quarta-feira, 30 de março de 2011

Afinal há outdoors para a campanha...

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito..

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! 
R3P4R3 N15TO! 
NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! 
P4R4BÉN5!  

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente

Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.
Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois:
- "Voilà!" - desapareço num orgasmo.
(Woody Allen)
 

1ª travessia aérea do Atlântico Sul


Ficheiro:Gago Coutinho e Sacadura Cabral.jpg



A 1ª travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil.
Ficheiro:Vuelo Gago Coutinho y Sacadura Cabral.svg
A épica viagem iniciou-se em Lisboa, às 16:30h de 30 Março, num hidrovião monomotor Fairey F III-D MkII, especialmente concebido para a viagem, equipado com motor Rolls Royce e batizado Lusitânia
Sacadura Cabral exercia as funções de piloto e Gago Coutinho as de navegador. Este último criou e utilizou durante a viagem, um sextante adaptado a fim de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação aérea à época.
Ficheiro:Tr aerea atl sul 2.jpg

Embora a viagem tenha consumido setenta e nove dias dias, o tempo de vôo foi de apenas sessenta e duas horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um total de 8.383 quilômetros. A viagem serviu de inspiração para os raides posteriores de Sarmento de BeiresJoão Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todas em 1927.

domingo, 27 de março de 2011

AJUDA EXTERNA? FUNDO EUROPEU? FMI? Já os temos a todos!!!

O primeiro-ministro tem tentado demonstrar à opinião pública que o ‘tresloucado’ acto de chumbo do último PEC e da consequente crise política desencadeará a necessidade da intervenção da ajuda externa e implicará enormes sacrifícios para os portugueses e será a verdadeira catástrofe para o país.


Ora, isto constitui mais uma falácia porque a realidade vem demonstrar que as medidas tomadas pelo governo, com o beneplácito do PSD, são a mesma receita clássica do FMI.


Para chegar a esta conclusão bastou-me fazer uma análise do receituário aprovado pelo FMI para Grécia e Irlanda e compará-lo com os PEC e o orçamento para 2011 e, finalmente, com o PEC IV que o governo levou a Bruxelas à socapa dos parceiros sociais e políticos, do presidente da república e dos cidadãos.


A Grécia foi o primeiro país, na sequência da crise financeira global, a ser compelido a pedir a intervenção. As medidas tomadas foram: 
do lado da receita – aumento generalizado dos impostos sobre o consumo incluindo o IVA que passou de 21% para 23% (taxa normal) e de 10% para 11% (taxa reduzida); agravamento dos impostos sobre as empresas e aumento da tributação sobre o património. 
do lado da despesa – controlo nas admissões de funcionários públicos (1 entrada para 5 saídas); corte nos, 13º e 14º meses nas retribuições dos funcionários públicos; corte nas reformas mais elevadas e fim dos subsídios de férias, Páscoa e natal; congelamento das pensões; redução das prestações sócias e do subsídio de desemprego; redução de investimento.


Passemos à Irlanda
Do lado da receita – aumento dos impostos sobre o consumo incluindo IVA de 21% para 23%; redução das deduções no IRS e aumento do imposto sobre o património. 
Para a despesa – Redução de 5% do número de funcionários públicos; corte dos salários dos funcionários públicos, em média de 4%; redução das prestações sociais e subsídio de desemprego; travão ao investimento. 


Vamos, então, recordar o que aconteceu em Portugal
Do lado da receita – aumento generalizado dos impostos sobre o consumo, incluindo a taxa do IVA que subiu de 20% para 23% (taxa normal), de 12% para 13% (intermédia) e de 5 para 6% (reduzida) com alterações da tabela; redução das deduções no IRS e aumento do imposto sobre os lucros das empresas; aumento do IRS e de contribuições sociais para os trabalhadores independentes (recibos verdes). 
Do lado da despesa – Congelamento de admissões na função pública; corte dos salários dos funcionários públicos (5% em média); congelamento nominal das pensões e reformas e imposição de imposto especial de 5% em média (igual aos salários); redução (corte em muitos casos) de prestações sociais, incluindo abonos de família; alterações no subsídio de desemprego penalizando a sua atribuição e período de vigência; corte nos investimentos. 


