segunda-feira, 10 de março de 2014

UM PREFÁCIO À FISGADA

O senhor Presidente da República resolveu prefaciar.

No entanto, primeiro quis deixar claro que está farto do paleio do governo e dos partidos que o sustentam, logo que surgiram os primeiros sinais de uma recuperação que parece dever-se muito mais à incapacidade do próprio país continuar a afundar-se e muito menos às reformas estruturais que o governo diz que fez mas que não fez!

Depois, afirma não perceber porque é tão difícil o diálogo e o entendimento entre as principais forças políticas e sociais e pede aos portugueses que forcem os políticos a um consenso para que o país não continue a sofrer com programas de mais austeridade.

Não vale a pena, pois, estar a prestar atenção ao que os políticos andam para aí a dizer sobre saídas à irlandesa, ou saídas mais ou menos, ou saídas mais menos que mais pela simples razão de que o país não tem saída. Pelo menos, durante os próximos vinte anos!

Eles já andam em campanha e, por isso, querem é prometer de novo um montão de coisas e depois dos votos, lá vem a austeridade tirar o que foi dado e muito mais. 
Já todos sabemos que a jogada mas eles é que gostam sempre de tentar mais uma vez.

Agora, o que quer então o Presidente da República?
O senhor Presidente da República até tem razão no que diz.
Tem de haver acordo em pontos essenciais:
- Como vamos reformar estruturalmente o Estado para que a economia possa crescer de forma equilibrada e sustentada? 
- Como vamos aplicar os dinheiros do novo quadro comunitário que por serem a última oportunidade para o país se robustecer economicamente?
- Finalmente, como vamos pagar a dívida e, em simultâneo, trazer a dívida pública para sessenta por cento do PIB e manter um défice orçamental abaixo o meio ponto percentual?

Como nada disto parece ser motivo de ponderação para os políticos que temos, a mim parece-me que vamos ter uma saída à fisgada!