domingo, 21 de fevereiro de 2021

PRAGAS, PANDEMIAS E EPIDEMIAS DE TODOS OS TEMPOS


 

Peste de Atenas - 430 A.C. (ou Praga de Atenas) terá vitimado dois terços da população daquela cidade estado grega e terá sido uma epidemia de Febre Tifoide, causada por uma 'salmonela'

Peste Antonina - 165-180 (ou Peste Galeno) teve início no período em que o Império Romano estava no auge e o imperador era Marco Aurélio, pertencente à linhagem dos antoninos. A versão, mais comum, da etiologia tem relação com o abastecimento alimentício da região em que o Egipto era o principal fornecedor de sementes do Império Romano. O consenso médico indica que se tratava, na verdade, de uma epidemia de varíola hemorrágica cujos sintomas eram sede excessiva, repulsa por qualquer tipo de alimento, cansaço, delírios e edemas pulmonares.

Praga de Justiniano - 541-544 Justiniano I era o imperador bizantino. A praga foi transmitida por pulgas de ratos infetados pela bactéria Yersinia pestis (Peste Bubónica) teria origem no Egipto, passou pelo Médio Oriente Médio até chegar a Constantinopla, capital do Império Bizantino. A sintomatologia era de febres, pústulas e tumores na pele, delírios, bolhas negras do tamanho de grãos espalhadas pelo corpo e, na fase final, o vómito de sangue. A causa acabou atribuída a um castigo divino que terá causado cerca de cinco milhões de mortos!

Epidemia de Varíola Japonesa - 735-737 atingiu o Japão e matou 1/3 de toda a população japonesa; teve repercussões sociais, económicas e religiosas, significativas, em todo o país que se prolongaram pelos séculos seguintes. Mas a doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos desde o tempo de Ramsés II no Antigo Egipto, passando por rainha Mary II de Inglaterra e Luís XV da França que tiveram a temida “bexiga”, o vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, pelas vias respiratórias. Erupções na garganta, na boca e no rosto. A Varíola só acabou em todo o mundo em 1980, após campanhas de vacinação em massa que duraram 10 anos.

Pandemia da Peste Bubónica – 1333… 1800 A doença é considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV matando entre 75 e 130 milhões pessoas na Europa e Oriente. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para menos de 350 milhões. Causada pela bactéria Yersinia pestis e pode disseminar-se através de pulgas e roedores infetados. A sintomatologia passa por: febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e adenopatias. Ricardo Jorge atingiu a consagração a nível nacional e internacional quando chegou à prova epidemiológica da peste bubónica que, em 1899, assolou a cidade do Porto!

Pandemia da Tuberculose - a doença não tem pátria. Acompanha o homem há muitos séculos, talvez até, desde a época em que ele passou à condição de bípede. Existem relatos de evidência em ossos humanos pré-históricos, encontrados na Alemanha e datados de 8 000 A.C. A doença prosseguiu espalhando-se mundo fora, da miséria e das guerras constantes que aumentavam os níveis da doença. Nos séculos XIV e XV, os médicos da região, que hoje corresponde à Itália, começaram a demonstrar a possibilidade de contágio da Tuberculose entre as pessoas. A partir dos séculos XVII e XVIII, a doença passou a ser melhor compreendida e recebeu, finalmente, o seu nome atual. A partir de 1940, começam a surgir os antibióticos e os quimioterápicos, que iriam trazer, finalmente, a cura. A Tuberculose acompanha a evolução do homem! Robert Koch anunciava a identificação do bacilo gerador da Tuberculose (24/03/1882)

Pandemia da Cólera - Séc. XIX-XX A primeira epidemia global de Cólera, em 1817, matou perto de 2 milhões de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofreu diversas mutações e causou novos ciclos epidémicos em todos os continentes. Portanto, ainda é considerada uma pandemia! Os sintomas são diarreia intensa, cólicas e enjoo. Apesar de existir vacina contra a doença, ela não é 100% eficaz. No Iémen, em 2019, mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade.

