sexta-feira, 16 de outubro de 2020

OS TEMPLÁRIOS CONTINUAM VIVOS...

 

Em 16 de outubro de 1311 foi extinta a Ordem dos Templários ou dos Cavaleiros do Templo fundada dois séculos antes por Hugo de Payens e Godofredo de Saint-Omer, em 1906, durante a 1ª Cruzada com sede em Jerusalém.
Quem entrava para a Ordem dos Templários tinha de fazer um voto de pobreza e castidade, entregavam todos os seus bens e todo o dinheiro à organização que ganhou poder financeiro um tal prestígio na Europa, com cada vez mais membros e uma filosofia digna dos princípios mais cristãos.
A divisa da ordem foi retirada dos ensinamentos de São Bernardo: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome”.
Mas Filipe IV, o Belo, rei francês cuja coroa precisava do dinheiro dos templários a quem já tinha recorrido em empréstimos que não poderia pagar, começou a descobrir pouca pureza debaixo das armaduras e das capas brancas com a cruz de Cristo vermelha e depois persuadir o Papa Clemente V a acusar os cavaleiros dos crimes de heresia, imoralidade, sodomia e de manterem relações sexuais homossexuais entre eles, uma acusação particularmente humilhante no século XIV.
A tarefa não parecia fácil porque para o Vaticano era imprescindível manter a presença militar na Palestina e só o dinheiro e o poder dos Templários poderia consegui-lo.
No entanto, os boatos que circulavam sobre os templários já começavam a denegrir a imagem da própria Igreja e se Clemente V continuasse a defender a Ordem, também a sua imagem viria a ser arrastada pela lama
Assim, não foi capaz de suster o plano do rei e a gota de água que fez transbordar o copo foi quando Tiago de Molay, grão-mestre dos Templários, pediu ao Papa para o receber e perceber o que se passava para que tantos boatos corressem sobre os seus cavaleiros.
O Papa acedeu ao pedido de Molay, mas avisou o rei que sabia que, com o poder e prestígio que os Templários tinham conquistado, só a morte os arruinaria e assim pôs a circular por todo o reino uma carta com instruções claras só fosse aberta na noite de 13 de Outubro de 1307. Era sexta-feira!
Nessa noite Tiago de Molay foi capturado juntamente com a maior parte dos templários e todos os bens confiscados pela Inquisição.



De madrugada, já Filipe IV de França tinha emitido um comunicado onde sugeria que o papa Clemente V concordava com a morte dos Templários. Enfurecido, o Papa enviou dois cardeais para repreender o rei. Vieram de lá com um negócio: a Igreja ficava com parte dos bens dos Templários, mas o rei podia escolher a forma de julgar os cavaleiros. Escolheu então condená-los de acordo com o direito canónico, o mais pesado.
Os Templários foram sujeitos a torturas mais cruéis, alguns ficaram em prisão perpétua e outros foram queimados na fogueira, um castigo normalmente aplicado às bruxas e aos hereges.
Condenado à morte por fogo o próprio Tiago de Molay, perante o rei e todas as tropas do reino lançou uma maldição: “Deus sabe que nos trouxe para o limiar da morte com grande injustiça. Em breve virá uma enorme calamidade para aqueles que nos condenaram sem respeitar a verdadeira justiça. Deus irá retaliar a nossa morte”.
O rei Felipe IV viria a morrer com um derrame cerebral e, pouco depois, também o papa Clemente V faleceu. O povo levou a sério a ameaça de Molay e, a partir daquele dia, qualquer sexta-feira 13 era vista como um dia em que o azar podia bater à porta.
O medo espalhou-se pelo mundo inteiro com os relatos cada vez mais demoníacos associados a este dia.
Ao fim de 213 anos a defender o Reino de Jerusalém, os cavaleiros do Templo conheceram um fim sangrento mas nem todos.
Alguns conseguiram escapar e refugiaram-se em outras paragens, tal com em Portugal, 8 anos depois (1319) em Castro Marim e depois por Dornes e Tomar onde foi fundada a Ordem de Cristo, por alguns dos cavaleiros sobreviventes do massacre de 12 anos antes.