domingo, 1 de dezembro de 2019

MELHOR SER RAINHA POR UM DIA QUE DUQUESA TODA A VIDA


A frase está em todos os livros e foi proferida na véspera, à noite, por D. Luísa de Gusmão, aos seus filhos e demais fidalgos que se reuniram com os duques de Bragança na residência - hoje Palácio da Independência, fica situado em Lisboa, atrás do edifício do teatro nacional D.Maria II - diz-se, perante a hesitação do marido D. João, o Duque de Bragança, em dar a ordem para a revolta.
Corajosas palavras de Luísa María Francisca de Guzmán y Sandoval que ficará para a História D. LUÍSA DE GUSMÃO, espanhola por nascimento, casada com D. JOÃO, Duque de Bragança, o IV e o primeiro da dinastia de Bragança a quem foi dado o cognome de 'O Restaurador' depois de proclamado Rei de Portugal e dos Algarves. naquela tarde do primeiro dia de Dezembro do Ano da Graça de MDCXL.
SESSENTA ANOS, o período de tempo que Portugal consta como uma 'província espanhola' desde que em 25 de Agosto de 1580, D. Fernando Alvarez de Toledo y Pimentel, DUQUE DE ALBA à frente de 5.500 soldados desbaratou, em meia hora, 1.500 portugueses mal armados e equipados, o pobre e desvalido exército que D ANTÓNIO, O Prior do Crato reunira na margem esquerda da ribeira de Alcântara para lhes fazer frente.
A ESTA HORA (passados 379 anos) já os 40 conjurados, os revoltados assim designados pela jura solidária de vitória ou morte, tinham invadido o Paço, aproveitando a ausência da Duquesa de Mântua, regente nomeada pelo rei Filipe III de Portugal, IV de Espanha, dominaram a Guarda Espanhola e depois de uma série de buscas por corredores e salões do palácio acabaram por descobrir Miguel de Vasconcelos, secretário da Duquesa e odiado pelo povo como traidor, escondido num armário do aposento que servia de quarto, apunhalaram-no e defenestraram-no para a praça para o meio do povo que se juntara em agitação.
Estava consumado o golpe que nos arrastaria para mais 28 anos de guerra com a Espanha mas que acabou com vitória portuguesa selada no Tratado de Paz de 1668 assinado em Lisboa e mediado por Carlos II de Inglaterra, entre Carlos II de Espanha e João VI de Portugal, que ficou conhecido por Tratado de Paz Perpétua.