Ser poeta é ser mais alto, é ser maior / Do que os homens! / Morder como quem beija! / E ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor / E não ter sequer que se deseja! / É ter cá dentro um astro que flameja, / É ter garras e asas de condor! É ter fome, e ter sede de Infinito! / Por elmo, as manhãs de oiro e cetim… /É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente… /É seres alma, e sangue, e vida em mim /E dizê-lo cantando a toda a gente! (Espanca, 2003: 75)