sábado, 18 de abril de 2020

ALFACINHA DE GEMA COM MUITA HONRA

Ainda não percebi o que é que os "ALFACINHAS" têm a ver com a tal frase assassina "o norte tem uma população menos educada, mais pobre, mais envelhecida e concentrada em lares" que pretenderia justificar (a meu ver abusivamente) a maior incidência da doença Covid19, na região norte. Em primeiro lugar, é preciso que se diga que nem o norte é apenas o PORTO nem o sul é só LISBOA, ao contrário do que "alguns" do costume por aqui aparecem logo a disparar impropérios e afrontas para todos os lados, arvorando-se em grandes arautos do norte contra a "canalha mourisca" do sul, quais virgens ofendidas que aparecem hipocritamente em alturas em que lhes parecerá que reabrir "guerras norte/sul" lhes acalma estigmas e complexos. Em segundo lugar esquecem-se que Lisboa, actualmente habitada (census 2013) por 507.281 habitantes sempre foi desde há muitas décadas, metrópole onde se cruza gente de muitos lados e origens e onde apenas 19% é natural como eu de Lisboa, e portanto ALFACINHA DE GEMA COM MUITA HONRA. o que signifca que vive e trabalha em Lisboa muito mais gente que não é de Lisboa do que os que nasceram em Lisboa: Em terceiro lugar, a TVI já se penitenciou, até à exaustão. A estação de televisão é propriedade da PRISA grupo espanhol de informação, Sérgio Figueiredo responsável pela informação do canal e José Alberto de Carvalho que é o responsável pelo serviço noticioso, não são de Lisboa: O primeiro é do Porto e o outro de Penacova. Em quarto lugar sei, apenas que foi no norte que a doença começou, que os dois canais de transmissão tiveram origem em Itália (importada da feira de calçado de Milão) e outro de Valência, Espanha importada por um operário de construção civil.Quanto ao resto não sou especialista em análises do género.
Deixo para o fim, alguma coisa sobre mim. Eu, ALFACINHA DE GEMA COM MUITA HONRA tenho, igualmente com muito orgulho, ascendência no norte e também no Alentejo A minha bisavó materna era filha de camponeses de Ponte de Lima e o meu bisavô materno pastor em Ruivães, aldeia minhota do Gerês. Curiosamente, encontraram-se em Lisboa, no longínquo ano de 1875 à procura de uma vida melhor; ela criada em casa de uma família abastada do norte e ele guarda-freio na carris, ainda no tempo em que os "eléctricos" se chamavam "os choras" e eram puxados por uma parelha de mulas. Tiveram quatro filhos, um dos quais o meu avô Adriano. Do lado do meu pai, a minha avó era de Estremoz tal como toda a sua família alentejana de Estremoz e Redondo, orfã de mãe ainda criança, foi criada pelos padrinhos e veio para Lisboa já adolescente, acompanhando o tio e padrinho que era juiz desembargador e foi em Lisboa que encontrou o meu avô nascido e criado no Montijo que tinha negócios de vinhos para os lados do Poço do Bispo. Só a minha avó materna era, como eu, "alfacinha de gema" nascida e criada em Alcântara. Conheço, há 63 anos, Sever do Vouga. Comecei a vir passar férias escolares, pelo facto de aqui ter um tio "alfacinha" em trabalho e há 55 conheci uma jovem por quem me apaixonei com quem me casei, vai fazer 50 anos, cuja família é toda do norte até à mais recôndida geração.
PORTUGAL É LINDO e de boa gente. Mas, de quando em vez, alguns vêm, com fins inconfessáveis que não o da defesa do norte que terá os seus telhados de vidro, "atirar pedras ao sul", "jogarem" com os sentimentos das pessoas, aproveitando-se de uma frase retirada dum contexto muito mais vasto, embora exposta de maneira infeliz e sem base científica esclarecida. Mas retrata o pensar dos "ALFACINHAS DE GEMA COM MUITA HONRA" como eu? Não! Por isso não entendo o tom hostil e acusatório!