Tenho lido imenso nestes tempos de pandemia e, aqui na rede social não faço excepção. Leio tudo acerca de tudo!
Umas vezes concordo. Outras não! Mas, isso é o normal!.
Raramente comento. Ou porque me cheira a politiquice sem outros objectivos que não sejam os de "baralhar" as ideias, desinformar os "crentes" e desprestigiar os governos da cor que não interessa aos subscritores das críticas gratuitas e de insinuações mascaradas de verdades!
Infelizmente, a Covid19 tem servido de "campo de manobras" para o aparecimento de frustrações mal digeridas em todo o seu esplendor que, geralmente, se traduzem em postulados de grande desonestidade intelectual e em descargas biliares cujo azedume turva a racionalidade.
Já temos o mais abominável que é, à falta de futebol, uma espécie de "campeonato internações" em que na vez de se contabilizarem os pontos, se alinham os números de mortos e de contaminados, contra os curados ou os suspeitos, etc.
É claro que me dirão que não há outra forma de aferir se as medidas de combate à pandemia estão ou não a surtir um efeito desejado mas depois todos ficamos (mais ou menos) convencidos de que o importante é "testar, testar, testar" enquanto não se consegue "vacinar, vacinar, vacinar" e enquanto tal não acontece saber o que é mais razoável pensar acerca dos esforços que estamos a fazer para não agudizar ainda mais o problema.
Sinto-me feliz por me encontrar em Portugal!
Sinto orgulho na forma como temos sido olhados do exterior.
Sinto-me satisfeito com a forma serena como o governo tem sabido lidar com a doença, apesar de alguns erros cometidos mas com os resultados até agora alcançados!
Sou adepto do CONFINAMENTO SOCIAL por oposição ao método de "tudo ao molho e fé em deus" que representa a IMUNIDADE DE GRUPO;
Existem metodologias mistas (como na Coreia do Sul, Japão, Singapura, Macau) que já provaram alguma eficácia, mas temos de ponderar que outros factores que estão em jogo como cultura e disciplina e capacidade dos serviços públicos para que possa haver soluções de maior mobilidade com risco pouco elevado de contaminação de grupo.
Esperemos que o aliviar de medidas "emergentes" e mais duras e o "abrir" devagar à mobilidade se traduza numa consciencialização das massas que não ponha em risco os sacrifícios já feitos.
A IMUNIDADE DE GRUPO (Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Países Baixos e Bélgica) tem-se revelado um perigo que se acentua logo que a propagação da doença atinge os picos incontroláveis e susceptíveis de fazerem colapsar todo e qualquer sistema de saúde, por mais bem equipado e mais eficiente que seja, noutros contextos.
A propagação torna-se inevitável numa escalada que terá consequências muito graves nas sociedades sujeitas a esse desiderato.
É claro que, embora em fase CONFINAMENTO, a Itália, Espanha e França são (apenas) exemplos de situações em que se cometeram erros numa fase primária da pandemia, com elevado nível de desconhecimento sobre a perigosidade do vírus e das características de contágio, etc (caso da Itália) ou no caso espanhol,havendo a percepção de que a BCG (que não faz parte do plano de vacinação em Espanha) poder conceder maior resistência à propagação da doença Covid19.
Quanto aos apologistas da IMUNIDADE DE GRUPO, lembro que até foi prática nos anos 40, 50 e 60, com infecções como sarampo, papeira e varicela, em que famílias com crianças, as juntavam propositadamente para que rapidamente e em simultâneo, apanhassem a doença e ficassem imunes.
Sem ser especialista, lembro por um mero raciocínio lógico que esta Covid19 sendo uma gripe, tem uma capacidade de disseminação e de contágio muito violentos e ainda por cima produz uma grande quantidade de casos assintomáticos que a tornam extremamente perigosa já que todos "atacados" da mesma forma, a capacidade de resposta do organismo varia com a idade, com a junção a outras doenças e com o nível de debilidade do hospedeiro. Curiosamente, aqui, serão crianças que poderão propagar o contágio aos mais velhos, sendo elas as assintomáticas. Mas...
Para terminar, refiro que ao ver um dia destes várias fotos de pulmões de pessoas que foram dadas como curadas, após períodos mais ou menos longos de exposição à infecção, são de tal forma medonhas as lesões deixadas que certamente serão doentes crónicos e com afecções respiratórias graves.
Valerá, então, a pena perguntar: IMUNIDADE DE GRUPO ou CONFINAMENTO SOCIAL? Se queremos uma sociedade com pessoas mais saudáveis - e para isso que lutamos pela ecologia contra a poluição; pela alteração das dietas e por uma vida mais sã com mais exercício físico - parece-me não haver a mínima hesitação em apoiar aqueles que decidiram pela defesa da saúde pública.