Poliomielite - (Poliovírus) identificado em 1908, por Karl Landsteiner e por volta de 1910, grande parte do mundo teve um aumento exponencial de casos e as epidemias tornaram-se comuns, principalmente, nas cidades, durante os meses de verão, deixando milhares de crianças e adultos paralíticos. Desenvolvida na década de 1950, a Vacina contra a Pólio reduziu drasticamente o número global de casos da doença, por ano. Foi o pior surto na história dos EUA. Dos 58 000 casos relatados naquele ano, 3.145 originaram a morte e 41.269 paralisia. Foram criados por essa altura os "centros respiratórios" - precursores das actuais Unidades de Terapia Intensiva. em Copenhaga 1977 - em todo o mundo calcula-se acima dos 10 milhões as pessoas atingidas pelo flagelo (em Portugal, comummente designada por "paralisia infantil" terá atingido cerca de 30.000 pessoas).

Febre Amarela é uma doença viral, transmitido pela picada de um mosquito fêmea infetado. O vírus é ARN do género Flavivírus. Os sintomas incluem febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, cefaleias e dores musculares, principalmente, nas costas. Todavia, em certos casos, aparecem dores abdominais, lesões no fígado, que causam icterícia, e insuficiência renal. Os sintomas, geralmente, melhoram ao fim de cinco dias. Pessoas que residem ou viajam para zonas endémicas de febre amarela deverão ser vacinadas. A Febre Amarela é endémica em 47 países.

Pandemia da Gripe Russa - 1889 - Espalhou-se por Ásia, Europa, África e América. a primeira detalhadamente, documentada, tendo tido seu início em Maio de 1889, em Bukhara, no sul do antigo Império Russo (atual Uzbequistão). Alastrou pela Rússia em, apenas, duas semanas. Provocada pelo vírus H2N2, caracterizava-se, principalmente, por febre e pneumonia. Causou a morte de dois milhões e meio a três milhões de pessoas entre 1889 e 1893.

Pandemia da Gripe Espanhola - 1918/1919 - em 6 meses atingiu todos os continentes, deixando um saldo entre 50 a 80 milhões de mortos em todo o mundo espalhada, principalmente, por conta da movimentação de tropas no período da Primeira Guerra Mundial. Foi decretado o encerramento de escolas, igrejas, comércio e repartições públicas. Obrigatório o uso de máscaras faciais para reduzir o contágio e a população entrou em quarentena. Em Portugal morreram entre 50 a 70 mil pessoas!

Pandemia da Gripe Asiática - 1957 - O vírus da Gripe A, subtipo H2N2, que se originou na China continuou a ser transmitido até 1968, quando se transformou por mutação antigénica no vírus influenza A subtipo H3N2, a causa da pandemia de influenza de 1968, a Gripe de Hong Kong. Em Portugal morreram 1050 pessoas e no mundo inteiro cerca de quatro milhões.

Pandemia de Gripe de Hong Kong - 1968 - foi a terceira pandemia de Gripe no século XX (1968), com o aparecimento de uma mutação no vírus Influenza A, originando o vírus H3N2. Em todos os países, com exceção dos EUA, a doença foi benigna, não estando associada a grande número de mortes, em comparação com as duas epidemias anteriores. Em Portugal, no final de 1968 e no início de 1969, assinalou-se a primeira onda epidémica. A segunda iniciou-se em 1970!

Pandemia de Gripe Suína - 2009 - inicialmente, designado por vírus H1N1, é uma combinação dos vírus da influenza suína, aviária e humana. A infecção não é adquirida pela ingestão de carne de porco e, muito raramente, é adquirida pelo contacto com porcos infectados. Espalhou-se por 70 países e pelos 50 estados norteamericanos. A maior parte das mortes, inicialmente, ocorreu no México. Entrou em pós-pandemia em Agosto de 2010.

HIV - 1980 - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é uma doença do sistema imunológico humano, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) identificada em 1980 é transmitido, principalmente, através de relações sexuais, transfusões de sangue contaminado, agulhas hipodérmicas e de mãe para filho, durante a gravidez, o parto ou amamentação. Em Portugal, no ano de 2013, foram diagnosticados quase três casos por dia de infecção por VIH/Sida.

