terça-feira, 30 de novembro de 2010

Passam 75 anos sobre a morte de um dos maiores vultos da língua e da cultura portuguesas


Fernando Pessoa  é considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".
Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa e das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.
Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, activista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. .
Morreu com 47 anos, a 30 de Novembro de 1935, em Lisboa cidade onde nasceu, vitimado por cirrose hepática ").


ÁLVARO DE CAMPOS foi o único heterónimo a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Começa a sua trajectória como um decadentista, mas logo adere ao futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma postura 'nilista', expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria. É revoltado e crítico e faz a apologia da velocidade e da vida moderna, com uma linguagem livre, radical.
O heterónimo RICARDO REIS é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na harmonia e num certo bucolismo, com elementos epicuristas. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante na sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia não-cristã. Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte. Em O ano da morte de Ricardo ReisJosé Saramago continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterónimo após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador.
Por sua vez, ALBERTO CAEIRO, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês sem estudos formais. Apenas com a instrução primária, é considerado o mestre entre os heterónimos. Após a morte do pai e da mãe, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
Nos escritos pessoanos que versam sobre a caracterização dos heterónimos, Pessoa, dito "ele mesmo", assim como a Álvaro de Campos, Ricardo Reis e o meio-heterónimo Bernardo Soares, conferem a Alberto Caeiro um papel quase místico enquanto poeta e pensador. Dos heterónimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa, alegando que só a poesia seria capaz de transmitir a realidade. Possuía uma linguagem estética directa, concreta e simples mas, ainda assim, complexa do ponto de vista reflexivo. A sua obra está agrupada na colectânea Poemas Completos de Alberto Caeiro.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

INIMIGO PÚBLICO no seu melhor...

Mais uma sexta feira, mais um Inimigo Público sobre a actualidade. Vejamos alguns dos títulos:

- Auditoria revela que os 30% de desperdícios do Serviço Nacional de Saúde são gastos supérfluos desbaratados no tratamento aos doentes;
- União Europeia vai reduzir em 20 milhões o número de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza decidindo que o limiar de pobreza passa a ser viver com menos de 10 cêntimos por dia;
- António Mendonça vai ler o mesmo discurso de despedida do seu secretário de Estado quando Sócrates remodelar o governo;
- Facebook do PS ainda não aceitou pedido de amizade do facebook da candidatura de Manuel Alegre;
- Padre que fazia sexo com rapazes reafirma que era para procriação;
-  Para vira moderno defendendo preservativo para evitar a sida, o aborto para evitar crianças com fome e 'ménage à trois' para evitar o tédio no casamento;
- Blindados afinal parece que não têm protecção contra bolas de golfe.
- Luís Filipe Vieira, face aos maus resultados do SLB, vai voltar a escolher os castigos aos jogadores do FCP;

..................sem comentários................... 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O fim do PREC



O PREC- Processo Revolucionário em Curso designa, em sentido lato, o período de acções revolucionárias que ocorreram entre 25 de Abril de 1974 e Abril de 1976 com a aprovação da Constituição Portuguesa embora seja, igualmente, utilizado para marcar o período crítico do chamado 'Verão quente' que culmina com os acontecimentos do dia 25 de Novembro de 1975.

