O «Filme do Desassossego", de João Botelho, vai ser exibido no Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa, no dia 30 de Novembro, para assinalar os 75 anos da morte de Fernando Pessoa. É uma interpretação para cinema de «O livro do Desassossego», de Bernando Soares, um dos heterónimos do poeta português.
A longa-metragem estreou no dia 29 de Setembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, dando início a um circuito de exibição pela rede de cineteatros, teatros municipais e nacionais até, pelo menos, Janeiro.
A longa-metragem estreou no dia 29 de Setembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, dando início a um circuito de exibição pela rede de cineteatros, teatros municipais e nacionais até, pelo menos, Janeiro.
Já foi exibido no Teatro Nacional São João, no Porto, na quinta-feira e hoje (sábado), estando as sessões já esgotadas (tal como aconteceu no CCB).
No dia 12, o filme passará em Arcos de Valdevez, no dia 14 em Famalicão e no dia 15 em Braga, seguindo-se sessões em Montalegre, Seia, Figueira da Foz e Estarreja, ainda durante o mês de Outubro.
João Botelho decidiu não estrear «Filme do Desassossego» no circuito normal das salas de cinema por considerar que não se enquadra na lógica do cinema comercial ao querer privilegiar a palavra original de Fernando Pessoa.
"O filme está organizado em três dias e três noites da vida de Bernardo Soares, mas apenas se passa em três minutos", explica. "Começa às três menos três da madrugada de sábado e acaba às três da manhã, porque o tempo do cinema não é o da vida", acrescenta o cineasta. A película tem a duração de uma hora e meia.
Questionado sobre a escolha dos locais para exibição da película, o realizador adianta que o teatro tem silêncio, pelo que "confere dignidade ao cinema" e oferece "uma atenção que os outros [cinemas comerciais] não têm". A adesão por parte do público e a aclamação da crítica foi "excelente" e "impressionante".
Do elenco fazem do filme parte Cláudio Silva, no papel de Bernardo Soares, e mais de quarenta actores em curtas participações, como Rita Blanco, Alexandra Lencastre, Miguel Guilherme, Catarina Wallenstein, Laura Soveral, Margarida Vilanova, Ricardo Aibéo, Manuel João Vieira e Marcelo Urghege.