Dizia Brito Camacho que na política 'as moscas mudam mas a merda é sempre a mesma"!. A verdade é que existem episódios cada vez mais merdosos onde vamos encontrar os políticos, No entanto, ao contrário do que dizia Camacho, Paulo Portas é o caso excepcional em que uma mesma mosca aparece em tudo o que dá em merda. Já deve ter sido investigado, escutado, etc, mas nunca foi indiciado, acusado, muito menos condenado. Mas que aparece quase sempre, mais ou menos ligado às 'merdas', lá isso...
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EIS OS "MONTES DA DITA" POR ONDE PAULO PORTAS JÁ ESVOAÇOU:
CASO UNIVERSIDADE MODERNA
O ex-vice-reitor da Universidade Moderna, Sousa Lara, afirmou em tribunal, que o CDS/PP recebeu apoio directo da cooperativa e que Paulo Portas estava implicado o que terá levado à dissolução da Alternativa Democrática (AD). Contou ao colectivo de juízes que, em Fevereiro de 1999 (altura em que «rebentou» o Caso Moderna), o assessor do PP, Nuno Gonçalves lhe disse que o Governo do PS tinha «elementos altamente comprometedores» sobre Paulo Portas, que o iam obrigar a aceitar o lugar no Parlamento Europeu por causa da «imunidade parlamentar». Lara falou com Santana Lopes que ficou «chocado» e que tentou falar com o próprio Paulo Portas tendo acabado por fazê-lo só mais tarde. Horta e Costa, o secretário-geral do PSD na altura, por sua vez, terá falado com Marcelo Rebelo de Sousa e dias depois terminou a AD.
CASO DOS SUBMARINOS
Em consequência de escutas aos intervenientes no caso Portucale, a investigação acabou por abrir novas frentes. O processo de compra e contrapartidas dos submarinos à empresa alemã Ferrostaal, é uma delas.
O cônsul honorário de Portugal em Munique, investigado por suspeitas de corrupção, relatou aos administradores da Ferrostaal os encontros que manteve com Paulo Portas, Durão Barroso e o seu assessor Mário David, mas os três envolvidos sempre negaram esses contactos. Juergen Adolff, que foi exonerado do cargo quando surgiu a acusação da justiça alemã, terá recebido 1,6 milhões de euros para convencer o Governo português, mas ninguém sabe do rasto deste dinheiro.
A compra de dois submarinos para a marinha portuguesa custou cerca de mil milhões de euros e o negócio foi financiado por um consórcio bancário formado pelo BES e o Crédit Suisse, escolhido em 2004 pelo então ministro da Defesa do CDS-PP Paulo Portas. A proposta vencedora do BES terá sido posteriormente agravada com prejuízo para o Estado, com a duplicação do spread cobrado pelo banco, mas ainda assim aceite pelo ministro.
A justiça portuguesa investiga o rasto de cerca de 24 milhões de euros que os alemães transferiram para a ESCOM UK, e que daí terão seguido para uma conta do BES nas Ilhas Caimão, que se suspeita que terão sido utilizados para pagar subornos a responsáveis políticos e militares portugueses que tomaram a decisão de avançar com o negócio, uma vez que os serviços prestados pela ESCOM não justificariam mais que 5 milhões de euros.
CASO PORTUCALE
Nome do empreendimento turístico do Grupo Espírito Santo (GES), as suspeitas da justiça envolviam o ex-tesoureiro do CDS-PP, Abel Pinheiro, que segundo a acusação usou da sua influência para conseguir a autorização do governo PSD/CDS-PP para o abate de 2500 sobreiros, essencial para viabilizar o investimento do GES na herdade da Vagem Fresca, em Benavente o que acabou por acontecer com o despacho assinado 4 dias antes das eleições legislativas que viriam a dar a vitória a José Sócrates e ao PS com maioria absoluta, pelos ministros Costa Neves (PSD), Nobre Guedes e Telmo Correia (CDS) e que apontava como provável contrapartida o depósito de um milhão de euros pelo GES.
O facto dos justificativos do “donativo” terem identidades de doadores fictícios acrescentou ao rol de acusados de falsificação de documentos, funcionários do CDS/PP entre eles, João Carvalho, nomeado em 2013 para trabalhar no gabinete de Paulo Portas no MNE. O nome do benfeitor do CDS que doou dinheiro ao partido de Paulo Portas era Jacinto Leite Capelo Rego. Um “nome esquisito”, que levantou as suspeitas da PJ quando o CDS, em 2004 entregou cerca de quatro mil recibos de doações ao partido,
CASO BLINDADOS PANDUR
Francisco Pita, proprietário da fábrica onde eram montados os Pandur, ganhou 50 milhões de euros com o acordo obtido com a General Dynamics, a empresa norte-americana que forneceu as viaturas blindadas a Portugal, num contrato assinado quando Paulo Portas era ministro da Defesa.
Em Setembro deste ano, anunciava-se o fim do litígio com a empresa, considerando o governo que se chegou a "soluções compatíveis com os interesses do Estado Português". Em comunicado conjunto do Ministério da Defesa Nacional e do Ministério da Economia, afirma-se que Portugal fica com 22 viaturas Pandur "sem necessidade de efectuar qualquer pagamento".
Portugal pagou 230 milhões de euros por 166 blindados, mas nenhum deles tem capacidade de servir a Marinha (que pelo contrato inicial receberia 20 Pandur anfíbios), afirmou em Agosto deste ano o chefe do Estado Maior do Exército, Carlos Jerónimo, na comissão parlamentar de inquérito à compra de equipamentos militares. O responsável militar indicou ainda que faltam as valências "anti-carro, morteiros, engenharia e comunicações" aos blindados entregues, considerando que o programa que visou substituir os blindados Chaimite "está coxo".
CASO VISTOS GOLD
O mais recente "negócio de sucesso" apadrinhado por Paulo portas acaba, igualmente, num caso de corrupção com todos os condimentos do costume à mistura.
Entre os detidos estão altos funcionários do Estado, o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado e a secretária-geral do Ministério da Justiça e estará também envolvido o director da Casa da Moeda. O esquema de corrupção dos vistos gold, que levou à demissão do ministro Miguel Macedo, que é próximo de vários dos suspeitos e que de acordo com o mesmo jornal trocou prendas com o empresário chinês Zhu Xiadong, sócio da Golden Vista Europe, consistia na angariação de investidores interessados em comprar mais de 500 mil euros em imobiliário cujo preço era inflacionado. Em troca, os investidores recebiam uma autorização de residência que ao fim de sete anos se pode tornar permanente. António Figueiredo, do IRN, geria o esquema e movia influências para a atribuição de vistos gold a clientes, em prazos muito inferiores ao previsto pela lei.CASO DOS HELICÓPTEROS
Está para durar a saga da constituição do Grupo de aviação Ligeira do Exército. O ministro da Defesa rescindiu um contrato de 35 milhões de euros com a Eurocopter para a aquisição de 9 helicópteros mas tem em cima da mesa um outro, com mais do dobro do valor, em que a posição do Estado é muito mais frágil. No caso da adjudicação verifica-se que foi por ajuste directo o que tendo em conta os montantes envolvidos (entre os 75 e os 100 milhões de euros) contrasta flagrantemente com o anterior de "apenas" 35 milhões dos EC-635, atribuído após concurso público e que o ministro Paulo Portas rescindiu quando ocupava a pasta da Defesa. O Grupo de Aviação Ligeira do Exército ainda só voa no papel.
( parte deste artigo foi baseado em "Portas Golden" do blogue 'Biscates' de Carlos de Matos Gomes).