Peste de Atenas - 430 A.C. (ou Praga de Atenas) terá vitimado dois terços da população daquela cidade estado grega e terá sido uma epidemia de Febre Tifoide, causada por uma 'salmonela'
Peste Antonina - 165-180 (ou Peste Galeno) teve início no período em que o Império Romano estava no auge e o imperador era Marco Aurélio, pertencente à linhagem dos antoninos. A versão, mais comum, da etiologia tem relação com o abastecimento alimentício da região em que o Egipto era o principal fornecedor de sementes do Império Romano. O consenso médico indica que se tratava, na verdade, de uma epidemia de varíola hemorrágica cujos sintomas eram sede excessiva, repulsa por qualquer tipo de alimento, cansaço, delírios e edemas pulmonares.
Praga de Justiniano - 541-544 Justiniano I era o imperador bizantino. A praga foi transmitida por pulgas de ratos infetados pela bactéria Yersinia pestis (Peste Bubónica) teria origem no Egipto, passou pelo Médio Oriente Médio até chegar a Constantinopla, capital do Império Bizantino. A sintomatologia era de febres, pústulas e tumores na pele, delírios, bolhas negras do tamanho de grãos espalhadas pelo corpo e, na fase final, o vómito de sangue. A causa acabou atribuída a um castigo divino que terá causado cerca de cinco milhões de mortos!
Epidemia de Varíola Japonesa - 735-737 atingiu o Japão e matou 1/3 de toda a população japonesa; teve repercussões sociais, económicas e religiosas, significativas, em todo o país que se prolongaram pelos séculos seguintes. Mas a doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos desde o tempo de Ramsés II no Antigo Egipto, passando por rainha Mary II de Inglaterra e Luís XV da França que tiveram a temida “bexiga”, o vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, pelas vias respiratórias. Erupções na garganta, na boca e no rosto. A Varíola só acabou em todo o mundo em 1980, após campanhas de vacinação em massa que duraram 10 anos.
Pandemia da Peste Bubónica – 1333… 1800 A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV matando entre 75 e 130 milhões pessoas na Europa e Oriente. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para menos de 350 milhões. Causada pela bactéria Yersinia pestis e pode disseminar-se através de pulgas e roedores infetados. A sintomatologia passa por: febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e adenopatias. Ricardo Jorge atingiu a consagração a nível nacional e internacional quando chegou à prova epidemiológica da peste bubónica que, em 1899, assolou a cidade do Porto!
Pandemia da Tuberculose - a doença não tem pátria. Acompanha o homem há muitos séculos, talvez até, desde a época em que ele passou à condição de bípede. Existem relatos de evidência em ossos humanos pré-históricos, encontrados na Alemanha e datados de 8 000 A.C. A doença prosseguiu espalhando-se mundo fora, da miséria e das guerras constantes que aumentavam os níveis da doença. Nos séculos XIV e XV, os médicos da região, que hoje corresponde à Itália, começaram a demonstrar a possibilidade de contágio da Tuberculose entre as pessoas. A partir dos séculos XVII e XVIII, a doença passou a ser melhor compreendida e recebeu, finalmente, o seu nome atual. A partir de 1940, começam a surgir os antibióticos e os quimioterápicos, que iriam trazer, finalmente, a cura. A Tuberculose acompanha a evolução do homem! Robert Koch anunciava a identificação do bacilo gerador da Tuberculose (24/03/1882)
Pandemia da Cólera - Séc. XIX-XX A primeira epidemia global de Cólera, em 1817, matou perto de 2 milhões de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofreu diversas mutações e causou novos ciclos epidémicos em todos os continentes. Portanto, ainda é considerada uma pandemia! Os sintomas são diarreia intensa, cólicas e enjoo. Apesar de existir vacina contra a doença, ela não é 100% eficaz. No Iémen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade.
Poliomielite - (Poliovírus) identificado em 1908, por Karl Landsteiner e por volta de 1910, grande parte do mundo teve um aumento exponencial de casos e as epidemias tornaram-se comuns, principalmente, nas cidades, durante os meses de verão, deixando milhares de crianças e adultos paralíticos. Desenvolvida na década de 1950, a Vacina contra a Pólio reduziu drasticamente o número global de casos da doença, por ano. Foi o pior surto na história dos EUA. Dos 58 000 casos relatados naquele ano, 3.145 originaram a morte e 41.269 paralisia. Foram criados por essa altura os "centros respiratórios" - precursores das actuais Unidades de Terapia Intensiva. em Copenhaga 1977 - em todo o mundo calcula-se acima dos 10 milhões as pessoas atingidas pelo flagelo (em Portugal, comummente designada por "paralisia infantil" terá atingido cerca de 30.000 pessoas).
