quarta-feira, 25 de novembro de 2015

40 ANOS DEPOIS, EM NOME DA DEMOCRACIA (1975 - 2015)

 
A data de 25 de Novembro é uma efeméride a que muitos não assistiram e outros, dela não terão memória viva por serem ainda crianças quando aconteceu mas que se pode resumir como uma vitória de forças moderadas encabeçadas pelo Partido Socialista e de militares chefiados pelos Majores Ramalho Eanes e Melo Antunes, pondo fim ao PREC (Processo Revolucionário em Curso) e as tentações totalitárias das forças revolucionárias, que se manifestavam pela tomada do poder desde 25 de Abril. O país esteve à beira de uma guerra civil e o próprio Partido Comunista Português, liderado por Álvaro Cunhal, optou por um estratégico recuo perante o que designou na altura de 'esquerdismo' das forças à sua esquerda e que poderiam colocar em perigo as 'conquistas de Abril'.
 
De resto, até essa altura, durante o chamado 'Verão quente', as bandeirinhas alaranjadas do PPD e outras em menor número do CDS, agitavam-se 'corajosamente abrigadas' na cauda das manifestações do PS que dava o corpo às balas no combate político (e muitas vezes de rua) contra as tentações totalitárias das forças revolucionárias.
A DIREITA, representada pelo PPD ( grupo de deputados eleitos em listas do partido único do anterior regime e que passou à oposição na Assemblea Nacional), fundado por Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Saraiva da Mota e o CDS (partido dito do 'centro' e ideologicamente reivindicativo dos princípios da democracia cristã) fundado por Freitas do Amaral e out6ras figuras menores da ditadura, foi crescendo abrigada na democracia que o partido socialista lhe proporcionou.
Os 'populares' de Sá Carneiro foram, com o tempo, transformando-se em social democratas e agora em liberais de novo, por Passos Coelho, enquanto os centristas e 'democratas cristãos' de Freitas e Amaro da Costa, passaram à 'direita popular' de Portas.

40 anos de democracia depois, a Direita dividiu o país ao meio, por isso não se pode queixar de que o PS tenha (pela primeira vez na história da democracia) recebido o apoio dos partidos à sua esquerda para formar um governo que dure uma legislatura. É isto que teme! Que em vez de se perpetuar no poder, PSD e CDS não voltem a sê-lo, nestes tempos mais próximos. O argumento sobre os 'papões' da Esquerda é apenas um estrebuchar em desespero de que no fundo, não aprendeu nada, quando teve tudo para o sucesso.

4 anos de governo depois, a Direita não consegue disfarçar o seu nervosismo, agora que os dados sobre a execução orçamental mostram a verdadeira natureza face à dimensão das mentiras e dos 'jogos contabilísticos' do governo e do ministério das finanças, o enorme ruído que irá suceder à sua queda.
A Esquerda ganha! Mas, saberá que não tem sequer direito a 'um estado de graça' por isso, saberá que não pode falhar. Estou convicto de que não falhará!