domingo, 30 de abril de 2017

A ABRILADA

A Abrilada foi uma revolta absolutista que teve lugar a 30 de Abril de 1824 e prenunciou a guerra civil que durou seis anos, entre 1828 e 1834.
O Infante D. Miguel que tinha sido nomeado generalíssimo do Exército Português mandou deter nos calabouços do Castelo de São Jorge e da Torre de Belém algumas das mais importantes personalidades civis e militares do país, entre elas, o Intendente Geral da Polícia e o Duque de Palmela, chefe do governo liberal em coligação com o partido regenerador do Visconde de Santa Maria que também foi detido. 
D. Miguel que tinha o apoio da mãe, Carlota Joaquina, considerava-os os cabecilhas de uma conspiração contra seu pai, o rei D.João VI por seem liberais e pertencentes à 'pestilenta cáfila' (como declarava D.Miguel na declaração que proferiu nessa ocasião) dos pedreiros-livres, numa referência à Maçonaria liberal. 
Mandou diversos corpos militares ao Palácio dos Estaus (teatro nacional de D. Maria II), onde instalou o seu quartel-general e ordenou o cerco ao Palácio da Bemposta, onde estava o rei pelo general britânico William Beresford, conselheiro militar.
Mas, o embaixador francês François Auguste de Neuville conseguiu entrar no palácio e convencer o rei a chamar o filho para que fosse possível um acordo que fizesse regressar as tropas aos quartéis, embora mantendo os detidos encarcerados, com excepção do Duque de Palmela que se refugiou num navio inglês.
Não tendo sido possível qualquer acordo, os diplomatas ajudaram D. João VI a refugiar-se no navio britânico "HMS Windsor Castle", onde proferiu uma declaração pela qual demitia o infante D. Miguel do seu cargo, ordenava a libertação dos presos políticos e a captura dos apoiantes do filho, que foi intimado a vir a bordo tendo ficado retido até embarcar com destino à França na fragata Pérola, pondo-se fim à sublevação dos miguelistas. O infante foi dali deportado para Viena, e Dona Carlota Joaquina foi internada no Palácio de Queluz.

D. João VI viria a morrer dois anos depois e às portas da morte abdica a favor de D.Pedro que entretanto se auto proclamara Imperador do Brasil mas, apesar de exilado, jura a Carta Constitucional e deixa a regência do reino à filha D. Maia Pia que entretanto estava prometida ao seu tio D. Miguel, irmão de D. Pedro. 
Assim, D. Miguel regressou a Portugal e embora tenha jurado a Carta, regressaria em 1828 ao poder através de um golpe de Estado.