Como está bem de ver, outro ‘copy’ e ‘paste’ levaria a resultado idêntico.


Esta análise permite-me, pois, concluir que o governo já adoptou, na prática, todas as medidas que o FMI apresenta no seu cardápio de austeridade e daí eu pensar que aquilo que o governo tem afirmado que a recente crise política irá conduzir o país à catástrofe social e económica, não passa de ‘rabo escondido com o gato de fora’.

terça-feira, 15 de março de 2011

GUTEN TAG, HERR JOZEF

Ao jantar, tivemos o senhor José numa comunicação à comunicação social que é como quem diz, ao país. O senhor José veio justificar-se. Foi mais do mesmo, bem sei mas do que se deve ter medo é quando o senhor José nos atira com novidades, Assim como aquelas de sexta-feira passada. Para quem queria explicar porque é que tirou da cartola mais uma data de coelhos sem previamente debater, esse passe de mágica, com a assembleia da república, sem uma palavra ao presidente da república, sem uma sms aos parceiros sociais, não explicou nada! Lá apareceu a costumada ladainha da defesa do interesse nacional, mais a crise política que os malandrecos da oposição querem provocar, mais a inevitabilidade da apresentação de novas medidas para que o país erga a cabeça, meta os credores na ordem e afaste a vinda da ajuda externa que seria um verdadeiro calvário. O senhor José julga-nos uma cambada de PEC’s (‘Parvalhocos Estupidamente Crédulos’) para pensar que pode continuar a vender o seu peixinho sem se dar conta que o dito já cheira pessimamente mal. O que o senhor José quer, de facto, é arranjar a tal crise política, e põe-se a fazer o suficiente para levar o chutozinho da ordem. A verdade é que a situação está de tal modo insustentável que o senhor José já percebeu que não se safa, apesar dos beijinhos e abraços de que se diz rodeado pela tribo de eurocratas que se reúne para saber o que a senhora Merkel vai determinar que se faça. Portanto, senhor José, não vale a pena vir agora com conversas nem com comunicações à hora do jantar, do almoço ou do lanche. A malta está farta, mas tão farta de o ouvir sempre nas mesmas coisas tão boas que o senhor se propõe fazer que, se calhar o melhor era o senhor abrir gabinete em Bruxelas ou em Berlim e dirigir o país daí, porque estando sempre perto de quem lhe traça o programa e longe de nós, é que era um verdadeiro alívio. E, que conversa é essa? É ou não verdade que esteve cá uma equipa de auditores que detectaram que as suas contas não batiam assim muito bem e que ainda estavam por aí uns buracos por tapar? É ou não verdade que, para não darem ainda mais cabo das contas, queria levar os custos com o funeral do BPN para 2008 em vez deste ano mas os tais auditores não deixaram? É ou não verdade que a senhora Merkel lhe insinuou para que não aparecesse no conselho com as mãozinhas a abanar e enfim, trouxesse mais umas medidazinhas para mostrar aos senhores conselheiros a seriedade da coisa? Com a maioria absoluta e permitia-se umas arrogâncias, umas mal criadices, umas jactâncias e umas bazófias. Ás vezes até conseguia achar-lhe graça! Depois a coisa complicou-se mesmo. Veio a tal crise e o senhor continuou a dizer que estava tudo bem! Até aumentou o funcionalismo público em ano de deflação. Mas, escandaleira das escandaleiras – em tempo de um fósforo o país passou de ‘el dorado’ a teso endividado, na bancarrota. O senhor José, como menino rabino, logo que teve o orçamento aprovado no parlamento, não se conteve e, desta vez embora minoritário, voltou com arrogâncias e bazófias. E, chegámos ao ponto em que estamos. Uma traiçãozinha ao país. Mais uma austeridadezinha a pedido da senhora Merkel. Uma converseta em família para dizer que os malandrecos da oposição é que são os culpados. Ao menos, na hora da despedida tenha juizinho. Faça um intervalo, que diabo! E, sossegue um pouco e sobretudo, deixe-nos sossegados a nós.

sábado, 12 de março de 2011

GERAÇÃO À RASCA

  ~
MANIFESTO
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.



terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

Para o meu coração basta o teu peito, 
para a tua liberdade as minhas asas. 
Da minha boca chegará até ao céu 
o que dormia sobre a tua alma. 