A acção do partido comunista, alguns quadros militares e grupos de extrema esquerda que, por entre efervescente agitação popular e alguma desordem social, conduziam o processo político-militar do pós 25 de Abril e apesar da contenda ideológica em torno dos ideais de Abril defendiam que só uma 'justiça social absoluta' poderia levar Portugal «rumo ao socialismo».
A par de ocupações de terras e casas abandonadas, da designada Reforma Agrária, de medidas importantes como o estabelecimento do salário mínimo, o processo levaria ao desmantelamento de grupos económicos ligados ao regime deposto, entre os quais a CUF, à nacionalização de empresas consideradas de interesse público na banca, seguros, transportes, comunicações, siderurgia, cimento, indústrias químicas e celulose. Fez-se «saneamentos» no aparelho do Estado e nos meios de comunicação, com vista a afastar elementos indesejáveis do velho regime, substituindo-os por quadros progressistas. Houve-os de vários quadrantes, sendo que o PCP, como partido mais organizado, beneficiou em número de cargos tornando-se no partido do poder.
A Fonte Luminosa na Alameda Afonso Henriques, em Lisboa é palco, em 19 de Julho de 1975, para a primeira grande manifestação a que assiste uma imensa multidão e a que se segue o comício do PS, na Praça Humberto Delgado no Porto, a 14 de Agosto, onde Soares e Zenha se erguem contra o 'perigo comunista'. Ali mesmo ao lado e à mesma hora, numa praça contígua à Rua Sá da Bandeira, é atacada por manifestantes, a tiros de pistola e cocktails molotov, a sede do partido de esquerda UDP. Imagens dos assaltos ao Consulado de Espanha da Rua do Salitre, na noite de 26 Setembro e, a 27, à embaixada da Praça de Espanha durante uma manifestação da UDP, à mistura com outros manifestantes, em protesto pela execução de activistas bascos, é a primeira notícia a ir para o ar nos Estados Unidos através da CBS TV, na noite de 29 de Setembro. Várias sedes locais do PCP são atacadas e incendiadas por populares, um pouco por todo o país mas, em especial, nas regiões do norte. O país está à beira da guerra civil. Vivem-se dias de incerteza. Chegam a ser distribuídas armas a civis e a militantes de partidos de esquerda.

A saída das forças militares dos Comandos da Amadora chefiadas por Jaime Neves, no dia 25 de Novembro de 1975, travará o processo. O carismático líder da Revolução dos Cravos, major Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON e que não deseja confrontos, cede. O PCP, que bem conhece os limites do seu poder, decide não intervir. Isolados, os outros partidos da esquerda manifestam-se, mas por pouco tempo. O RALIS na Portela de Sacavém e Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda, onde se aquartelavam as forças defensoras do PREC, caiem sem um tiro e demite-se o V Governo Provisório, liderado pelo general Vasco Gonçalves. Sobem, então ao poder os moderados representantes do chamado Grupo dos 9 onde pontificam alguns dos militares da revolução e que haviam sido afastados durante o PREC, como Major Melo Antunes. Mudam-se os tempos e as vontades: o PS de Mário Soares o PPD (mais tarde PSD) de Sá Carneiro, passarão a governar ao centro e em alternância, até hoje.

Esvaiu-se a revolução, ficaram os ideais.
35 anos depois, do PREC é tudo o que se mantém vivo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje é dia de GREVE GERAL. 
Da maior greve geral de que há memória e que, depois de 22 anos, volta a juntar  CGTP e UGT. As greves, gerais ou não, têm atingindo sobretudo sectores de transportes, da saúde, da educação e de outros serviços das administrações central e local e ainda empresas públicas. Sempre tem sido assim e sabe-se o porquê. 
O sector privado é sempre diferente e com excepção de uma ou outra grande empresa em que existe uma adesão mais visível, não se mostra à evidência os mesmos níveis de paralisações.
Por isso, a de hoje não será diferente. 
Logo à noite, quando for feito o balanço final, a costumada divergência de números, entre uniões sindicais e governo, surgirá e muitos ficarão com a ideia da sua inutilidade porque tudo continuará na mesma.
Esta GREVE GERAL é, antes do mais, uma oportunidade de manifestação, não só contra o actual governo e as suas políticas que atingem sistematicamente quem trabalha e quem menos pode mas, e também, um grito de revolta contra o conformismo de um povo que anda há 30 anos a ser governado com a 'crise' na boca e isso cabe a todos os que têm vindo a ver os seus postos de trabalho em perigo, os aumentos sucessivos de impostos, a redução e a anulação de apoios e subsídios sociais.
Portanto, é uma GREVE GERAL que deveria assumir, antes de tudo o mais, o protesto contra os ataques à vida das pessoas e em especial de quem trabalha.
Saúde-se, pois, a coragem e o sacrifício pessoal de quem, neste momento tão difícil da vida do país, adere...os trabalhadores têm RAZÃO!  

domingo, 21 de novembro de 2010

Valham-me todos os deuses...

