domingo, 20 de fevereiro de 2011

Diogo Alves, o 'serial killer' de Lisboa

No Museu da Faculdade de Medicina de Lisboa existe uma cabeça de homem conservada num frasco que pertence a Diogo Alves, o serial Killer de Lisboa que depois de ter sido pendurado pelo pescoço até à morte, seria decapitado, tudo em nome da ciência. 


Entre 1836 e 1839, não se falava de outra coisa em Lisboa. Sucediam-se os casos de pessoas que caíam misteriosamente do Aqueduto das Águas Livres. 
A hipótese de uma vaga de suicídios foi colocada até que, em 1840, as autoridades detiveram Diogo Alves, depois de matar a família de um médico cuja casa tinha assaltado.
Diogo Alves, um galego que veio viver para Lisboa ainda novo, conhecido pela alcunha de “O Pancada”, confessou os crimes e foi condenado à forca, um ano depois, a 20 de Fevereiro de 1841, no cais do Tojo, em Lisboa. Estima-se que tenha assassinado entre 30 a 40 pessoas em três anos, na zona do Vale da Alcântara, a parte mais alta do aqueduto, de 65 metros de altura, meio de abastecimento de água à cidade que era também usado como passagem pedonal.
Fica por esclarecer, nesta história macabra, se muitos dos crimes não teriam sido  instigados pela companheira do assassino, Gertrudes Maria, uma taberneira conhecida por Parreirinha. Diogo matava os transeuntes que assaltava, atirando-os do ponto mais alto do aqueduto, para manter secretos os roubos e escondia-se ao fim do dia nas galerias do aqueduto que abria com uma chave falsa. Era ele o chefe da quadrilha que se dedicava a assaltar e matar quem por ali passava embora nunca tivesse denunciado nenhum dos seus companheiros.
A cabeça viria ali “a ser examinada à luz das teorias defendidas pelo célebre fisiologista alemão Franz Joseph Gall”, fundador da frenologia, “doutrina que pretendia estudar as faculdades intelectivas, afectivas e instintivas dos indivíduos a partir da configuração do crânio”.