Neste mesmo dia de 1973, O palácio presidencial de La Moneda, em Santiago é bombardeado e o presidente SALVADOR ALLENDE assassinado durante golpe de Estado que estabelece a ditadura militar no Chile.
domingo, 11 de setembro de 2022
O GOLPE QUE PÔS FIM AO SONHO
Neste mesmo dia de 1973, O palácio presidencial de La Moneda, em Santiago é bombardeado e o presidente SALVADOR ALLENDE assassinado durante golpe de Estado que estabelece a ditadura militar no Chile.
sábado, 10 de setembro de 2022
ESPÉCIE DE CARTA ABERTA AO SÔR 1º MINISTRO
AINDA ANTES DO ALMOÇO
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
CONVERSAS AO ESPELHO
- Boa noite. Vou-me deitar.
- Hoje gostei mais de te ver. Não sei se foi por te ter feito
a barba mas ficaste com um ar mais leve. Mais animado. Menos pesado.
- Menos pesado(?) Deixa-me rir. Depois do que emagreceste
nestes quatro meses, peso é coisa que não tens. Já reparaste na quantidade de
pele que te sobra, nos braços?
- Lá está… é preciso saber interpretar o peso das palavras.
Nem leve é leve. Nem pesado é pesado. Mas, deixemo-nos de charadas. Como foi o
teu dia?
- Hummmmm, normal, perfeitamente normal.
- O que é um dia normal? Chato? Assim, assim? Rotineiro?
- Bem, talvez um pouco disso tudo.
- Ou seja, foi uma seca…
- Lá estás tu com os trocadilhos. Seca sem ser seco…
- Ah! Pois, não tem chovido.
- Não é nada disso. Podia ter chovido e a seca ainda ser
maior.
- Pois… está-se bem!
- Sei que estás a fazer progressos e isso é bom. Optimismo!
Sem perder o sentido da realidade.
- Positivismo lógico, talvez.
- Ai, ai, ai, não me venhas, a esta hora, com filosofias
baratas.
- Caramba, isto é não é filosofia barata. Positivismo lógico
tem a ver com racionalidade, manter a mente aberta, agir em conformidade com o
momento…
- Ah! OK! Já percebi.
- Assim é mais fácil encarar o presente. Sem fasquias demasiado
altas…
- Pois. É como aqueles saltadores em altura. Põem a fasquia
muito alta e depois, bem depois ou a derrubam ou passam por baixo. Derrota, de
qualquer forma.
- De facto, hoje não saímos disto.
- Não saímos de quê?
- Disto. De pôr palavras que não significam exactamente
aquilo para que foram criadas mas que, no fundo, todos compreendemos o que
querem dizer.
- É uma polissemia!
- Pois, será. Sabes que mais, só tu para abrilhantares o meu
dia.
- Ah, isso deve ser da luz. Detesto esse reflexo…
- Eu também. Mas o que está mesmo a apetecer é deitar-me.
- Então boa noite. Dorme bem.
- Obrigado, igualmente.
- Ah! Eu não durmo… quando apagares a luz, vou ficar aqui no
escuro à espera do nascer do dia, à tua espera.
- Amanhã, logo pela manhã bem cedo, voltaremos a ver-nos.
- OK! Até amanhã...
QUANDO TE INVENTEI
Quando te inventei
eras teimosia em forma de resistência;
uma força em que se sentia segurança,
um rosto onde se lia determinação
e um olhar banhado de esperança
que te subia do coração.
Por seres tudo aquilo que eu não era
e teres tudo aquilo que eu não tinha
(tu nem sabias de mim...)
de dia, seguia-te escondido na própria sombra
e de noite, sonhava-te no escuro da solidão.
Se soubesses de mim, ficaria teu escravo
e desprezar-me-ias, por saberes demasiado tarde
deste amor egoísta, interesseiro, cobarde.
Um dia desapareceste
(ou fui eu que te esqueci...)
ou terei sido eu que morri?
CONVERSAS COM O ESPELHO
- Olá. Como vais, desde manhã?
- Olha, vou indo...
- Já reparaste que faltam menos de 24 horas para acabar
Agosto? Quem tem a mesma sensação que eu tenho de que o tempo está cheio de
pressa?
- Caramba! Será da idade?
- Estás a chamar-me velho?
- Eu? Não, que ideia! Velhos são os trapos e...
- Então não achas que tudo parece que está a andar mais
depressa? A Páscoa parece que foi ontem...
- Ah! Não me venhas com essa do ontem foi Natal e mais não
sei o quê e daqui a nada é o Inverno de novo e Dezembro e...
- Pára, pára, não precisas continuar.
- É isso mesmo, não é? Toquei-te no ponto.
- Então se dizes isso é porque também sentes.
- Sinto o quê? Que o tempo me foge como a ti?
- Pois... estás a ver, como sabes...
- Claro! Quando te pões à minha frente, deixo de ser eu para
passar a ser "tu"!