quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A MINHA INFÂNCIA


Na minha longínqua infância, havia aquele muro intransponível
no quintal da minha avó, tão assustadoramente alto
que a minha imaginação não se atrevia a saltar para o outro lado.
Do lado de cá havia canteiros com flores de nomes estranhos,
um banco feito de tábuas brancas e com quatro pés de ferro,
em frente a uma gaiola enorme onde pássaros amarelos e azuis
viviam a permanente agitação da procura de uma saída
um pequeno lago redondo onde rodopiavam, sem descanso,
seis peixes vermelhos com reflexos alaranjados e vigiados de perto
por um gato amarelo com patas de pescador e olhos de desejo.
A minha avó ralhava "Garoto", e ele fingia-se de corola no canteiro
ou escapulia-se pelo muro num aflito equilíbrio de circo. 



Passei esse ano, a cavalgar por planícies imaginárias, montes e vales,
num cavalo castanho de papelão com crinas e rabo de estopa
que eu pedira ao Menino Jesus e que aparecera magicamente
pela chaminé da cozinha, no último Natal. Era o 'Valente'.

Aparecia, então, a minha avó e eu lá ia ao lado dela,
falar com os pássaros da gaiola que só a ela respondiam
com uma sinfonia de mil trinados, pulando relâmpagos de voos;
dar de comer aos peixes que logo se chegavam à borda do lago
numa agitação de barbatanas e bocas e olhos na superfície da água
e matar a sede às flores com nomes estranhos que pareciam sorrir.

Quando perguntava à minha avó sobre o outro lado do muro,
ela respondia-me não podia imaginar, nem saber,
- Porque era feio espreitar, dizia-me ela -
E eu desiludido, ficava a olhar o muro demasiado alto, tão alto
que nem a imaginação da minha avó era capaz de espreitar.


Lembrava-me, então, daquele cavalo com asas que voava muito alto
que tinha visto numa gravura num livro que o meu avô tinha
e ficava com a certeza de que tinha sido a minha avó
que pedira ao Menino Jesus para me dar aquele cavalo, sem asas
para que eu não pudesse voar por cima do muro e ver o outro lado.
 

Não era feio espreitar o outro lado da imaginação!

sábado, 28 de novembro de 2015

UM PROGRAMA RADICAL PARA UM GOVERNO RADICAL?

O XXI Governo Constitucional de Portugal é o segundo governo formado com base nos resultados das eleições legislativas para a Assembleia da República de 4 de Outubro. 

O Governo formado por António Costa tem por base um acordo de incidência parlamentar firmado entre PS (Partido Socialista), BE (Bloco de Esquerda), PCP (Partido Comunista Português) e PEV (Partido Ecologista 'Os Verdes') que aprovaram na Assembleia da República uma moção de rejeição do programa da coligação PàF (Portugal à Frente), que não chegou a entrar em funções, tendo governado apenas em gestão corrente.
O Executivo de António Costa estima um défice de 3% este ano; compromete-se com um défice de 2,8% em 2016 até 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. 
Prevê ainda que a dívida pública se reduza até aos 112% do PIB em 2019.

As principais medidas:

Sobretaxa - extinguir a sobretaxa sobre o IRS em 2016 e 2017

FP - eliminar os cortes salariais na Função Pública durante o ano 2016, ao ritmo de 25% de reposição do diferencial retirado em, cada trimestre e descongelamento das carreiras a partir de 2018.

SMN - propor, em sede de concertação social, uma trajetória de aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) que permita atingir os 600 euros em 2019.

Pensões e TSU - "aumento anual das pensões" a partir de 2016, através da reposição da norma da Lei n.º53-B/2006, relativa à atualização das pensões em função da inflação. Esta norma estava suspensa desde 2010.
Reduzir da TSU (paga pelos trabalhadores) com salários até 600 euros, até 4 pp em 2018. Criação de uma nova prestação, o Complemento Salarial Anual (ou chamado 'imposto negativo'), para trabalhadores que auferem rendimentos abaixo da linha da pobreza.

IRS, IRC, IVA e IMI - aumentar a progressividade do IRS, através do número de escalões.
Alargar o sistema de estímulos fiscais às PME e criar um sistema de incentivos à instalação de empresas e ao aumento da produção nos territórios fronteiriços, "através de um benefício fiscal, em IRC". O Governo defende a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) na restauração para 13%, com o "objetivo de promover o emprego".
No Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), reintroduzir a cláusula de salvaguarda para limitar a 75 euros anuais os aumentos da reavaliação do imóvel.

Saúde - reduzir as taxas moderadoras do SNS, eliminar algumas taxas de urgência e repor o transporte de doentes não urgentes.

Educação - reduzir gradualmente o número de alunos por turma e suspender a prova de avaliação dos professores para "reponderar os seus fundamentos".

Solidariedade Social - aumentar os montantes do abono de família, do abono pré-natal e da majoração para as famílias monoparentais beneficiárias de abono de família; reformular as classes de rendimento de acesso ao abono de família para que as crianças em situação de pobreza tenham acesso a recursos suficientes para melhorar o seu nível de vida, bem como constituir um sistema de indicadores de alerta de situações de precariedade social a partir do acompanhamento das crianças beneficiárias do abono de família.

Cultura - reestruturar os organismos do sector, a realização de "um levantamento rigoroso" das coleções privadas de arte que estão "em risco de extradição definitiva" e a criação do 'Banco Solidário do Livro' e do programa 'Portugal Criativo'.

