada à extrema populista.
Que grande favor os chineses estão a prestar a essa política.
dos populismos, xenófobos e à campanha anti-chinesa que imediatamente explodiu como se não tivesse sido o Ocidente a "abrir portas" à China... os chineses teriam inventado um "vírus" que, em limite, se viraria contra eles..
Mas para mim, trata-se de outro grande absurdo a pandemia vista como uma "criação" gerida por uma "entidade superior" e destinada a punir a raça humana como "troco" a todas as desgraças que o "bicho homem" afinal, criado pelo mesmo Criador, tem feito ao planeta e todos os males da sociedade.
Esperam os defensores de tal teoria que assim seja posta em prática uma espécie de "Sodoma e Gomorra" bíblica, ou seja o ressuscitar de um deus castigador e purificador que tendo pelo seu lado a fé dos crentes, assiste do reino dos céus à "matança do rebanho" de infiéis.
Francamente, custa-me a admitir que haja quem assim pense e se não seria melhor ques a tal "Entidade" seja Ela qual for começar primeiro por escolher os que assim pensam.
Ter um só deus a quem rogar a salvação, quando se assiste à devastação parece-me difícil e muito ilógico mas isso sou eu que não sou crente..
Finalmente, na parte "oportunista" para além das inevitáveis "politiquices" e demagogias, onde o cinismo e a espera de colher dividendos no final são o móbil das intervenções com aquele desejo nunca confessado (claro!) de que "oxalá corra mal para eu ter razão..." há aqueles que defendem o incurável optimismo porque verdadeiramente aterrados, repetem até à exaustão "vamos ficar todos bem!" quando efectivamente a probabilidade de ficarmos muito mal é o mais certo, além de que o vírus pode atacar a todos por igual, ricos e pobres, reis e plebeus, etc mas, veremos no fim quem ficará a sofrer e quem sairá pior desta crise humanitária.
A inevitabilidade de teorias entronca numa necessidade que o Homem tem de se "fortalecer" em tempos de exigência e de dificuldade, parecendo aliviar-se na transferência de alguma responsabilidade para outros, sejam tão terrenos como ele ou seres sobrenaturais acima de qualquer suspeita.
