sexta-feira, 9 de outubro de 2015

AS CAGANEIRICES DE UMA DIREITA À RASCA

Vamos supor que, por um mero acaso, o PSD perde um deputado pelo circulo da Europa, para o PS e outro pelo círculo fora da Europa para o Nós Cidadãos.
 
O resultado será: PS - 2 deputados; PSD - 1 e Nós Cidadãos - 1.
O que acontece na Assembleia da República?
PS - 87 deputados; PSD - 86; BE - 19; CDS - 18; CDU - 17; PAN - 1 e Nós Cidadãos - 1.
 
Um escândalo? Não! Uma possibilidade.
Sobretudo, uma realidade ainda mais diferente do que a que temos agora e com implicações decisivas na formação de um governo estável. Porque, os deputados socialistas e bloquistas ultrapassam, em número, os da coligação de direita e ainda teríamos mais os da CDU, do PAN e o deputado de Nós Cidadãos, mesmo que este último se juntasse à coligação.

Mas, como isto só se saberá depois da próxima terça feira, o senhor presidente da república quis despachar mais rapidamente as coisas e ficar de fora caso a 'casa venha abaixo'.
Por isso, encarregou o ainda primeiro ministro a arranjar maneira de formar governo.
Como isso só poderá ser feito caso o PS, no mínimo, se abstenha na votação do orçamento, Passos Coelho e Paulo Portas já andam de falinhas mansas; e algumas figuras mais encarniçadas do PàF, como Marco António Costa e João Almeida, para só falar nos porta vozes dos dois partidos da coligação, já moderaram os seus discursos.
Entretanto, Antonio Costa vai jogando esta simultânea com todos, nos vários tabuleiros, ganhando um protagonismo que a derrota das eleições não fazia prever mas que as circunstâncias têm ajudado.

Até parece que Cavaco Silva, farto de pôr a mãozinha por baixo do governo Coelho-Portas, acaba por conceder a Costa a oportunidade de gerir a 'crise' que os eleitores provocaram com a votação de Domingo passado.

Mas, se o cenário for realmente o de ter PS + BE com mais um deputado que o PàF e uma vez que Catarina Martins declarou a sua disponibilidade até para entrar num governo e a CDU não hostiliza um governo PS, então a Direita está fora.

E, mesmo que Cavaco ceda à tentação de nomear Passos para formar um novo governo, ele não durará nem quatro meses.

Vamos ver se Passos consegue, desta vez, o golpe de rins que o mantenha....