És em ti a ilusão de cada dia. 
Como o orvalho tu chegas às corolas. 
Minas o horizonte com a tua ausência. 
Eternamente em fuga como a onda. 

Eu disse que no vento ias cantando 
como os pinheiros e como os mastros. 
Como eles tu és alta e taciturna. 
E ficas logo triste, como uma viagem. 

Acolhedora como um velho caminho. 
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas. 
Eu acordei e às vezes emigram e fogem 
pássaros que dormiam na tua alma. 



'de Pablo Neruda' em 10 Poemas de Amor e uma Canção Desesperada

sexta-feira, 4 de março de 2011

Uma tragédia com 10 anos

Ficou conhecido por 'tragédia de Entre-os-Rios' um acidente ocorrido a 4 de Março de 2001, pelas 21 horas, quando um autocarro e 3 veículos ligeiros atravessavam a ponte Hintze Ribeiro foram engolidos pelas águas quando o tabuleiro colapsou. A ponte que fora inaugurada no longínquo ano de 1887 e que ligava as margens onde se encontram as povoações de Entre-os-Rios e Castelo de Paiva, foi alvo de peritagens e o acontecimento de inquérito tendo-se concluído que um dos pilares responsáveis pelo desmoronamento já se encontrava em adiantado estado de degradação por falha de manutenção e não terá resistido ao intenso caudal fruto das chuvas que tinham caído na região e da abertura das barragens do Douro. 
O desastre provocou a demissão do então ministro do equipamento social, Jorge Coelho, do governo de Guterres e, mais tarde, levou a tribunal seis técnicos da Junta Autónoma de Estradas, entidade responsável pela manutenção de obras de arte, para além das estradas. Após cinco anos à espera de sentença, as famílias foram indemnizadas mas, mais uma vez, os arguidos foram todos absolvidos e a culpa 'morreu (uma vez mais) solteira'. Do acidente resultou a morte de 59 pessoas tendo sido encontrados apenas 17 corpos, alguns, vários dias depois e a centenas de quilómetros de distância do local..

