quinta-feira, 3 de março de 2011

Tão amigos que nós somos....

                                             TÃO AMIGOS QUE NÓS SOMOS!!!

O défice orçamental deste ano vai ficar abaixo de 4,6%. O primeiro-ministro garantiu esse objectivo à chanceler Angela Merkel, na reunião de quarta-feira, em Berlim. O défice português pode assim ficar abaixo da média dos países da Zona Euro (4,6%), um trunfo que José Sócrates levou ontem à chancelaria alemã.
Pela primeira vez em vários anos, os dados da execução orçamental apontam para uma queda acentuada da despesa pública, que caiu 3,6% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com o período homólogo do ano passado. Mas neste valor não estão ainda contabilizadas as contas do Serviço Nacional de Saúde e da Caixa Geral de Aposentações. A despesa corrente primária caiu 3,9%, como resultado dos cortes salariais. Ao mesmo tempo, há uma diminuição dos encargos com os juros da dívida pública.
Apesar de não serem ainda conhecidos os números do lado da receita, todos estes factores ditaram uma redução do défice no mês passado.
Com esta nova meta para o défice, Portugal dá o tudo por tudo para tentar convencer os parceiros europeus e os mercados de que as contas públicas vão entrar nos eixos e que o país está em condições de honrar as suas dívidas.



A MERKEL GABA O GOVERNO E OS MERCADOS ACHAM QUE PODEMOS PAGAR MAIS

Juros em máximos depois de encontro Sócrates e MerkelOs juros da dívida pública estão esta manhã de quinta-feira acima da barreira dos 7,5% e a aproximarem-se dos valores mais altos de sempre. Isto apesar da reunião de ontem entre o primeiro-ministro e a chanceler alemã. 

Para Angela Merkel, Portugal «está no bom caminho» para a recuperação económica e rejeita que Portugal seja obrigado a pedir ajuda externa. Uma ideia sublinhada, também, por José Sócrates que disse, num discurso conjunto após o encontro, que Portugal vai ser capaz de resolver os seus problemas «sozinho».
Mesmo assim, os juros da dívida soberana não aliviaram e aproximam-se mesmo dos máximos históricos, atingidos em Fevereiro. E esta tendência atinge tanto a dívida pública de curto como de longo prazo. No caso das Obrigações do Tesouro a 10 anos, as yields estão nos 7,52%, depois de terem tocado os 7,649%, o máximo do dia. Os juros estão cada vez mais perto dos 7,72%, o valor mais alto de sempre atingido durante a sessão de 25 de Fevereiro.
Já na maturidade mais curta, os juros a cinco anos estão nos 7,52%, depois de ter tocado os 7,649%, muito acima dos 7,40%, o máximo histórico atingido também a 25 de Fevereiro.
Acima de Portugal, apenas a Grécia e a Irlanda, países já resgatados pelo fundo da UE/FMI, estão a pagar mais para se financiarem nos mercados. Os juros da dívida a 10 anos grega já ultrapassou os 12% e os da Irlanda sobem acima dos 9%.

PESSIMISTAS! O senhor Sócrates trata já disso!
Não são boas notícias. O Eurostat confirmou esta quinta-feira a contracção de 0,3 por cento da economia portuguesa no quarto trimestre de 2010, que representa ainda assim uma melhoria de 1,2 por cento face ao trimestre homólogo de 2009. Na segunda estimativa do gabinete de estatística das comunidades europeias para as contas nacionais dos Estados membros, também a média para o crescimento da Zona Euro no quarto trimestre (face ao trimestre anterior) foi confirmada em 0,3 por cento (2 por cento face ao quarto trimestre de 2009) e a do conjunto dos 27 países da União Europeia em 0,2 por cento (2,1 por cento face ao quarto trimestre de 2009).
Assim, em comparação entre o terceiro e quarto trimestre de 2010, a economia portuguesa terá tido o quarto pior desempenho entre as 24 economias da União Europeia cujos dados foram disponibilizados pelo Eurostat (Irlanda, Luxemburgo e Malta não têm dados disponíveis para o terceiro trimestre). Atrás de Portugal fica apenas a Grécia (-1,4 por cento), o Reino Unido (-0,6 por cento) e a Dinamarca (-0,4 por cento).

Em comparação entre o quarto trimestre de 2010 e trimestre homólogo de 2009, Portugal apresenta um crescimento de 1,2 por cento, ficando também aqui com o pior desempenho entre os 24 países com dados disponíveis, mas desta vez com protagonistas diferentes no final da lista: Grécia apresenta uma queda de 6,6 por cento, a Roménia de 0,6 por cento, enquanto a Espanha apresenta uma melhoria de 0,6 por cento, metade do registo de Portugal neste período.