O Papa Bento XVI afirmou que o uso de preservativos pode ser aceitável em «certos casos», para reduzir o risco de contaminação por HIV, de acordo com a AFP. Afirmações do Papa vão ser publicadas num livro de entrevistas, que vai ser lançado terça-feira na Alemanha.
Questionado pela agência AFP acerca de como a igreja vê o uso de preservativos, o Papa responde que «em alguns casos, quando a intenção é de reduzir o risco de contaminação, isso poderá ser um primeiro passo para preparar o caminho para uma sexualidade mais humana».
O livro «Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times» (Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo) é baseado em 20 entrevistas do Papa e aborda temas como a pedofilia, o celibato dos padres, a ordenação das mulheres e a relação com o Islão, de acordo com a Lusa. 
Bento XVI cita o exemplo do «homem prostituto». «Pode haver casos isolados, como quando um homem prostituto utiliza um preservativo. Isso pode ser um primeiro passo para uma moralização, o início da tomada de consciência de que nem tudo é permitido e de que não podemos fazer tudo o que queremos», afirmou o Papa. «Mas este não é o caminho para se vencer a infecção do HIV. Isso deve ocorrer na humanização da sexualidade», acrescentou.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Não paga na SCUT, paga na Auto-estrada

As multas resultantes de infracções associadas às cobranças de portagens vão sair dos tribunais e passar a ser integralmente cobradas e executadas pelo Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (InIR). 

A notícia é avançada esta sexta-feira pelo «Jornal de Negócios» e dá conta que a competência, até agora limitada à Justiça, passa para a mão das concessionárias, que irão decidir a coima a aplicar depois de ouvir a defesa dos infractores. 
A decisão final cabe ao InIR, que se substituirá ao tribunal caso o automobilista não pague. Além da polícia, podem instruir processos de cobrança de multas, as concessionárias, sub-concessionárias, entidades de cobrança de taxas de portagens e as entidades gestores de sistemas electrónicos de cobrança de portagens.
Esta proposta do Partido Socialista, consta de um conjunto de medidas de alteração ao Orçamento do Estado para 2011, entregue quarta-feira, no Parlamento, e a intenção, segundo se lê no documento, é criar «um regime especial de execução dos créditos desde que os originados pela falta de pagamento de taxas de portagens».
Neste momento, o não-pagamento de portagens e a respectiva coima passavam obrigatoriamente pelos tribunais, sem que o InIR tivesse instrumentos legais que permitissem proceder à cobrança sem necessidade de intervenção judicial. 
O «Negócios» avança que o instituto vai poder «executar os créditos em causa no prazo de 15 dias a contar da data em que a decisão do processo contra-ordenacional se torne definitiva».

Coisas que acontecem...


O que é que António Mendonça e Paulo Campos têm em comum? Um discurso. Quem tenha estado presente no Congresso das Comunicações, organizado pela APDC, na quinta-feira, terá sentido uma espécie de déjà vu quando o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, começou a falar. É que os discursos de ministro e secretário de Estado eram praticamente iguais. Conta o jornal «Expresso» que das mais de 23 páginas do discurso do secretário de Estado, Paulo Campos de manhã, 18 foram repetidas pelo ministro, António Mendonça à tarde. Frases inteiras decalcadas ipsis verbis pelo ministro. 

O ministério explicou-se. Em declarações ao «Expresso» fonte oficial disse que a semelhança dos discursos se deve ao facto da política do Governo ser a mesma.  «Há partes comuns do discurso em relação aos resultados obtidos, à caracterização da agenda digital e aos objectivos para o futuro. São esses os números reais e é essa a mensagem do Governo». 

Inimigo Público Hoje

Não há, de facto, milagres e o IN desta semana tem os títulos que fazem notícia:

- Jorge Jesus diz que o SLB está a 10 pontos do FCP mas que ainda faltam disputar 60 pontos, por isso, em teoria, o Benfica pode ganhar a Liga com 50 Pontos à frente do Porto;
- Inspectores da PJ fazem buscas em casa de João Rendeiro e disseram-lhe para não mexer em nada porque vão voltar daqui a 6 anos;
- Al Qaeda tem vários castigados e outros lesionados mas, mesmo assim, promete equipa forte e motivada para Lisboa;
- Sócrates teve aulas intensivas de inglês para pronunciar 'cork' e não 'cock' quando oferecer malas de cortiça às senhoras;
Segurança do Oceanário detém peixe com olhos esbugalhados que tem ar de anarquista infiltrado para provocar desacatos na cimeira da NATO;
- Manuel Alegre vai arranjar um emprego, pela primeira vez na vida, para poder aderir à greve geral;
- Maioria dos portugueses que sofre de doença mental acredita que vai arranjar um emprego nos próximos anos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hoje há Inimigo Público

Mais uma semana que passou e com motivos mais que suficientes para que o INIMIGO PÚBLICO, de hoje, tenha mais uma mão cheia de títulos fantásticos.