Guten Morgen, Frau Merkel

O senhor primeiro-ministro foi a Berlim para um encontro de meia hora com a senhora chanceler alemã que, disse a comunicação social, teria sido chamado por ela. 
Para se perceber a importância deste encontro é necessário lembrar o que se passou antes. E, passaram-se 3 episódios importantes: primeiro, o senhor primeiro-ministro anunciou o êxito extraordinário e inédito de redução da despesa pública em 3,6%. E, ao anunciar este êxito extraordinário agregou-lhe outro, não menos extraordinário – o défice ficaria abaixo dos 4,8% no final do ano. Depois veio outro episódio que é um ‘dêjá vu’ – Portugal não precisa de ajuda externa e sabe muito bem fazer o que tem a fazer, sózinho! Finalmente, o que mais pareceu um não episódio, protagonizado pelo senhor ministro das finanças a meias com o senhor primeiro-ministro – o governo não abdicará de tomar as medidas que forem necessárias para cumprir o défice, ainda que sejam necessárias mais medidas de austeridade. Isto tudo foi dito e redito num curto período de dez dias, antes do encontro com a senhora! 
O senhor primeiro-ministro já nos habituou a estes episódios em que ora tira um coelho da cartola, qual exímio prestidigitador que oferece ilusões como se fossem a realidade, ora se transforma num não menos experimentado vendedor de produtos estragados que com receio que o controlo de qualidade lhe estrague a acção veio logo declarar que se fosse preciso, novas medidas seriam aplicadas para corrigir as fragilidades da qualidade do produto. 
Mas, afinal, o que tem isto a ver com o encontro com a senhora? 
Primeiro, porque o senhor primeiro-ministro tinha de arranjar almofada para potenciais alfinetadas que a senhora Merkel pudesse espetar no senhor primeiro-ministro. Segundo, porque quem é chamado para mostrar o que anda a fazer à matéria, precisa de levar os trabalhinhos de casa escorreitos e a sebenta sem borrões. Terceiro porque precisava de preparar o terreno (e o país) para a hipótese, mais que provável aliás, de trazer umas recomendações, na pasta. 
E, aí estão os três episódios premonitórios. Triunfante com o resultado de Janeiro no orçamento. Fanfarrão com, ‘nós não precisamos de ajudas’ e, finalmente, antecipando a iminência de novas medidas de austeridade. 
O que se passou durante os trinta e três minutos em que o senhor primeiro-ministro de e a senhora chanceler estiveram frente a frente, não se sabe. Mas, no final, lá vieram os dois sorridentes prestar declarações e esclarecimentos sobre a ‘converseta’. Ficou claro que a senhora acha que o senhor primeiro-ministro está no bom caminho, tem feito os trabalhinhos de casa, mostrou a sebenta sem grandes borrões e está muito animado em prosseguir os estudos, por isso uns sorrisinhos bem dispostos, uns elogios amistosos e umas palmadinhas nas costas para dar ânimo. Mas, atenção, as reformas estruturais têm de ser executadas, ou seja, vê-se que tem estudado mas é preciso aplicar-se um nadinha mais. O senhor primeiro-ministro ouviu com desvelo a senhora chanceler falar sobre Portugal e sobre o seu governo como se o país fosse dela e o governo também. O senhor primeiro-ministro tinha aquele sorriso entre o amarelo forçado e o descansado trémulo de quem sabia que se tinha desenrascado no exame mas que ainda faltava passar de ano. 
Já se sabe que o senhor primeiro-ministro não precisa de ajuda e o país também não, por isso fez bem, em ter ido a Berlim, de chapéu na mão. 
Só não se sabe se a senhora acreditou nos coelhos que o senhor primeiro-ministro lhe mostrou, porque que as fanfarronadas devem ser para consumo interno. Ah! E já agora, por consumo interno! 
Reformas aos sessenta e sete anos; flexibilização dos despedimentos; mais austeridade nos apoios sociais; cortes no subsidio de Natal. Que tal irmo-nos preparando para ‘consumirmos’ isto dentro em breve? 

quinta-feira, 3 de março de 2011

A revista TIME é publicada pela primeira vez...

Ficheiro:Time Magazine - first cover.jpg
A primeira edição da Time foi publicada em 3 de Março de 1923 e Joseph C. Gannon, da Câmara dos Deputados dos EUA teve honras de primeira capa. Antes dos seus dois principais concorrentes actuais (Newsweek e People), a Time inventou o conceito de revista semanal de notícias. Foi co-fundada em 1923 por Henry Luce e Bill Hadden que viria a falecer seis anos depois tornando Luce a principal figura na Time e um ícone dos media do século XX. 

Tão amigos que nós somos....

                                             TÃO AMIGOS QUE NÓS SOMOS!!!

O défice orçamental deste ano vai ficar abaixo de 4,6%. O primeiro-ministro garantiu esse objectivo à chanceler Angela Merkel, na reunião de quarta-feira, em Berlim. O défice português pode assim ficar abaixo da média dos países da Zona Euro (4,6%), um trunfo que José Sócrates levou ontem à chancelaria alemã.
Pela primeira vez em vários anos, os dados da execução orçamental apontam para uma queda acentuada da despesa pública, que caiu 3,6% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com o período homólogo do ano passado. Mas neste valor não estão ainda contabilizadas as contas do Serviço Nacional de Saúde e da Caixa Geral de Aposentações. A despesa corrente primária caiu 3,9%, como resultado dos cortes salariais. Ao mesmo tempo, há uma diminuição dos encargos com os juros da dívida pública.
Apesar de não serem ainda conhecidos os números do lado da receita, todos estes factores ditaram uma redução do défice no mês passado.
Com esta nova meta para o défice, Portugal dá o tudo por tudo para tentar convencer os parceiros europeus e os mercados de que as contas públicas vão entrar nos eixos e que o país está em condições de honrar as suas dívidas.