Feriados - repor em 2016 os feriados eliminados pelo Executivo de Passos Coelho em 2012: Corpo de Deus em Junho (feriado móvel), e o 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, 5 de Outubro, Implantação da República, e 1.º de Dezembro, dia da Restauração.

Privatizações - manter "a titularidade sobre a maioria do capital social da TAP". Anular as concessões e privatizações em curso nos transportes colectivos de Lisboa e Porto,  reverter a fusão dos sistemas de captação de água e travar a privatização da Empresa Geral do Fomento (EGF), gestora do tratamento de resíduos sólidos.

Política Externa - manter as prioridades na área da Defesa Nacional sublinhando que as Forças Armadas são "um instrumento essencial de política externa, nomeadamente no contexto da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou NATO, na sigla em inglês), da UE, da ONU e da CPLP".

Autarquias - generalizar a rede de serviços públicos de proximidade, com abertura de novas lojas do cidadão, criação de unidades móveis nos territórios de baixa densidade populacional e convergir para média europeia de participação de autarquias na receita pública".
Áreas metropolitanas com competências próprias nos transportes, águas e resíduos, energia, promoção social e turística, gestão de equipamentos e de programas de desenvolvimento regional.

Desporto - aumentar a prática desportiva, numa perspectiva de melhoria da qualidade de vida, propondo ainda a criação de uma plataforma 'online' para a reserva de espaços públicos ou com financiamento público.
O desígnio de reabilitar e modernizar as infraestruturas desportivas e melhorar a gestão dos Centros de Alto Rendimento, entre os quais destaca o do Jamor, assim como definir um novo quadro de compromisso para melhor afetação das verbas decorrentes do Orçamento do Estado, jogos sociais e apostas 'online' e mecenato no desporto nacional.

É este o programa radical que a Direita tanto tem criticado?
Alguém sabe o que é que a Direita tinha para propor, para além de ter recuado na sobretaxa?
Afinal de que é que Cavaco Silva se queixa?
Sinceramente...
 



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

40 ANOS DEPOIS, EM NOME DA DEMOCRACIA (1975 - 2015)

 
A data de 25 de Novembro é uma efeméride a que muitos não assistiram e outros, dela não terão memória viva por serem ainda crianças quando aconteceu mas que se pode resumir como uma vitória de forças moderadas encabeçadas pelo Partido Socialista e de militares chefiados pelos Majores Ramalho Eanes e Melo Antunes, pondo fim ao PREC (Processo Revolucionário em Curso) e as tentações totalitárias das forças revolucionárias, que se manifestavam pela tomada do poder desde 25 de Abril. O país esteve à beira de uma guerra civil e o próprio Partido Comunista Português, liderado por Álvaro Cunhal, optou por um estratégico recuo perante o que designou na altura de 'esquerdismo' das forças à sua esquerda e que poderiam colocar em perigo as 'conquistas de Abril'.
 
De resto, até essa altura, durante o chamado 'Verão quente', as bandeirinhas alaranjadas do PPD e outras em menor número do CDS, agitavam-se 'corajosamente abrigadas' na cauda das manifestações do PS que dava o corpo às balas no combate político (e muitas vezes de rua) contra as tentações totalitárias das forças revolucionárias.
A DIREITA, representada pelo PPD ( grupo de deputados eleitos em listas do partido único do anterior regime e que passou à oposição na Assemblea Nacional), fundado por Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Saraiva da Mota e o CDS (partido dito do 'centro' e ideologicamente reivindicativo dos princípios da democracia cristã) fundado por Freitas do Amaral e out6ras figuras menores da ditadura, foi crescendo abrigada na democracia que o partido socialista lhe proporcionou.
Os 'populares' de Sá Carneiro foram, com o tempo, transformando-se em social democratas e agora em liberais de novo, por Passos Coelho, enquanto os centristas e 'democratas cristãos' de Freitas e Amaro da Costa, passaram à 'direita popular' de Portas.

40 anos de democracia depois, a Direita dividiu o país ao meio, por isso não se pode queixar de que o PS tenha (pela primeira vez na história da democracia) recebido o apoio dos partidos à sua esquerda para formar um governo que dure uma legislatura. É isto que teme! Que em vez de se perpetuar no poder, PSD e CDS não voltem a sê-lo, nestes tempos mais próximos. O argumento sobre os 'papões' da Esquerda é apenas um estrebuchar em desespero de que no fundo, não aprendeu nada, quando teve tudo para o sucesso.

4 anos de governo depois, a Direita não consegue disfarçar o seu nervosismo, agora que os dados sobre a execução orçamental mostram a verdadeira natureza face à dimensão das mentiras e dos 'jogos contabilísticos' do governo e do ministério das finanças, o enorme ruído que irá suceder à sua queda.
A Esquerda ganha! Mas, saberá que não tem sequer direito a 'um estado de graça' por isso, saberá que não pode falhar. Estou convicto de que não falhará!

domingo, 15 de novembro de 2015

FRANÇA TEVE A SUA SEXTA FEIRA 13

159 MORTOS. MAIS DE 300 FERIDOS. MAIS DE 100 GRAVES.

A EUROPA LEVANTA-SE EM PROTESTO, cada vez que a barbárie lhe entra em casa, sem pedir licença, e se instala pelos sofás da sala de estar mas esquece-se de que a morte é apenas a consequência dos vários caos que se espalhou à sua volta e cujas responsabilidades também são (em grande parte) suas.