- ADEPTOS ENCARNADOS PEDEM ENTRADA DO FMI NO BENFICA;
- Comando da PSP esqueceu-se de 150 agentes em cima dos viadutos da A1, desde a deslocação do autocarro do Benfica ao Porto;
- Vale e Azevedo apresentou-se no Lloyds como Mr. Horta Osório e pediu um ano de salário adiantado, para começar;
- Luís Filipe Vieira queixou-se à Liga de Clubes porque o F.C. Porto anda a jogar com super-heróis;
- Bettencourt disse que a vitória do Porto sobre o Benfica é a prova que tinha razão quando afirmou que os sportinguistas iam ter muitas alegrias, esta época;
- Empregada de limpeza ucraniana aprestar serviço no ministério da saúde descobriu défice do SNS, por acaso, debaixo de um tapete enquanto aspirava um gabinete;
- BANCO COM DIFICULDADE EM DISTINGUIR UM CRÉDITO NORMAL DE UM MICROCRÉDITO;
- Maioria dos portugueses tem internet em casa para pesquisar comida e enganar a fome e cultivam no Farmeville na esperança de terem produtos alimentares, de graça, já para o ano.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Política - Grupo de esquerda madrileno denuncia censura do Facebook - RTP Noticias

Política - Grupo de esquerda madrileno denuncia censura do Facebook - RTP Noticias

Nunca chegue atrasado ou então fique calado, se chegar...

No jantar de despedida, depois de 25 anos à frente da paróquia, o padre discursa:

- Ainda hoje recordo a extraordinária má impressão que tive desta paróquia com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com as esposas dos amigos. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua Fé.
Chegou então o Presidente da Câmara, atrasado, na homenagem ao padre. Pediu desculpas pelo atraso e começou o discurso:
- Nunca vou esquecer o dia em que o Padre chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a confessar-me.

Dia de São Martinho é hoje

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AUX ARMES CITOYENS!

