O PESCADOR ESTAVA a recolher as redes no areal de Sanlucar de Barrameda, junto a Cádiz num fim de tarde de 6 de Setembro de 1522 quando viu um ponto no horizonte, depois uma nau de velas brancas com a cruz de Isabel, a Católica, e assim adornava para a direita e dava para ver o castelo e o mastro da popa muito arruinado e com o velame rasgado.
DO FORTE vinham gritos de alerta dos vigias e os sinos da catedral de la Santa Cruz tocavam a rebate. A população entre a curiosidade e o alvoroço a acorrer. No cais, formavam duas filas de arcabuzeiros com os capacetes em reflexos de prata.
QUANDO A NAU entrou em águas mansas e virou de ré, LIBERTÁ, o nome que mais pareceu no espanto das bocas e no esbugalhar dos olhos de todos, nome e visão de navio fantasma.
A NAU DE SEBASTIAN ELCANO com 18 homens exaustos concluía a viagem de circum navegação iniciada ali, três anos antes, por Fernão de Magalhães com 12 embarcações e 472 marinheiros.
MAGALHÃES morto em combater num desembarque trágico em Cebu, nas Filipinas, comandava a expedição primeira a pisar a Terra do Fogo, no extremo sul do continente americano, a passar o estreito que hoje tem o seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, nome dado por ele devido á mansidão das águas.
SEBASTIAN ELCANO continuou então com os restantes 9 navios e pouco mais de cem homens pela costa do Japão, as Marianas, Brunei e Timor, onde uma tempestade destruiu mais quatro embarcações ficando então só no LIBERTÁ com 20 homens em que depois de contornar o norte do continente australiano rumou em direcção à ponta sul de África, passou o cabo das Tormentas e subiu a costa de oeste africana passou na Praia ( Cabo Verde) e nas Canárias.
O Pinguim de Magalhães recebeu o seu nome como homenagem, pois foi o primeiro Europeu a ter visto um.
As aptidões de navegação de Magalhães foram reconhecidas no posterior baptismo de objectos associados à astronomia, incluindo as Nuvens de Magalhães, as crateras lunares de Magalhães, e as crateras marcianas de Magalhães.