A EUROPA É um território demasiado vulnerável, amálgama de interesses antagónicos, fronteiras débeis e indefesas, medidas descoordenadas e inconsequentes, soluções adiadas ou simplesmente imprestáveis.

A CADÊNCIA DO HORROR que o 'estado islâmico' reivindica, depois do ataque à redacção do Charlie Hebdo, em Janeiro e das duas bombas, no final da maratona de Boston que fizeram uma dezena de mortes e mais de trinta feridos; as dezenas de vítimas de explosões em hotéis do Sharm El Shiekh e de Luxor, no Egipto; um atirador de kalashnikov a tiracolo, semeia morte e pânico numa praia da Tunísia; um 747 que explode e despenha com 232 pessoas a bordo; as centenas de milhar de refugiados sírios e o imenso cemitério líquido de migrantes africanos em que se transformou o Mediterrâneo.

AS 'PRIMAVERAS' ÁRABES do norte de África, as guerras no Iraque, na Síria, os ataques no Afeganistão; a instabilidade no Paquistão; os genocídios Boko Haram, nos territórios da África Subsariana, desde o descalabro americano de Mogadíscio (Somália), passando pelo Níger, Guiné Equatorial, Chade, Sudão do Sul, Eritreia, Burkina Fasso são exemplos que ajudarão a perceber onde reside o verdadeiro fulcro?

'L'Arc de Lá Défense', em Paris que simboliza a fraternidade, 
a resistência e a capacidade de dialogar, frente a frente.
Infelizmente, parece cada vez mais longe da realidade.

TALVEZ NÃO SEJA DEMASIADO TARDE mas...
MAS, SERÁ NECESSÁRIO QUE A EUROPA MUDE.
Não adianta continuar à espera que a anormalidade conquiste o tempo do esquecimento ou entre na rotina para fingir que nada aconteceu.
Não adianta continuar à espera que a barbárie se gaste a si própria num processo autofágico de retórica religiosa.
Não adianta continuar à espera que o destemor de alguns substitua pela sua coragem desafiadora o que deve ser feito, pela Europa e não apenas por este ou aquele país.
LÍDERES, PRECISA-SE!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

FELIZMENTE HÁ LUAR

1- ANDA AÍ UM VÍDEO lançado por mão 'inteligente', com um punhado de intervenções de campanha da Catarina Martins e do Jeronimo Sousa a desancarem no PS., como quem diz que este facto nunca pode conduzir a um acordo pós eleitoral. 
Alguém se lembra, na campanha eleitoral de 2011 o que Portas dizia a respeito de Passos e vice versa e o que os pê-ésses-dês diziam dos cê-dê-ésses/pê-pês?

2- A TESE DE que o PS trai o seu eleitorado ao aceder a governar com o apoio parlamentar da restante Esquerda porque antes das eleições não havia nenhum programa de governo conjunto e de que se trata apenas de um meio oportunista de tomada de poder
Alguém se lembra qual era o programa de governo do PSD+CDS antes das eleições de 2011?

3- DESDE SEMPRE que a direita tem criticado (e até concordo) que PCP e BE não são partidos interessados em governar porque apenas sabem e querem protestar.
Então porque é que agora que negociaram com PS, um acordo de incidência para uma legislatura, à direita do PS toda a gente diz que não pode ser?

4- DESDE SEMPRE que tenho ouvido (e até tenho concordado) que só a união de toda a esquerda é capaz de derrotar a direita e mantê-la afastada do poder.
Então porque é que agora existe gente de esquerda no PS que parece querer ver o partido com 'abstenções violentas' ou a juntar-se à direita para se afundar como um PASOK?

5- A TESE É QUE O PROGRAMA do PS conduz a economia e o país a um novo resgate e o tratado orçamental e o défice nunca poderiam ser cumpridos.
Então porque é que a coligação aceitava, só para se manter no poder, as propostas inscritas no programa do PS e que antes das eleições eram inaceitáveis porque levariam o país ao caos?

6- A TESE É QUE PS, PCP e BE nunca poderão ter interesses convergentes porque apenas mudaram oportunisticamente os seus programas políticos para conquistar o poder.
Alguém me poderá explicar onde foram parar actualmente a socialdemocracia do PSD e a democracia cristã do CDS?

Como vêem não se trata de questões metafísicas mas apenas algumas perguntas de quem não tem dúvidas sobre o que nos aconteceu em 2011. Mas também não tenho dúvida de que se tratou de um 'golpe' de tomada de poder por um grupo oportunista que vendeu um programa de mentiras para enganar os incautos.
Posso estar enganado e tudo isto ruir. Mas este acordo de incidência parlamentar entre PS e CDU e BE já valeu porque Passos e Portas é uma dupla irrevogavelmente passada.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CAVAQUICES EM CAVACOS...


Se, o senhor Aníbal Cavaco Silva tivesse apenas declarado que: ouvidos os partidos como determina a Constituição, convidara o senhor Pedro Passos Coelho para formar governo uma vez que é o chefe da coligação que recebeu mais votos nas eleições, tudo isto seria juridicamente sustentável e politicamente legítimo.

Só que o senhor Aníbal Cavaco Silva não se limitou apenas a enumerar as razões e fez questão, mais uma vez,  de ser Cavaco em vez de ser Presidente da República. 