Ébola - 2014 - descoberto em 1976 no Zaire (atual República Democrática do Congo), perto do rio Ébola, o vírus da família dos Filoviridae é uma das causas de febres hemorrágicas epidémicas na África Ocidental e a maior já registada tendo causado 14.877 mortes e 39.936 doentes. O vírus chegou à Europa e à América do Norte. Apresenta elevadas taxas de mortalidade. O controlo da epidemia consiste, essencialmente, na profilaxia e respeitar medidas de higiene e boa nutrição!

Malária (Malária, Maleita, Paludismo) - 2003 - foi, desde a Antiguidade, um dos principais flagelos da humanidade. Atualmente, pelo menos 300 milhões de pessoas contraem Malária, anualmente, em todo o mundo. Destas, cerca de 1,5 a 2 milhões morrem. Quase 3 mil crianças morrem por dia de Malária na África! A doença mata, anualmente, duas vezes mais do que a SIDA e muito mais do que qualquer outra doença infeciosa. A Malária está presente em mais de 90 países! Já desapareceu da Europa e da América do Norte. A humanidade deve a dois inimigos que se aliaram há milénios: um protozoário e um mosquito.

Coronavírus - 2002 e 2012 - Antes que o novo Coronavírus SARS-CoV-2 causasse a atual pandemia de Covid-19, outros dois Coronavírus que circulavam em animais, passaram a infectar os humanos e espalharam-se rapidamente. As epidemias de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-2002) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers-2012) comportaram-se de maneira diferente. A Sars, causada pelo vírus SARS-CoV, espalhou-se por 26 países, com 80.098 casos confirmados e 774 mortes. O número de casos confirmados de MERS-CoV gira em torno de 25 mil casos em 27 países.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

AO CAIR DO PANO

 

O ex-ministro da saúde e especialista em saúde pública, Adalberto Campos Fernandes, com base em dados que apontam para redução de casos da covid-19 (de 16% numa semana, em todo o mundo e a nível europeu de 18%), afirma Portugal, infelizmente, terá sido dos piores na última vaga, principalmente devido a decisões erráticas e a deficiente comunicação do governo.
Portugal entrará mais depressa num novo ciclo mais positivo e mais esperançoso, sem embandeirar em arco, mantendo a precaução que ajude o impulso benéfico que as vacinas e novos testes poderão dar para um regresso sustentado à normalidade.
Palavras de esperança contida que gostei de ouvir.
Esperemos que se realizem!
Aqui ao lado, Madrid e Barcelona saíram à rua, em peso na noite desta quarta-feira em protesto pela prisão do rapper Pablo Hasél, detido na Universidade de Lérida, depois de condenado a nove meses de prisão por glorificação do terrorismo e injúrias à monarquia.
Com o escalar da violência, a polícia acabou por voltar a usar da força perante os manifestantes, com vários feridos incluindo uma mulher que terá perdido um olho na sequência dos confrontos.
O cantor também acusou o rei emérito Juan Carlos e Felipe VI, de vários crimes, incluindo homicídio e desvio de fundos.
Em plena pandemia, com as restrições à liberdade de manifestação e de reunião, a polícia teve de intervir dado que os eventos nem estavam autorizados.
As três expedições a Marte, dos Emiratos, China e Estados Unidos já se encontram em órbita e a última a chegar que será a americana vai ter honras de "directo" (que chegará à Terra com seis minutos de atraso) e certamente, com todos os ingredientes que as novas tecnologias devem proporcionar. Na CNN dentro de poucas horas....
E, em noite de "Champions", pela primeira vez na história, os "dragões" levaram de vencida a "vecchia signora" que veio de Turim com o maior do mundo na bagagem, mas CR7 não teve oportunidade para mostrar os seus dotes. Parabéns aos azuis e brancos da Invicta que deram um pontapé na série de resultados menos bons.
E, por falar em pontapé, termino com abri, esta manhã, com FUTEBOL um "aportuguesamento" do vocábulo saxónico FOOTBAL Curioso é que foi dada uma designação para o jogo que está patenteada e em devida referência no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa LUDOPÉDIO do (latim ludus, -i, jogo, +latim pes, pedis, pé + -io).. Mas, nem esta; nem a outra de "BOLA NO PÉ" foi atractiva para o léxico "futeboleiro" a não ser para um clube de futebol de Sevilha que tem o nome de REAL BÉTIS BALOMPIÉ, onde joga o internacional William Carvalho que já foi leão.
E, PRONTO! JÁ CHEGA apre! "chega" salvo seja) é mesmo para acabar

