sábado, 2 de maio de 2020

Maio, quinto mês do calendário gregoriano
tem origem na deusa grega Maia, deusa da Primavera,
mãe de Mercúrio que protegia os campos,
aumentando a fertilidade da terra e dos animais
Maio é, também, o mês consagrado Maria, mãe de Jesus,
segundo a igreja católica, na devoção do Santo Rosário.
Mês de flores e de trovoadas. De amores e de tristezas.
Maio sedutor, simpático e feiticeiro. Tormentoso também.
Quem o entende?
Nas aldeias, não vá o demónio tecê-las, portas e janelas.
com giestas amarelas acabadas de florir,
raminhos que protegiam as casas de trovoadas,
de maus-olhados e de outras diabruras.
Como? Porquê? Quem decifra os caminhos do sagrado?!
Mês para acontecimentos misteriosos?
Porque o Maio é tolo! Será?
Deseja-se e teme-se, contrário a uma ordem natural.
De repente, em fúria, rebenta relâmpagos, ribomba trovões,
arremessa raios… para nos presentear logo depois,
com aroma a terra molhada, a ternura dos cativos de amor.
Maio me molha, Maio me enxuga.
Maio não dá capote.
Maio pardo, ano farto. Maio pardo, Junho claro.
Maio que não der trovoada, não dá coisa estimada.
Trovoada de Maio depressa passa.
Quando em Maio não toa, não é ano de broa.
Só para terminar:
Está tudo tão estranho (esta noite)
A lua ausente quando costuma estar pendurada na janela
e o céu envolto numa capa de veludo negro
quando costuma ser pano bordado de missangas cintilantes;
Não me venhas com truques, nem subtilezas,
mascarada de velha bruxa, porque não é Carnaval!
Não me venhas iludir certezas
a mostrares as chagas da natureza