Se alguma dúvida restasse sobre o que está acontecer, e não só ao nosso país, aí está a confirmação. O governo que voltou esta quarta feira a leiloar mais uma emissão de títulos de tesouro (a última deste ano) teve os juros, tanto a seis como a dez anos, próximo dos sete por cento e diz o ministro das finanças que a operação correu bem.
Bom, se isto é correr bem só porque a procura foi, ao que parece, duas vezes superior à oferta, estamos conversados. Mas, o que é facto é que com esta taxa de juro, o país não aguenta muito tempo e, sobretudo, não terá capacidade de voltar ao mercado, em Abril para ir buscar mais uns milhares de milhões de euros.
Este facto, por si só, desloca para uma mera vozearia, descabelada e inconsequente, tudo aquilo que políticos, economistas do costume, alguns ‘opinion makers’ e outras personagens instaladas no poder ou próximas, as verdades que nos têm andado a ‘vender’.
Já estamos cansados de tanta retórica e fartos dos receituários que nos têm sido repetidamente infligidos e que não têm outro efeito senão o de agravarem cada vez mais a situação.
Temos de ser austeros. 
Então reduzam-se os salários, aumentem-se os impostos, cortem-se nos apoios e noutras subvenções sociais, peçam-se os sacrifícios a quem sempre se tem sacrificado em ocasiões semelhantes.
É assim que se faz quando, diariamente, comunicação social, redes sociais, ‘sites’ e blogues denunciam gente com nome e rosto conhecidos que continua comodamente instalada nas suas imensas fortunas, de negócios de grande escala e especulativos; gente com rosto e nome conhecidos que ‘escapam’ aos impostos; gente com rosto e nome conhecidos acobertada em lugares cimeiros de empresas públicas e municipais, institutos, fundações e milhares de organismos onde é colocada e depois sustentada, por todos nós, com dezenas quando não centenas de euros mensais em salários e outras ‘benesses’; gente com nome e rosto conhecidos que se retiram com escandalosas reformas de dezenas de milhares de euros, após meia dúzia de anos no activo; gente com nome e rosto conhecidos que são arguidos em processos crimes e recebem chorudas indemnizações quando se vêem forçados à demissão pela dimensão do escândalo ou pela indubitável prova dos crimes; gente com rosto e nome conhecidos que depois de se passear pelos cadeirões dos ministérios e do poder é encaixada em lugares a jeito e a preceito que não servem para nada e que esbulham milhões e milhões de euros ao país; gente com rosto e com nome conhecidos que se pavoneia na via pública porque a justiça não é capaz de funcionar correctamente, nem a deixam funcionar quando pretende ser capaz.
A sociedade está óptima, transformada num imenso coito de grupos de indisfarçados corruptos, de gananciosos sem peso nem medida, de habilidosos sem escrúpulos, de oportunistas confessos, de criminosos impunes, de prestimosos incompetentes, de gente que continua a cultivar o ‘poder do dinheiro’ a qualquer preço, instrumento que tudo parece comprar, até as consciências de quem lhes possa servir os obscuros intentos ou calar as desvergonhas infames.
Dir-se-á que sempre foi assim, como uma fatalidade, desde tempos imemoriais. Que é a lei do mais forte, o que se pode fazer?
Mas, a realidade é que se chegou ao limite do suportável e também é dos tempos imemoriais que sempre houve quem tentasse (e conseguisse) afrontar poderosos, endireitar travessos, castigar perversos, punir criminosos.
Temos de pagar as dívidas? Temos sem dúvida. Mas, como se paga e quem deve pagá-las? E daqui resulta este formato amoral e desigual de o fazer porque estamos a viver tempos em que se espezinham os direitos e se escarnecem dos valores que são autênticos pilares do projecto de sociedade mais justa, mais igualitária e portanto, mais feliz de que nos poderíamos orgulhar de prosseguir.
Se tudo continuar na mesma, nem duas, nem três gerações poupadinhas chegarão para limpar toda a ‘sujidade’ que estes anos acumularam, porque os abutres esses continuarão por aí. 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Coisas de músicos...

Tinha acabado de chegar a Beja uma excursão de espanhóis. Um deles, logo à saída do autocarro ao ver um alentejano, o guia comunicou aos restantes:
- Ahora me voy hablar con ese portugues alentejano...  
E foi ter com o alentejano:
- Hola, como te llamas?
- Toino...
- Yo también me llamo Antonio ! Cual és tu profesión ?
- Sou músico...
- Yo también soy musico... Y que tocas ?
- Toco trompete, e o compadre?
- Yo también toco trompete. Una vez fue a la Fiesta de Nuestra Señora y toqué tan bien, tan bien que la Señora empezó a llorar.
E replicou o alentejano:
- E ê fui uma vez à Festa do Senhor dos Passos e toquei tan bem, tan bem, que o Senhor largou a cruz, agarrou-se a mim e disse-me: 
'Ah, g'anda Toino, tocaste melhor que o sacana do espanhol que fez chorar a minha mãezinha.

O fim da 'guerra fria'

A 9 de Novembro de 1989, os berlinenses começaram a assistir e a participar no desmantelamento do muro, data que ficará para a História como a do início da reunificação alemã e mais simbolicamente, o fim da guerra fria.

Foram mais de 40 anos de partilha de Berlin, antiga capital da Alemanha, pelas 4 potências vencedoras da segunda grande guerra - União Soviética, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. 
Foram mais de 40 anos de uma divisão que deixou separadas famílias e todo um povo.
Foram mais de 40 anos de uma também divisão entre dois mundos, à escala europeia e planetária, que a História regista como o período da guerra fria.
A queda do 'Muro de Berlin' é, simbolicamente, o início da implosão da União Soviética e da derrocada do comunismo, com a subida de Gorbatchov ao poder em Moscovo e com as alterações políticas e estratégicas daí resultantes, desmembramento consequente da União Soviética e em praticamente todos os países satélites.
Seja qual for a cor das nossas convicções ideológicas e políticas, a queda do Muro de Berlin constitui um inegável momento histórico, como um sinal de que pela vontade dos homens nunca existirão barreiras intransponíveis.


  

sábado, 6 de novembro de 2010

Olhe que não, doutor, olhe que não...