Febre Amarela é uma doença viral, transmitido pela picada de um mosquito fêmea infetado. O vírus é ARN do género Flavivírus. Os sintomas incluem febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, cefaleias e dores musculares, principalmente, nas costas. Todavia, em certos casos, aparecem dores abdominais, lesões no fígado, que causam icterícia, e insuficiência renal. Os sintomas, geralmente, melhoram ao fim de cinco dias. Pessoas que residem ou viajam para zonas endémicas de febre amarela deverão ser vacinadas. A Febre Amarela é endémica em 47 países.
Pandemia da Gripe Russa - 1889 - Espalhou-se por Ásia, Europa, África e América. a primeira detalhadamente, documentada, tendo tido seu início em Maio de 1889, em Bukhara, no sul do antigo Império Russo (atual Uzbequistão). Alastrou pela Rússia em, apenas, duas semanas. Provocada pelo vírus H2N2, caracterizava-se, principalmente, por febre e pneumonia. Causou a morte de dois milhões e meio a três milhões de pessoas entre 1889 e 1893.
Pandemia da Gripe Espanhola - 1918/1919 - em 6 meses atingiu todos os continentes, deixando um saldo entre 50 a 80 milhões de mortos em todo o mundo espalhada, principalmente, por conta da movimentação de tropas no período da Primeira Guerra Mundial. Foi decretado o encerramento de escolas, igrejas, comércio e repartições públicas. Obrigatório o uso de máscaras faciais para reduzir o contágio e a população entrou em quarentena. Em Portugal morreram entre 50 a 70 mil pessoas!
Pandemia da Gripe Asiática - 1957 - O vírus da Gripe A, subtipo H2N2, que se originou na China continuou a ser transmitido até 1968, quando se transformou por mutação antigénica no vírus influenza A subtipo H3N2, a causa da pandemia de influenza de 1968, a Gripe de Hong Kong. Em Portugal morreram 1050 pessoas e no mundo inteiro cerca de quatro milhões.
Pandemia de Gripe de Hong Kong - 1968 - foi a terceira pandemia de Gripe no século XX (1968), com o aparecimento de uma mutação no vírus Influenza A, originando o vírus H3N2. Em todos os países, com exceção dos EUA, a doença foi benigna, não estando associada a grande número de mortes, em comparação com as duas epidemias anteriores. Em Portugal, no final de 1968 e no início de 1969, assinalou-se a primeira onda epidémica. A segunda iniciou-se em 1970!
Pandemia de Gripe Suína - 2009 - inicialmente, designado por vírus H1N1, é uma combinação dos vírus da influenza suína, aviária e humana. A infecção não é adquirida pela ingestão de carne de porco e, muito raramente, é adquirida pelo contacto com porcos infectados. Espalhou-se por 70 países e pelos 50 estados norteamericanos. A maior parte das mortes, inicialmente, ocorreu no México. Entrou em pós-pandemia em Agosto de 2010.
HIV - 1980 - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é uma doença do sistema imunológico humano, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) identificada em 1980 é transmitido, principalmente, através de relações sexuais, transfusões de sangue contaminado, agulhas hipodérmicas e de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou amamentação. Em Portugal, no ano de 2013, foram diagnosticados quase três casos por dia de infecção por VIH/Sida.
Ébola - 2014 - descoberto em 1976 no Zaire (atual República Democrática do Congo), perto do rio Ébola, o vírus da família dos Filoviridae é uma das causas de febres hemorrágicas epidémicas na África Ocidental e a maior já registada tendo causado 14.877 mortes e 39.936 doentes. O vírus chegou à Europa e à América do Norte. Apresenta elevadas taxas de mortalidade. O controlo da epidemia consiste, essencialmente, na profilaxia e respeitar medidas de higiene e boa nutrição!
Malária (Malária, Maleita, Paludismo) - 2003 - foi, desde a Antiguidade, um dos principais flagelos da humanidade. Atualmente, pelo menos 300 milhões de pessoas contraem Malária, anualmente, em todo o mundo. Destas, cerca de 1,5 a 2 milhões morrem. Quase 3 mil crianças morrem por dia de Malária na África! A doença mata, anualmente, duas vezes mais do que a SIDA e muito mais do que qualquer outra doença infeciosa. A Malária está presente em mais de 90 países! Já desapareceu da Europa e da América do Norte. A humanidade deve a dois inimigos que se aliaram há milénios: um protozoário e um mosquito.
Coronavírus - 2002 e 2012 - Antes que o novo Coronavírus SARS-CoV-2 causasse a atual pandemia de Covid-19, outros dois Coronavírus que circulavam em animais, passaram a infectar os humanos e espalharam-se rapidamente. As epidemias de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-2002) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers-2012) comportaram-se de maneira diferente. A Sars, causada pelo vírus SARS-CoV, espalhou-se por 26 países, com 80.098 casos confirmados e 774 mortes. O número de casos confirmados de MERS-CoV gira em torno de 25 mil casos em 27 países.