O senhor Aníbal resolveu acrescentar porque nunca aceitaria um governo em que comunistas e bloquistas tivessem representação no poder, ainda que esse poder emanasse da sua representação na Assembleia da república com o peso de mais de um milhão de votos de cidadãos eleitores.
Nas doutas palavras do senhor Aníbal, a economia deixaria de ter qualquer previsibilidade, os mercados entrariam numa espiral de instabilidade com catastrófico resultado sobre a dívida; as agências de notação financeira atirariam o país para o fundo do contentor dos lixos não recicláveis, os agentes económicos entrariam num pânico que arrastaria as empresas para a falência e a economia para a depressão; os investidores fugiriam para parte incerta ou iriam pôr a dinheirama noutras paragens mais alinhadas com as direitas servilmente adeptas do neoliberalismo contorcionista; a NATO mandaria vasos de guerra empurrar os navios de cruzeiro para a boca da barra; os acordos e tratados no âmbito da União Europeia passariam a estar em permanente questão; e mais um imenso rol do mais despudorado desprezo pelos partidos que formam a oposição que somou mais votos que a coligação.


No seu desnorte, o senhor Aníbal junta considerações e alusões a deputados que eventualmente correspondam aos cânticos de sereia dos 'pafes'. Uma atrocidade que teve o condão de abrir uma guerra de trincheiras com um imenso campo minado ao centro.
Estando o senhor Aníbal condenado a ser Cavaco, fica a  evidência de que isto constitui uma deselegante imbecilidade e uma forma de pressão inadmissível sobre o Parlamento, para forçar a mão a alguns deputados do PS e convencê-los a aprovar o programa da PàF

O senhor Aníbal no auge da 'cavaquice' determina que a Passos Coelho apenas se pede que faça de coelho e que monte um governo tipo 'É tão bom! Não foi?' e que, se necessário, o manterá em gestão numa espécie de banho maria. E, se a oposição o esfolar...

Quando o senhor Aníbal apagar a luz e fechar a porta em Belém, pela última vez, poderá deixar calmamente no papel, as suas memórias...

O senhor Aníbal Cavaco Silva deu hoje posse ao senhor Pedro Passos Coelho e aos restantes membros do governo PàF numa cerimónia já habitual no palácio da Ajuda.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CRISTÓVÃO COLOMBO E O ORIENTE....

Cristóvão Colombo nasceu no ano de 1451, mas não se sabe o dia exacto nem o local por isso, se há estudos que indicam que é genovês, outros sustentam que é português e de Cuba.
Foi cartógrafo e navegador que carrega o “título” de primeiro europeu a chegar às Américas. Inspirou o nome do país sul americano: Colômbia e de mais duas regiões da América do Norte: a Columbia Britânica (Canadá) e Distrito de Columbia (onde se situa a capital dos Estados Unidos - Washington DC)

O que se sabe sobre o começo de sua vida, por exemplo, é: que frequentou o colégio, aprendeu a ler e escrever em pouco tempo e que suas preferências eram Geografia e Astronomia.
 
Mesmo seguindo o ofício de tecelão, queria era andar no mar.
Aos 14 anos, foi em sua primeira viagem marítima e aos 20 anos, já tinha o comando de embarcações.
 
Colombo conheceu as mais importantes rotas comerciais do Mediterrâneo, como corsário e estabeleceu-se em Lisboa, pelo menos durante 10 anos.
Casou-se com a portuguesa Felipa Moniz, em Lisboa, com quem teve um filho, chamado Diego. Mas Felipa morreu logo a seguir ao parto.
Com a morte da mulher, deixou o filho ao cuidado de uma ama e, tendo descoberto o “Mapa da Tascanelli”, que na verdade era uma carta, onde estava descrita uma rota para chegar à China seguindo a direção do Ocidente, Colombo fez cálculos e abriu uma rota. Porém, ao apresentar a D. João II, o plano foi rejeitado.
 
Decidiu ir para a Espanha, onde apresenta o mesmo plano aos reis católicos Fernando e Isabel que não tendo recusado a proposta, também não apoiaram de imediato; Colombo que passava por dificuldades financeiras, estava decidido a ir-se embora, quando a rainha o chamou e resolveu apoiar a expedição. Tinham passado seis anos!
 
A 3 de agosto de 1492, largou de Cádiz à frente de três navios e 80 homens, rumo às ilhas Canárias.
 
Em 1502, Colombo fez sua quarta e última viagem; não foi bem sucedido. Doente e desapontado por não ter encontrado um caminho para a Ásia, voltou Espanha.
Morreu quatro anos depois na mais completa pobreza.

domingo, 11 de outubro de 2015

AFINAL, O QUE É QUE A DIREITA AINDA NÃO PERCEBEU?


Apesar de, até agora, não ter havido governo em que o Primeiro Ministro fosse de outro partido que não o mais votado em eleições, nada impede o Presidente da República, se for caso disso, de chamar um outro partido (ou coligação) que lhe preste maiores garantias. 
Já tivemos, ao longo do tempo, governos não eleitos de iniciativa presidencial (no tempo do Presidente Ramalho Eanes, chefiados pelos 'independentes' Nobre da Costa e Maria de Lurdes Pintasilgo) e um governo de coligação PSD/CDS chefiado por Santana Lopes (no tempo de Jorge Sampaio). 