Faz hoje 35 anos que aconteceu o debate televisivo que, até hoje, terá sido o mais decisivo de quantos já se realizaram.
Soares e Cunhal protagonizaram um 'duelo', durante cerca de quatro horas, em representação de cada um dos lados em que o país se dividira desde o chamado 'Verão quente' e naquele Outono de 1975, já à beira de uma guerra civil.
Mário soares tinha ganho as eleições para a Assembleia Constituinte e os militares da ala moderada do MFA, com o apoio do Presidente da República General Costa Gomes, tinham substituído General Vasco Gonçalves, pró-comunista, pelo Almirante Pinheiro de Azevedo, por sua vez alvo de grande contestação dos sectores da extrema esquerda e do partido comunista.
Os dois moderadores, Joaquim Letria e José Megre, praticamente nem se ouviram. nem sentiram necessidade de intervir, pois os dois políticos não deixavam espaço a mais ninguém. Ficou célebre a forma irónica e displicente com que Álvaro Cunhal rebateu as acusações de Mário Soares segundo as quais, o partido comunista apoiado nos militares radicais, pretenderia instaurar uma ditadura de pendor comunista em Portugal, enquanto Álvaro Cunhal que acusava o adversário de se ter colocado com 'chefe da reacção' respondia sorridente: "Olhe que não, doutor, olhe que não...".
Três semanas depois acontece a tentativa de tomada de poder pelos militares radicais apoiados nas forças pró-comunistas que são derrotados pela ala moderada do MFA, apoiadas pelos socialistas e outras forças mais à direita. Era o '25 de Novembro', como ficou para a história e que hoje é ainda pomo de discórdia quanto à interpretação das reais motivações de cada um dos lados. 
Mas, para a história da televisão portuguesa também fica esse grande momento de dois dos maiores políticos de sempre.

Para que servem os blindados?

As forças de segurança portuguesas estão a preparar-se para eventuais ataques químicos durante a Cimeira da Nato em Portugal. Os treinos mais intensos de combate a esta ameaça já começaram.
Ataques terroristas de natureza química são uma possibilidade para a Cimeira da Nato que vai realizar-se em Portugal. Este tipo de agressão é considerado neste momento o mais provável de acontecer e já levou as forças de segurança a intensificar treinos.
Deve ser por causa disto que gastaram seis milhões em blindados e agora nem vêm!

O que eles dizem...

- O orçamento contém inconstitucionalidades e ilegalidades. Temos um estado ladrão. O estado não pode, a seu critério, cortar as pensões a um tipo que descontou a vida inteira”, (Alberto João Jardim, igual a si próprio, no arranque das jornadas do Aconchego Colorido para os militantes do PSD Madeira).

Não só é extraordinário que tenha este ataque de amnésia, e em desespero tente usar questões de Estado para atacar adversários, como se esqueça que os subsídios às empresas públicas equivalem a 5 submarinos, que é a frota da Holanda. O BPN equivale a 10 submarinos, que é a frota da Itália; o TGV equivale a 15, que é a frota da Alemanha", (Paulo Portas na discussão do orçamento na generalidade dirigindo-se a José Sócrates quando a dívida pública é medida em 'submarinos' e não em euros).

-  O acordo teve um custo de 500 milhões de euros e coloca o Executivo perante o desafio que vai ser a necessidade de apostar medidas adicionais. (Teixeira dos Santos, à comunicação social, imediatamente após o acordo com Catroga, para mostar que concordava com o que tinha (des)acordado).


Não é o fim da crise, não. Estamos longe disso, é certo, mas foi um primeiro sinal, como um dos países que mais rapidamente saiu da recessão em que tínhamos mergulhado há 9 meses. (José Sócrates, em Amarante, ainda no país das maravilhas, para os socialistas ouvirem e tentarem acreditar).

