Quando te inventei
eras teimosia em forma de resistência;
uma força em que se sentia segurança,
um rosto onde se lia determinação
e um olhar banhado de esperança
que te subia do coração.
Por seres tudo aquilo que eu não era
e teres tudo aquilo que eu não tinha
(tu nem sabias de mim...)
de dia, seguia-te escondido na própria sombra
e de noite, sonhava-te no escuro da solidão.
Se soubesses de mim, ficaria teu escravo
e desprezar-me-ias, por saberes demasiado tarde
deste amor egoísta, interesseiro, cobarde.
Um dia desapareceste
(ou fui eu que te esqueci...)
ou terei sido eu que morri?