Ora a Direita percebeu, logo na noite das eleições que a vontade do eleitorado tinha mudado tão profundamente que a coligação, apesar de ter ganho, não poderia governar sem, pelo menos, a abstenção do PS.
Daí, na própria noite das eleições, enquanto Antonio Costa aceitava o falhanço mas não se demitia, os discursos de vitória de Passos Coelho e o seu vice Portas, era um foguetório pífio onde já se deixava antever a dificuldade de sentar Costa à mesa.

Mas, a Direita e o PS, talvez não estivessem à espera do que se passou a seguir.
Cavaco, não deixou tropeçar a oportunidade e em vez de se decidir, desde logo, pela audição dos partidos políticos e chamar o mais votado - ou seja, a coligação - indigitar Passos Coelho a formar governo, resolveu encarregá-lo de lhe apresentar, num curto espaço de tempo, um governo estável e capaz de continuar as políticas dos últimos 4 anos, deve ter dito a Passos: Agora entendam-se!.


Passos Coelho (e, claro Paulo Portas) deve ter ficado siderado com esta inovação presidencial esperando que Cavaco lhe voltasse a por a mãozinha por baixo e aproveitasse a derrota de Costa, para deixar o odioso da solução para o PS: ou deixava passar programa e orçamento ou seria responsabilizado por um país ingovernável.

Mas a Direita não estaria à espera do que se passou a seguir.
E, o que se passou a seguir foi que o PCP escreveu preto no branco que o PS só não seria governo se não quisesse; o PCP nunca permitirá que um governo PS seja inviabilizado, disse peremptoriamente Jerónimo. 
Ora, como Catarina Martins também já declarou algo semelhante desde que o PS cumprisse (abandonasse como ela diz) três pontos fundamentais: não baixasse a TSU às empresas; não congelasse as pensões; não facilitasse os despedimentos. 
Isto parece perfeitamente possível para Antonio Costa tentar governar.

Mas, diz a Direita: os programas do PCP e o Bloco são anti União Europeia; não aceitam o tratado orçamental; não querem  pagar a dívida; querem o regresso ao escudo; querem tudo estatizado incluindo a banca; não querem a NATO; entre outros. 
Mas:
Tratado orçamental: será que ainda ninguém percebeu que a Alemanha à beira da recessão e com uma crise na indústria ("Volkswagengate") cuja dimensão não ficará apenas pela Alemanha nem pela indústria automóvel do grupo, em breve será a própria Alemanha a pedir um período de carência para o cumprimento das metas do défice. Lembremos que já não é a primeira vez que sucede...

Renegociação da dívida: é facto que o PS deixou cair essa tese mas nem o BE, nem o PCP deixaram, nem ao de leve, que esse fosse um ponto inultrapassável para apoiar um governo socialista.

Regresso ao escudo: se o PS sempre pôs essa possibilidade de parte, PCP e BE têm sido defensores da tese embora ambos defendendo uma saída ordenada. Mas, também agora parecem ter recuado.
Quanto às privatizações, o próprio Antonio Costa já fez saber na reunião que teve com os 'Verdes' que não permitirá a 'privatização da água'. Quanto ao resto, muito pouco há ainda por privatizar, faltando saber como poderá o PS cumprir a promessa de não privatizar mais do que 49,9% da TAP: Questões como a NATO e outras de carácter politico-militar nem nem sequer foram colocadas.

Será que o único que percebeu alguma coisa, até agora, foi Jerónimo de Sousa?
(o PS só não será governo se não quiser)...
Suponhamos que os socialistas decidem abster-se 'violentamente' e viabilizam o governo e o orçamento da coligação, mesmo negociando alguns pontos.
Não tenho dúvidas que à semelhança do que aconteceu na Grécia ao PASOK de Papandreous, o partido socialista implodirá nas próximas eleições e não terá mais do 6 ou 7% residuais; a direita do PS vai para o PSD e a esquerda do PS vai para o BE;
Daí que Jerónimo de Sousa não querendo perder mais terreno e sobretudo não querendo deixar fugir o BE para segundo partido, já percebeu o que tem de fazer.
Apoiar o PS e obrigar o BE a fazê-lo também...

E Marcelo Rebelo de Sousa está aí já, ao virar da esquina...

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

AS CAGANEIRICES DE UMA DIREITA À RASCA

Vamos supor que, por um mero acaso, o PSD perde um deputado pelo circulo da Europa, para o PS e outro pelo círculo fora da Europa para o Nós Cidadãos.
 
O resultado será: PS - 2 deputados; PSD - 1 e Nós Cidadãos - 1.
O que acontece na Assembleia da República?
PS - 87 deputados; PSD - 86; BE - 19; CDS - 18; CDU - 17; PAN - 1 e Nós Cidadãos - 1.
 
Um escândalo? Não! Uma possibilidade.
Sobretudo, uma realidade ainda mais diferente do que a que temos agora e com implicações decisivas na formação de um governo estável. Porque, os deputados socialistas e bloquistas ultrapassam, em número, os da coligação de direita e ainda teríamos mais os da CDU, do PAN e o deputado de Nós Cidadãos, mesmo que este último se juntasse à coligação.

Mas, como isto só se saberá depois da próxima terça feira, o senhor presidente da república quis despachar mais rapidamente as coisas e ficar de fora caso a 'casa venha abaixo'.
Por isso, encarregou o ainda primeiro ministro a arranjar maneira de formar governo.
Como isso só poderá ser feito caso o PS, no mínimo, se abstenha na votação do orçamento, Passos Coelho e Paulo Portas já andam de falinhas mansas; e algumas figuras mais encarniçadas do PàF, como Marco António Costa e João Almeida, para só falar nos porta vozes dos dois partidos da coligação, já moderaram os seus discursos.
Entretanto, Antonio Costa vai jogando esta simultânea com todos, nos vários tabuleiros, ganhando um protagonismo que a derrota das eleições não fazia prever mas que as circunstâncias têm ajudado.