SALAM' ALEIKUM

 


Salam'Aleikum, como sabemos, uma expressão árabe significa "a paz esteja entre vós", usa-se como saudação amistosa, acompanhado de um gesto de mãos juntas à frente do rosto e uma ligeira inclinação da cabeça. Depois de séculos de andar nas bocas não só dos árabes foi-se transformando tanto na escrita como na fonética e também quanto ao significado.
"Salamaleque" o termo aportuguesado no que deu a expressão original que adquiriu uma faceta de exagero gestual e cerimonioso e de algum exibicionismo. Diz-se da pessoa que "faz salamaleques" ou determinada postura que é "cheia de salamaleques".
Talvez, se fosse um árabe a abrir o dia aqui no face, abrisse assim!
Com salamaleque!
Quando comprei "on line", durante o confinamento de 2020, um livro sobre curiosidades da língua portuguesa não imaginava que houvesse tantos vocábulos importados de outras línguas e que se tornaram mais do que vulgares. Nem só a necessidade aguça o engenho, a curiosidade também.
E, recordo o professor de inglês do meu longínquo quinto ano do liceu, cujo nome não recordo, porque entre era sempre o "Teacher" - como os futebolistas chama "mister" ao treinador - um excelente comunicador e sempre transmitindo-nos conhecimentos que ajudassem a perceber as relações entre o inglês e o português.
Ligado ao termo com que se designa, na gíria, as travessas usadas para manter paralelos e fixos os dois carris dos caminhos de ferro que são as célebres "chulipas" ou "sulipas" está o inglês! Estranho? Talvez não.
E, contava a história. Como os caminhos de ferro foram introduzidos em Portugal, durante o reinado de D. Luís I - a linha Lisboa-Carregado - por ingleses, chegaram engenheiros e operários ingleses especializados aos quais se juntaram trabalhadores portugueses que ajudavam no trabalho de transporte e assentamento das linhas. E, então os ingleses sempre que lhes pediam as ditas "travessas" apontavam para os madeiros e com o gesto nomeavam "SLEEPERS" (dorminhoco, em inglês).
Sleeper para aqui, sleeper para ali, os trabalhadores baptizaram as ditas travessas e passaram a designá-las entre si, por "sulipa" ou "chulipa, o que até dava para dar um sotaque diferente ao termo.
Ora para o que me havia de dar. isto mais parece uma abertura cheia de salamaleques; devo ter dormido mal na chulipa...
Para não os maçar mais, hoje, volto noutro dia com mais coisas e loisas.
A propósito, sabem de onde vem esta expressão' Ahhhhhhhh, fica para a próxima... até mais logo!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

É A NOSSA VIDA


 Aqui há tempos li, já não sei onde, que amadurecemos com o passar dos (D)anos; achei graça com aquele "dê" agasalhado nos parêntesis e estrategicamente colocado antes da palavra "anos".

Na vida vamos, de facto, aprendendo mais com os danos que com os anos e é isso que nos dá a resiliência necessária para continuarmos e para não nos repetirmos nos mesmos erros.
Amadurecer sem envelhecer, uma arte caprichosa que poucos sabem levar até ao fim; amadurecer mas sempre vivos como se o futuro não tivesse aquele momento de previsível imprevisibilidade onde tudo acaba.
Sonho por realizar; arrependimento que não tem tempo para ser; um segredo que vai connosco; um amor que se guarda egoísta e único; uma paixão que ficou para sempre no nosso coração como se tivesse memória, o nosso coração...
Na vida, todos temos
um sonho inalcançável
um remorso irreversível
um momento imprevisível
um segredo inconfessável
um amor indivisível
uma paixão inesquecível.