terça-feira, 26 de abril de 2011

Quem quiser que enfie a carapuça...

“Sabemos que o nosso Estado é ainda ineficiente e pouco amigo do cidadão, mas devemos saber também que a nossa sociedade civil é fraca, corporativa e pouco dinâmica, acusando o Estado para melhor viver à sua sombra. 
Sabemos que temos partidos políticos fechados, com poucas ideias e pouco debate e políticos, que há muito mais do que seria desejável, que não estão à altura das suas responsabilidades mas, devemos saber também que muitos cidadãos pouco fazem para alterar esse estado de coisas, preferindo o comodismo do alheamento, da indiferença ou da má língua inconsequente, como se tudo lhes fosse devido e eles não devessem nada ao país”.
Só a partir desta nova atitude, é possível construirmos os compromissos necessários, os acordos duradouros, os consensos sólidos, os pactos de regime e a coesão nacional que a gravidade desta hora exige
O país precisa de "políticos com pensamento novo e autoridade moral", defendeu, mas também de cidadãos mais empenhados e insistiu na ideia da necessidade de "mudar radicalmente de atitude": "Necessitamos de mais perspectiva e menos miragem, de mais exigência e de menos facilitismo, de mais rigor e de menos desperdício, de mais vontade e menos voluntarismo". 
Mas é preciso olhar também para o que temos de bom “e é justo de que nos orgulhemos: O país é hoje muito melhor do que era em 1974. Há empresários que brilham lá fora, há trabalhadores competentes, há jovens com valorização, há pessoas empenhadas no país e com capacidade de intervenção, há muitos reconhecidos internacionalmente. O que precisamos é fazer dessa excelência uma marca colectiva e não uma distinção pessoal. 

Comentários para quê? Foi duro e crítico o discurso do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, na cerimónia de aniversário da Revolução do 25 de Abril. Sampaio propôs um sentido de responsabilidade partilhada e criticou o conformismo da sociedade civil portuguesa.