sábado, 23 de maio de 2020

MANIFESTUS PROBATUM

PORTUGAL poderia ter hoje o dia feriado celebrando a sua fundação! Com efeito, passam 841 anos sobre a data de 23 de Maio de 1179 em que o Papa Alexandre III através da bula "Manifestus Probatum" reconheceu o território entre os rios Minho e Tejo, Reino de Portugal, independente da tutela do reino de Leão e Afonso Henriques, o seu primeiro rei!
O Condado Portucalense pequeno território pertencente ao Reino de Leão tinha sido cedido pelo rei Afonso VI a Henrique de Borgonha (cavaleiro nobre francês em reconhecimento da ajuda na luta contra os mouros).como dote de casamento com Teresa, sua filha bastarda então com 14 anos,
Juntos, D. Teresa e D. Henrique tiveram cinco filhos, Urraca, Sancha, Henrique, Teresa e Afonso.
Quando D. Henrique faleceu, em 1112, D. Teresa, herdou o Condado, tinha o príncipe Afonso apenas dois anos..

Durante praticamente toda a sua vida, D. Afonso Henriques lutou pelo reconhecimento da independência do Condado quer na conquista de novos territórios a sul de Coimbra - Lisboa caiu na sua posse em 1147 e Évora (ou Al Yabura) a poderosa cidade mais a sul foi tomada aos mouros em 1166.
Tornar independente o condado;
Mesmo depois do Tratado de Zamora em 5 de Outubro de 1143, assinado pelos dois primos Afonso Henriques e Afonso de Leão, segundo o qual era reconhecida a independência do Condado Portucalense que passaria a Portucale, apenas 36 anos e muitas batalhas depois, o Papa Alexandre III aceitou reconhecer, pela primeira vez, o reino de Portugal e D. Afonso Henriques como seu primeiro rei, o qual morreria seis anos depois.

O original em latim da Bula "Manifestus Probatum" que está à guarda da Direcção Geral dos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, pode-se traduzir por, "Prova Clara" e constitui um dos mais importantes documentos pontifícios em Portugal.
Começa assim:
"Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de Deus, ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei dos Portugueses, e a seus herdeiros, 'in perpetuum'.
- - - - - - - - - - - - - -
Por isso, Nós, atendemos às qualidades de prudência, justiça e idoneidade de governo que ilustram a tua pessoa, tomamo-la sob a protecção de São Pedro e Nossa, e concedemos por autoridade apostólica a teu excelso domínio reino de Portugal com inteiras honras de reino e dignidade que só pertence aos nobres reis bem como todos os lugares que com o auxílio da graça celeste conquistaste das mãos dos Sarracenos e sobre os quais não mais poderão reivindicar direitos de posse os vizinhos príncipes cristãos.
- - - - - - - - - - - - - - - - - -
A luta de uma vida pela independência!