Escrevi propositadamente VELHOS.
Não idosos, maiores, seniores ou qualquer outro termo, que os tempos dos preconceitos inúteis determinaram que VELHO passasse a ser uma palavra ofensiva para designar à bruta uma pessoa de um determinado grupo etário?! O Estado, menos virtuoso, manteve a designação cruel e continua a atribuir "PENSÕES POR VELHICE" aos VELHOS!
Quando eu nasci - 1948 - não havia certamente estudos muito fiáveis sobre "ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA À NASCENÇA" mas, pela Pordata, em 1960, este índice seria apenas ligeiramente superior aos 60 anos e transcorridos 58 anos, cresceu mais de 20 anos (em 2018 - 81,3 anos).
Por outro lado, em 1971, éramos 8,6 milhões e os maiores de 65 anos, 9,7% ou seja 836 mil habitantes; volvidos 48 anos, (2019) a população com idade superior a 65 anos é de 2,3 milhões, o que representa 22% de um total de 10,3 milhões de residentes em Portugal continental e regiões autónomas.
Mas, este é um fenómeno mundial que se faz sentir ainda com maior incidência numa Europa envelhecida onde o "Estado Social" enfrenta cada vez maiores dificuldades para manter a sua sustentabilidade e continuar a assegurar os seus compromissos de dar uma vida digna aos seus VELHOS!
A pandemia veio reforçar estas preocupações e destapar as inúmeras deficiências; desde muito cedo ficou provado que o vírus na sua "cega" propagação faria mais vítimas nos hospedeiros mais vulneráveis com patologias associadas e, logo, entre estes a esmagadora maioria dos mais velhos entre os VELHOS.
Assim é que os 5880 óbitos com covid-19 na faixa acima dos 70 anos representam 88,1% do total de mortes e acima dos 80 anos morreram por covid-19, 4.521 ou seja 67,8% do total (6.677 mortes até hoje).
Impressionante e muito pouco explicável, a enormidade dos surtos em lares e o número de vítimas ocasionadas. A falta de medidas adequadas