segunda-feira, 5 de setembro de 2022

QUANDO TE INVENTEI

 

Quando te inventei

eras teimosia em forma de resistência;

uma força em que se sentia segurança,

um rosto onde se lia determinação

e um olhar banhado de esperança

que te subia do coração.

 

Por seres tudo aquilo que eu não era

e teres tudo aquilo que eu não tinha

(tu nem sabias de mim...)

de dia, seguia-te escondido na própria sombra

e de noite, sonhava-te no escuro da solidão.

Se soubesses de mim, ficaria teu escravo

e desprezar-me-ias, por saberes demasiado tarde

deste amor egoísta, interesseiro, cobarde.

Um dia desapareceste

(ou fui eu que te esqueci...)

ou terei sido eu que morri?