Até parece que Cavaco Silva, farto de pôr a mãozinha por baixo do governo Coelho-Portas, acaba por conceder a Costa a oportunidade de gerir a 'crise' que os eleitores provocaram com a votação de Domingo passado.

Mas, se o cenário for realmente o de ter PS + BE com mais um deputado que o PàF e uma vez que Catarina Martins declarou a sua disponibilidade até para entrar num governo e a CDU não hostiliza um governo PS, então a Direita está fora.

E, mesmo que Cavaco ceda à tentação de nomear Passos para formar um novo governo, ele não durará nem quatro meses.

Vamos ver se Passos consegue, desta vez, o golpe de rins que o mantenha.... 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

REFLEXÃO

O senhor presidente da república está em período de reflexão apesar de ter dito que já tinha tudo previsto, visto e revisto e que não era sensível a pressões.
Por isso, sua excelência o senhor presidente da república faltou às comemorações da república porque já tinha tudo previsto, visto e revisto e não é sensível a pressões.
 
O senhor presidente da república está, felizmente, em fim de mandato mas quer deixar o seu partido no poder quando, finalmente, fechar a luz e bater a porta no palácio de Belém.
Por isso, o senhor presidente da república chamará o senhor presidente do psd e actual primeiro ministro para lhe pedir que forme um novo governo, o qual aceitará a incumbência como 'chefe' da coligação de direita.

O senhor secretário geral do PS será o próximo a ir a Belém para que o senhor presidente da república fique a saber se a intenção será manter ou como prometeu na campanha, votar contra o orçamento que for apresentado pela coligação de direita.
O senhor secretário geral dos socialistas dirá que, caso as 'linhas vermelhas' traçadas pelo partido socialista sejam ultrapassadas, o partido votará contra e o governo cairá!
 
Ora como o governo não poderá deixar de ultrapassar as 'linhas vermelhas' traçadas pelos socialistas, das duas uma ou o governo cai ou desaparece o ps!
De qualquer maneira, volta a ser o ps a ter na mão a solução para o problema!
Ou vota contra o orçamento e faz cair o governo.
Ou se abstém e deixa passar o governo para um banho-maria político que ficará até que o partido socialista resolva a sua crise interna ou seja eleito um novo presidente da república que dissolva a assembleia da república para novas eleições.
Ou se espera que a cdu e/ou be e/ou ps apresentem moções de censura e o governo caia.

Então e se a coligação precipitar a sua própria queda na esperança de voltar a receber a maioria nas eleições seguintes quando for eleito um novo presidente?

Lembram-se que já aconteceu quando o actual presidente da república era primeiro ministro?
Seja como for, os próximos tempos vão ser de instabilidade permanente e a coligação vai ser chamada a fazer aquilo que nunca soube nem quis fazer enquanto foi maioria: negociar!
Veremos se sabe e se quer?

 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

E, QUANDO O SONO NÃO APARECE...



NÃO ME ESQUECI DE IR OLHAR O CÉU
O efeito Super Lua é mais evidente quando a Lua aparece no horizonte, pelas 19H50.
A Lua vai parecer maior do que o habitual, não apenas devido à ocorrência de Super Lua, mas também porque, estando próxima do horizonte, ocorre um efeito extra de ampliação.
Na altura do eclipse, a Lua atingirá o perigeu, a 356.876 quilómetros da Terra, às 02H46 e entrará na fase de Lua cheia às 03H52, o que vai produzir a maior das Super Luas do ano,



CATALUNYA ÉS UNA NACIÓ
Segunda uma previsão à boca das urnas da TV3 a Junts pel Sí (Juntos pelo Sim) obterá entre 63 e 66 deputados (a maioria absoluta consegue-se com 68 deputados regionais), com a Ciudadanos a obter entre 19 e 21 assentos e o Partido Socialista da Catalunha entre 14 e 16 deputados. O Catalunya Si que es pot (apoiada pelo Podemos) ficaria pelos 12 a 14 deputados.

A Junts necessita de 11 a 13 deputados da CUP (Candidatura de Unidade Popular, esquerda radical antieuropeísta) para obter a maioria absoluta no parlamento catalão.


39 MIL FAMILIAS INSOLVENTES POR DÍVIDAS NO IRS
A cobrança coerciva cresceu 25% entre 2014 e 2015.  Em contrapartida, a saúde mental dos devedores tem-se vindo a degradar.Os contribuintes que entram nesta  malha sentem-se totalmente  desprotegidos e muitos nem conseguem abrir as cartas das Finanças.
Mas, apesar de as Finanças terem sido questionadas pela DECO (Defesa do Consumidor) e pela Provedoria da Justiça sobre se já existe o tal gabinete de apoio ao contribuinte, se o fisco tem poderes para penhorar contas ordenado depois de penhorar 1/6 do vencimento, sobre a não contabilização automática dos juros quando perde em tribunal ou do tempo médio para a devolução das verbas e das reclamações graciosas e ainda sobre o número de penhoras feitas nos primeiros seis meses do ano, não foi obtida qualquer resposta
Os casos mais frequentes de violação dos mínimos de impenhorabilidade são os cidadãos que, já tendo visto penhorada a parte penhorável do seu vencimento ou pensão, é surpreendido pela penhora do remanescente desse vencimento ou pensão entretanto depositado nas suas contas bancárias. Nos termos legais, os depósitos bancários são impenhoráveis se tiverem proveniência em créditos originariamente impenhoráveis, como os vencimentos ou pensões. Mas são sempre os contribuintes a terem de fazer prova deste direito e requerer ao órgão da execução fiscal o cancelamento da penhora.


