quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

LUGARES COM HISTÓRIA

CASTELO DE ALMOUROL

Prédio Militar n.º 6. É esta a denominação toponímica e cartográfica do Castelo de Almourol, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros e com histórias mil para contar. A explicação é simples. Afinal de contas, trata-se de uma propriedade do Exército português, inevitavelmente incluída nos roteiros turísticos nacionais e de além-fronteiras.


Entre Vila Nova da Barquinha e Constância, Almourol com cerca de 310 metros de comprimento, 75 de maior largura, ergue-se no meio das águas do Tejo, há séculos “plantado” num pequeno ilhéu, diminuta formação granítica literalmente a dividir as margens do rio, foi há séculos, um ponto nevrálgico manobras militares.

A sua história registada por achados arqueológicos remonta à época da ocupação romana da Península Ibérica, por volta do século II a.C., que tomou o que então seria um castro lusitano. Mais tarde, os alanos, visigodos e mouros ali assentaram arraiais, até que, em 1129, D. afonso Henriques tomou de assalto a fortaleza estratégica, situada pouco a jusante da confluência do Tejo com o rio Zêzere.
Reedificado em 1171 por Gualdim Pais, mestre templário e monge-cavaleiro a quem D. Afonso Henriques havia doado, Almourol foi aos poucos perdendo relevância dado o avanço das conquistas para Sul por parte dos cruzados lusitanos. 
Entretanto, já no reinado de D. Dinis (de 1279 a 1325), dá-se a extinção da Ordem dos Templários, com todos os seus bens e direitos a passarem para as mãos da Ordem de Avis. Daí em diante Almourol sofreu várias alterações, com algumas das mais profundas a serem levadas a cabo já no século XIX e ao longo de grande parte do seguinte.

Enquanto não se concretizar o prometido Parque de Almourol (um mega-projecto de capitais públicos e privados que pretende criar um pólo de lazer, desporto e cultura, resta percorrer o interior e o exterior do castelo, desviando-nos de ervas daninhas, mato selvagem na sua maioria e perigosas armadilhas. 
Vá, portanto, com atenção, e até pode ser que, no meio dos escondidos caminhos em cimento construídos pelos militares e pode ser que descubra algum dos vários túneis que, reza a historia contada de boca em boca, ligavam a ilha às margens.