A MERKEL GABA O GOVERNO E OS MERCADOS ACHAM QUE PODEMOS PAGAR MAIS

Juros em máximos depois de encontro Sócrates e MerkelOs juros da dívida pública estão esta manhã de quinta-feira acima da barreira dos 7,5% e a aproximarem-se dos valores mais altos de sempre. Isto apesar da reunião de ontem entre o primeiro-ministro e a chanceler alemã. 

Para Angela Merkel, Portugal «está no bom caminho» para a recuperação económica e rejeita que Portugal seja obrigado a pedir ajuda externa. Uma ideia sublinhada, também, por José Sócrates que disse, num discurso conjunto após o encontro, que Portugal vai ser capaz de resolver os seus problemas «sozinho».
Mesmo assim, os juros da dívida soberana não aliviaram e aproximam-se mesmo dos máximos históricos, atingidos em Fevereiro. E esta tendência atinge tanto a dívida pública de curto como de longo prazo. No caso das Obrigações do Tesouro a 10 anos, as yields estão nos 7,52%, depois de terem tocado os 7,649%, o máximo do dia. Os juros estão cada vez mais perto dos 7,72%, o valor mais alto de sempre atingido durante a sessão de 25 de Fevereiro.
Já na maturidade mais curta, os juros a cinco anos estão nos 7,52%, depois de ter tocado os 7,649%, muito acima dos 7,40%, o máximo histórico atingido também a 25 de Fevereiro.
Acima de Portugal, apenas a Grécia e a Irlanda, países já resgatados pelo fundo da UE/FMI, estão a pagar mais para se financiarem nos mercados. Os juros da dívida a 10 anos grega já ultrapassou os 12% e os da Irlanda sobem acima dos 9%.

PESSIMISTAS! O senhor Sócrates trata já disso!
Não são boas notícias. O Eurostat confirmou esta quinta-feira a contracção de 0,3 por cento da economia portuguesa no quarto trimestre de 2010, que representa ainda assim uma melhoria de 1,2 por cento face ao trimestre homólogo de 2009. Na segunda estimativa do gabinete de estatística das comunidades europeias para as contas nacionais dos Estados membros, também a média para o crescimento da Zona Euro no quarto trimestre (face ao trimestre anterior) foi confirmada em 0,3 por cento (2 por cento face ao quarto trimestre de 2009) e a do conjunto dos 27 países da União Europeia em 0,2 por cento (2,1 por cento face ao quarto trimestre de 2009).
Assim, em comparação entre o terceiro e quarto trimestre de 2010, a economia portuguesa terá tido o quarto pior desempenho entre as 24 economias da União Europeia cujos dados foram disponibilizados pelo Eurostat (Irlanda, Luxemburgo e Malta não têm dados disponíveis para o terceiro trimestre). Atrás de Portugal fica apenas a Grécia (-1,4 por cento), o Reino Unido (-0,6 por cento) e a Dinamarca (-0,4 por cento).

Em comparação entre o quarto trimestre de 2010 e trimestre homólogo de 2009, Portugal apresenta um crescimento de 1,2 por cento, ficando também aqui com o pior desempenho entre os 24 países com dados disponíveis, mas desta vez com protagonistas diferentes no final da lista: Grécia apresenta uma queda de 6,6 por cento, a Roménia de 0,6 por cento, enquanto a Espanha apresenta uma melhoria de 0,6 por cento, metade do registo de Portugal neste período.