UM BANCO QUE TIRA O 'STRESS' E O CANSAÇO

A Faurecia, empresa de São João da Madeira ligada ao
 'cluster' automóvel, desenvolveu o ‘Active WellnessTM’ que, segundo o site da marca, é o “primeiro banco do mundo que detecta o cansaço ou stress do condutor. De acordo com o site, o banco incorpora tipos de sensores únicos que detectam o batimento cardíaco, respiração e outros baseados em estudos médicos e fornece uma massagem específica para energizar o condutor cansado ou para o relaxar em caso de stress.
Esta invenção vai ser incorporada, inicialmente, apenas em “veículos premium” para ir de encontro à crescente procura de soluções para um conforto personalizado.




 COM QUEM PODEMOS APRENDER SOBRE O AMOR
De acordo com um estudo publicado nesta semana na PLos Biology as aves que escolhem livremente os parceiros têm 37% mais filhos saudáveis que aqueles que formaram ‘casais arranjados’ pelos investigadores.
Assim, pelo menos para os pássaros, o amor parece ter uma significativa importância evolutiva. De acordo com o estudo, esse vínculo entre os parceiros garante uma probabilidade maior de transmissão de genes para as próximas gerações, o que poderia ser uma explicação para a existência do vínculo amoroso na espécie humana.






TENDÊNCIAS DA MODA? O OUTONO COMEÇA EM XADREZ
 
 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

LISBOA ESTÁ NA MODA


ONTEM FOI UMA NOITE DE MODA em 23 cidades europeias e Lisboa também teve o seu VOGUE FASHION'S NIGHT OUT; a avenida da Liberdade iluminou-se mais do que o costume e com muita gente até às onze horas que desfilaram pelos passeios, lamberam montras iluminadas e engalanadas, entraram e saíram das lojas, uns com sacos outros de mãos a abanar.
A noite também serviu para mostrar quem se quis mostrar, fazer prova de vida, que nestas coisas da moda, como em muitas outras das nossas vidas, QUEM NÃO APARECE, ESQUECE!
POR APARECER, A 'SOCIALITE' tem nova cara...e corpo! A filha do 'Special One', de 18 anos e de nome Matilde, acompanhou o pai à gala de prémios anuais masculinos da revista GQ e levou um vestido preto aveludado, muito curto e com decote até ao umbigo e como a jovem não levava gravata podem imaginar (s ainda não viram as fotos),
Mas, não se pense que é só pelo decote que a filha de Mourinho dá nas vistas. A jovem também anda a sair à noite com Niall Horan, um dos membros dos One Direction..  FILHA DE PEIXE SABE DAR NAS VISTAS!
 
APESAR DE TODO O RUÍDO, o entusiasmo em volta da coligação de direita começou a esfriar e nem Pedro, nem Paulo têm outra coisa que não seja esqueletos para mostrar:os nossos!
Num país com o PIB a recuar quinze anos, outros indicadores económicos e sociais também a ficarem aos níveis do inicio do século e a dívida pública a aumentar depois de 4 anos em que o governo se ufanou de nos esmagar ainda mais que o previsto, qualquer 'melhoriazinha' parecerá um 'melhorão'!
Mas que dizer das 300.000 pessoas, com menos de 50 anos que ficaram definitivamente fora do mercado de trabalho?; que dizer de uma sociedade que tem 20% da sua população em risco de cair na miséria e mais de um milhão na pobreza?
 
ONTEM ficámos a saber que aquilo que já se temia que acontecesse, vai mesmo acontecer. 
O NOVO BANCO vai ser um novo 'elefante branco' e quem vai pagar o pataco, é o contribuinte! Sem entendimento com os chineses da Fosun que já constituíam o último que poderia 'salvar' a face ao governo e aos reguladores, a nova tentativa de venda foi chutada para depois das eleições. O senhor Carlos Costa já demonstrou que não vale o cargo que fizeram o favor de lhe dar, nem o que ganha. SENHOR GOVERNADOR DO BANCO DE PORTUGAL FAÇA UM FAVOR A SI PROPRIO E A TODOS NÓS: DEMITA-SE!!!
 
HOJE, PASSAM 14 ANOS SOBRE  o dia em que 19 terroristas da organização Al Qaeda fizeram colidir dois aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center,  matando mais de 3.500 pessoas. Ambos os edifícios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. 
O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, nos arredores de Washington DC. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, Pensylvania, depois de alguns passageiros e tripulantes tentarem retomar o comando, quando os sequestradores, tinham reencaminhado o vôo na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos vôos.




 E O MUNDO NUNCA MAIS FOI O MESMO!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

AUTOMÓVEIS PORTUGUESES

No decorrer do sec. XX, 14 foi o numero de marcas de automóveis fundadas em Portugal a maior parte delas desconhecida da maioria dos portugueses. 
Nenhuma opera actualmente e já pouco resta para recordar. 
Ficam aqui algumas das marcas mais emblemáticas.