Estreou na RTP faz hoje 21 anos

“O Sol nasceu. Como está lindo o céu. Cá vou eu, vem tu daí também. Aprender como se vai até à Rua Sésamo”. Egas, Becas, Poupas, Monstro das Bolachas, quem não se lembra destas personagens? 
A infância de muitos foi marcada pela Rua Sésamo, série que em Portugal começou a ser transmitida no dia 6 de Novembro de 1989 e logo se tornou um sucesso, e não apenas, entre os mais pequenos. 
De forma divertida a série transmitia e explicava valores muito importantes, principalmente quando se  compara com os que passam em programas actuais, como por exemplo, “Morangos com Açúcar”. 
Os bonecos são para crianças, dizem-me às vezes. Então que continue a ser criança!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Hoje é dia de Inimigo Público

Hoje é dia de Inimigo Público e aqui vão alguns deliciosos títulos que a imaginação e o humor desta equipa redactorial nos deixa menos 'pesados' neste tempo de incerteza e de crise profunda.
Ora leia-se:
- AGROS ofereceu um milhão de litros de leite achocolatado a Catroga
- Casa de Catroga já desvalorizou 6% depois da reunião com Teixeira dos Santos
- Cavaco paga a renda de Fernandom Nobre e até lhe pinta a fachada desde que ele continue na 'corrida das presidenciais' até ao fim.
- Banca fecha torneira ao crédito mas particulares e empresas fazem puxada directa à rede pública
- Alegre, se for eleito, manterá abonos porque tem de sustentar duas famílias políticas
- Ministério das Finanças retira árbitros da categoria de trabalhadores independentes e inclui-os na categoria de trabalhadores por conta de outrem
- Vale e Azevedo deu Torre de Belém como garantia na caução que o pôs em liberdade
- ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) entende que Benfica TV fala demasiado do Benfica e exige na sua programação mais bailado e ópera
- Cacilheiro que encalhou na estação de metro do Rossio continua por retirar

Portugal caminha para o abismo, diz o FMI.


O FMI afirma que os mercados parecem apostar na falência de Portugal.
O jornal "i" cita excertos desse estudo, em que aquele organismo internacional reconhece que Portugal está a ser empurrado para o abismo, pelos mercados, onde operam investidores e especuladores de dívida pública. 
A instituição liderada por Strauss-Kahn também terá alertado que ocorrências de eventos de crédito em economias avançadas serão quase certas. Esses "eventos de crédito" podem ser a falência de um país ou a ocorrência de falhas graves no pagamento das prestações devidas aos credores internacionais. O risco de materialização destes eventos permanece elevado em termos históricos no que respeita às economias avançadas - especialmente aquelas que já estão sob pressão dos mercados, refere o estudo.
A instituição terá afirmado ainda que o crescente pessimismo dos mercados está a afectar alguns países da zona euro. Nos países sob pressão (Grécia, Irlanda, Portugal)" a criação do fundo de ajuda europeu poderia inverter esta tendência mas os receios dos investidores voltaram recentemente pois as perspectivas das economias não melhoraram a um ritmo consistente.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Olha a poupança que eles andam a fazer!!!

Os 6 blindados, comprados por cinco milhões de euros, para serem utilizados na Cimeira da Nato, nos dias 19 e 20 deste mês, em Lisboa, não devem chegar a tempo da reunião. 


"Os cinco blindados e a viatura pesada para desobstrução de ruas não devem chegar a tempo de serem utilizadas na cimeira e, mesmo que tal aconteça, não haverá tempo para que o pessoal se adapte nas condições desejáveis", disse ao PÚBLICO um elemento da Unidade Especial de Polícia (UEP), lembrando que o atraso na chegada deste equipamento (custa cerca de cinco milhões de euros e terá sido pago com verbas cedidas pelo Governo Civil de Lisboa) até já foi admitido pelo director nacional da PSP, Oliveira Pereira."

(In jornal Público)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A resposta é (só) esta!

A taxa de juro das obrigações a 10 anos está a negociar acima dos 6,2%, num dia em que o Orçamento do Estado está a ser debatido no Parlamento.



Os mercados continuam sem dar tréguas, mesmo depois de Governo e PSD terem chegado a acordo sobre o Orçamento do Estado para 2011, e saber-se que o documento será aprovado no Parlamento.
A “yield” das obrigações a 10 anos está a subir 14,8 pontos base para 6,25%, tendo atingido o valor mais elevado desde 13 de Outubro, dois dias antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado por parte do Governo.
“Apesar do acordo, há receios de que o impacto das medidas de austeridade na economia [podendo levar o País a uma nova recessão] signifiquem que Portugal não conseguirá cumprir a meta de redução do défice”, disse ao Negócios Nick Stamenkovic, especialista do mercado de dívida da RIA Capital.