Alba, desenhado e desenvolvido em Albergaria-a-Velha, na Metalúrgica Alba, no ano de 1952.  A carroçaria era em alumínio e bem ao estilo Italiano da altura. Todo o carro, inclusive o motor, tem a autoria de António Augusto Martins Pereira. O Alba tinha um motor de 4 cilindros de 1500cc que debitavam 90cv, 4 velocidades e atingia os 200km/h. 
Terão sido construídos 4 exemplares.

 DM, da autoria de Dionísio Mateu, foi desenvolvido nas instalações da Auto Federal Lda., por volta de 1951. Foram produzidas 7 carroçarias diferentes, com um motor de 1100cc com 4 cilindros e com 65cv. Pesava 500kg e atingia os 170Km/h.

Edfor, obra do industrial portuense Eduardo Ferreirinha, foi fabricado em 1937. 
Motor Ford V8 com 3620cc, peso total de 970Kg e velocidade máxima de 160Km/h. Este foi o carro conduzido por Manoel de Oliveira, quando participava em provas de competição automóvel, durante a sua juventude. 

Felcom, possivelmente o carro português mais antigo, datado de 1933,  foi construído por Eduardo Carvalho a partir de automóveis que pertenceram a Eduardo Ferreirinha, que mais tarde construiu os automóveis Edfor. O Felcom continha componentes de um Ford A e de um Turcat-Méry, sendo o motor de um Ford A, mas transformado com uma cabeça Miller.

IPA 300, nasceu em Porto de Mós e foi a evolução do seu antecessor, o Lusito, produzido pela mesma marca, a AGB. Apresentado na Feira das Industrias em 1958, foi uma referencia da industria metalo-mecânica nacional da altura. Tinha como base o modelo Astra britânico, cujo motor era um British Anzani de 2 cilindros, a 2 tempos, com  15 cv, 300 CC e 3 velocidades. Contudo este modelo não avançou, devido á oposição do então Secretário de Estado da Indústria, cuja politica industrial da altura, passava por querer fabricar e montar em Portugal, veículos de marcas europeias e americanas.

Marlei foi concebido em 1954 por Mário Moreira Leite,  um dos mecânicos mais reputados do Porto na sua época . Tinha como base um Opel Olympia Caravan e foi um dos últimos automóveis portugueses de competição a ser construído. Com 48 cv, 4 cilindros, 1588 cc, 4 velocidades, 925 kg de peso total e 160 km/h de velocidade máxima.

MG Canelas data de 1952, foi um carro carro que correu em muitas provas nacionais dos anos 50. Ao contrário da generalidade dos automóveis portugueses da época, este tinha um chassis tubular de concepção própria, fabricado em aço cromo-molibdénio, soldado nas instalações das OGMA, e o motor, um 1500 cc de base MG, foi totalmente remodelado e aligeirado. Tinha 95 cv, 4 cilindros, 1500 cc, 4 velocidades, 550 kg de peso total e velocidade máxima de 195 km/h.

Olda proveniente de Águeda, surgiu em 1954 e rapidamente conquistou o papel de favorito nas corridas, não só devido à qualidade do projecto como ao excelente nível de condução de Joaquim Correia de Oliveira, piloto e técnico do veículo, e de Ângelo Costa, responsável pela preparação dos motores. Denominava-se Olda,contracção de “Oliveira de Águeda”, retendo as letras mais importantes para a designação final. Com 80 cv, motor de 4 cilindros com 1493 cc e 4 velocidades. Peso total de 500 kg e velocidade máxima de 165 km/h.

Portaro foi o primeiro Todo-o-Terreno português, e foi produzido pela FMAT (Fabrica de Máquinas Agrícolas do Tramagal) a partir de 1976. As vendas em Portugal chegaram a atingir volumes perto das 1000 unidades e a fábrica produzia outro tanto para exportação. Em 1990, sem qualquer protecção à indústria nacional, a Portaro fechava as suas portas depois de ter vendido quase 7.000 veículos em território nacional e de ter exportado alguns milhares de unidades. Contava com diversas versões, entre elas o Portaro 250 (na imagem) que contava com um motor de 4 cilindros com 71 cv e 2498 cc.

Sado surgiu no final dos anos 70 e foi lançado pelo o Grupo Entreposto, que deu continuidade ao projecto iniciado na Famel de Águeda. Foi posto à venda em meados de 1982, e custava cerca de 260.000 escudos. O Sado não chegava para as encomendas, e as primeiras 50 unidades foram vendidas muito rapidamente, chegando a haver até lista de espera. Tinha um motor de 2 cilindros com 547cc, produzindo 28 cavalos, 4 velocidades e pesava 480 kg, tinha como velocidade máxima os 110 km/h.

UMM (União Metalo Mecânica) começou a laborar a 4 de Julho de 1977, com o propósito de produzir viaturas 4×4, rentáveis para uso na agricultura, indústria e serviços.  As carroçarias eram feitas em Mem Martins, onde depois seguiam para a montagem e pintura em Setúbal, os motores eram Pegeout. Confrontada com a falta de encomendas e a falta de apoios do governo, a empresa não resistiu, e acabou por abrir falência em 2006. A UMM chegou a correr no Paris-Dakar, nos anos 80. Foram produzidos ao todo 3 modelos, o Cournil, o Alter e o Alter II, chegando a ser apresentado o prototipo do Alter III (na imagem), que nunca chegou à linha de produção.